Brasil e África do
Sul são parceiros no projeto desenvolvimento de um míssil capaz de
atingir até aeronaves que estejam se aproximando por trás do avião
lançador.
É o A-Darter, uma
arma que será usada nos caças Gripen NG da Força Aérea Brasileira e com
previsão para estar pronta no primeiro semestre de 2016. Trezentos
milhões de reais foram investidos até agora no projeto, sendo a metade
diretamente em empresas localizadas no País.
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A parceria para o
desenvolvimento começou em 2006 e o objetivo é que os dois países
produzam componentes para futuras exportações.
"No futuro, as
vendas serão compartilhadas. Já há entendimento entre as empresas",
explica o gerente do projeto no Brasil, Coronel Aviador Júlio César
Cardoso Tavares, da Força Aérea Brasileira.
De acordo com o
Coronel Tavares, é possível perceber que algumas soluções tecnológicas
desenvolvidas para o A-Darter já fazem parte de outros produtos criados
pela indústria nacional. Ele lembra ainda que o papel do Brasil não foi
apenas aprender com os sul africanos.
"Os
nossos técnicos participam das decisões", afirma. Os algoritmos de
programação dos sistemas do míssil, por exemplo, foram desenvolvidos por
um engenheiro militar da FAB. "O período dele na África do Sul iria acabar e eles solicitaram a prorrogação", conta o gerente do projeto.
Porém, o foco foi
passar conhecimento para o parque industrial brasileiro. "Não fazia
sentido a gente absorver conhecimento só para a FAB, e sim para as
empresas também", explica.
O investimento
feito até agora permitiu que todas as etapas do desenvolvimento na
África do Sul fossem repetidas por uma "equipe-espelho" no Brasil.
A África do Sul, com
experiência de desenvolvimento de mísseis desde a década de 60, buscou a
parceria com o Brasil por conta da complexidade do projeto.
"É um míssil de alta
tecnologia", explica o Coronel Tavares. Segundo ele, o A-Darter tem
inovações dominadas por poucos países do mundo e que não são
transferidas quando há a compra de armamento. "Ninguém ensina a fazer
isso", resume.
Dez vezes mais manobrável que um caça
Com 2,98 metros de comprimento e 90 kg de peso, o novo
míssil se destaca pela ausência das pequenas asas usadas para as
manobras. No lugar delas, o modelo tem capacidade de direcionar o empuxo
do seu motor-foguete.
Assim, consegue realizar manobras que o leva a sofrer até
100 vezes a força da gravidade (100g). Os caças de combate mais
modernos não passam de 9g. O alcance máximo será de 12 quilômetros.
Guiado por calor, o A-Darter terá um sistema de guiagem tão sensível que poderá, logo após o lançamento, fazer uma curva fechada e atingir alvos que estejam perseguindo o avião lançador.
Guiado por calor, o A-Darter terá um sistema de guiagem tão sensível que poderá, logo após o lançamento, fazer uma curva fechada e atingir alvos que estejam perseguindo o avião lançador.
Hoje, os modelos de quarta geração, conseguem atingir
alvos que estejam, no máximo, ao lado do avião lançador. O sensor de
guiamento também consegue "enxergar" em mais de uma frequência de
infravermelho e desse modo evitar ser enganado por flares - iscas
incandescentes lançadas para confundir os mísseis.
De acordo com o Coronel Tavares, o míssil está “90% pronto”. Agora, o projeto está apenas em fases de ajuste e irá iniciar sua certificação. Em 2016, o produto estará pronto para fabricação.
De acordo com o Coronel Tavares, o míssil está “90% pronto”. Agora, o projeto está apenas em fases de ajuste e irá iniciar sua certificação. Em 2016, o produto estará pronto para fabricação.
Construindo o futuro
O A-Darter é um dos projetos mostrados na publicação
“Construindo o Futuro”, que revela as iniciativas do Comando da
Aeronáutica que farão diferença na vida dos brasileiros.
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