A Avibras, indústria bélica em São José dos Campos (SP), formalizou na
última segunda-feira (23) um contrato de cerca de R$ 900 milhões com o
governo da Indonésia, na Ásia, para o fornecimento de lançadores de
foguetes de artilharia Astros-2 para batalhões do exército do país. A
encomenda deve gerar cerca de 300 empregos diretos e até 1.200
indiretos, a maioria no Vale do Paraíba (SP).
O conjunto Astros inclui veículos lançadores e de remuniciamento,
radares, comando e controle de viaturas para o radar, além do conjunto
de munições. O número de veículos que será fornecido é protegido por uma
cláusula de confidencialidade no contrato, mas a estimativa é que sejam
80.
A versão escolhida pelos indonésios é a Mk-6, a mais avançada do
catálogo, em versão digital. A produção deve ser concentrada em São José
até 2016, prazo para entrega da encomenda. A Avibras tem ainda unidades
em Lorena e Jacareí.
Para atender o contrato, a empresa vai abrir escritório na capital
Jacarta. De acordo com o presidente da empresa, Sami Hassuani, o
contrato faz parte do plano a longo prazo de crescimento da Avibras.
"Além deste contrato, temos o Astros 2020 no PAC do Governo Federal, o
qual fomos contrados, e em programas da Marinha e da Aeronáutica", disse
ao G1. Em junho passado, a empresa foi beneficiada com
um contrato de R$ 246 milhões do Ministério da Defesa por meio do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento) para equipar o Exército
brasileiro - o pacote Astros 2020 pode chegar a R$ 1 bilhão, segundo a
empresa bélica.
Crise
O contrato milionário deve pôr definitivamente à crise que quase levou a
Avibras a falência em 2008, ocasião em que a empresa anunciou uma
dívida de R$ 500 milhões e demitiu 350 funcionários.
No começo deste mês, os funcionários em São José dos Campos protestaram
após ficarem quatro meses com os salários atrasados. O problema atingiu
400 dos 1.200 funcionários. Em setembro, todos os funcionários ficaram
sem receber. A Avibras acumulou uma dívida de mais de R$ 20 milhões
apenas em salários atrasados, segundo o sindicato. O valor foi quitado
no último dia 20.
De acordo com Elias Osses, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e
responsável pelo setor bélico, no próximo dia 3 haverá uma reunião com a
direção da Avibras para outros acertos. "Os salários foram pagos após
pressão, ameaçamos parar. Agora é preciso que a empresa pague as multas
referente aos atrasos salariais e fixe o dissídio, cuja data base já
passou", disse o sindicalista.
Do G1
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