A Argentina já reclama há bastante tempo a posse das Ilhas Malvinas
(Falklands em inglês), um arquipélago no Atlântico Sul, a escassos 500
quilómetros da costa argentina, pertencente ao Reino Unido. Apesar de um
processo de cedência das ilhas se ter iniciado nos anos de 1960, o
governo de Buenos Aires tentou uma ocupação armada em 1982, que acabou
na humilhação das forças armadas argentinas e na devastação da sua força
aérea às mãos dos caças Sea Harrier, que operavam dos porta-aviões
britânicos. Desde então que a Argentina tem vivido uma situação
económica instável, com uma crise bastante profunda a marcar o atual
governo de Cristina Kirchner. Como os seus antecessores, a atual
presidente usa a ideia de anexar as Malvinas como um modo de reunir o
apoio popular, mas a verdade é que a situação económica torna quaisquer
possibilidades de reunir uma força militar capaz de ameaçar a guarnição
britânica improvável, mais ainda com o embargo atualmente acertado por
Londres.
A Força Aérea Argentina, certamente a
mais importante arma numa qualquer futura tentativa de tomar as ilhas
pela força, encontra-se em bastante mau estado, e os níveis de
operacionalidade dos já velhos jatos Mirage IIIs e A-4s é questionável.
Daí terem sido feitos esforços de encontrar novas aeronaves para os
substituir e, quiçá, mesmo ameaçar a posição britânica no Atlântico Sul.
Tentativas de adquirir Mirage F1s, menos gastos que os que Buenos Aires
agora opera, em Espanha foram bloqueados por Londres, e o mesmo sucedeu
com buscas de aeronaves mais modernas, como os Kfir israelitas ou mesmo
os Gripen suecos. Propostas russas para a entrega de caças-bombardeiros
Su-24 revelaram-se infundadas mas, no entanto, a
salvação parece ter vindo da República Popular da China, uma potência
que procura ativamente expandir a sua influência na América Latina.
Há umas semanas havia sido reportado
por algumas agências noticiosas que oficiais das forças armadas
argentinas se haviam deslocado à China para estudar algumas das
aeronaves atualmente lá produzidas, nomeadamente o J-10 (supostamente
desenvolvido a partir de protótipos para uma versão israelita do F-16) e
o FC-1 (ou JF-17, uma aeronave desenvolvida a partir do vetusto MiG-21,
mas equipada com aviónica moderna). A escolha parece agora ter recaído
em 20 destes últimos aparelhos, o que causou consternação em Londres.
Apesar de não serem dos caças mais
capazes do mundo, os FC-1 Thunder têm o alcance e o armamento para
alcançar as Malvinas e causar estragos na guarnição local, composta por
1200 militares e uma esquadra de 4 caças Typhoon (considerados dos
melhores do mundo, mas em evidente inferioridade numérica se estas
notícias se confirmarem), complementados por forças navais, que incluem
os temíveis contratorpedeiros de defesa antiaérea Tipo 45. Desde que se
iniciou esta procura por novos caças por parte de Buenos Aires que em
Londres se tem falado de duplicar o contingente em Port Stanley,
incluindo os caças, de modo a responder ao que seria uma ameaça
credível.
Convém, contudo, notar que ainda não
houve confirmação oficial desta compra, e que outros relatos referem o
interesse no mais avançado, e caro, J-10. A questão mais importante,
contudo, recai sobre as contrapartidas chinesas, certamente
interessantes de conhecer, tendo em conta que a situação económica argentina dificultará uma compra direta.
Do BlastingNews
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