A Diretoria-Geral do Material da Marinha
(DGMM-MB) já tem em mãos o relatório de análise sobre as condições
gerais em que se encontra o TCD [Transport de Chalands de
Débarquement] Siroco (L9012) da Classe Foudre.
A recomendação à Marinha do Brasil (MB) é pela compra do navio!
Segundo o valor da compra este será da
ordem de 80 milhões de euros. Estão em tratativas no preço, também, se
estará incluso um período de manutenção, a ser feito pela DCNS francesa,
que será acompanhada de perto por uma tripulação da Marinha do Brasil
(MB), a fim de se inteirar dos sistemas de bordo.
As FFAA chilenas, devido a crise mundial das commodities, está racionalizando o emprego dos seus meios militares. Seria interessante aventar-se da possibilidade numa futura compra de ocasião pela MB do ex-TCD Foudre (L9011),
atual LPD Sargento Aldea, que foi comprado pela Marinha do Chile junto à
França por 43 milhões de euros em 23/12/2011, caso este seja posto à
venda pela Armada Chilena. Dois navios da mesma classe traduzem em
racionalização no emprego de LPDs pela MB.
Recentemente a KMW alemã ofereceu a
Colômbia tanques Leopards 2 num número entre 50 a 60 carros de combate a
um valor de 4,5 milhões de dólares americanos a unidade, mais a
viabilidade técnica de manutenção feito pela KMW Brasil com sede em
Santa Maria, RS, Brasil.
Por fora, o Chile ofereceu uma centena
(100) dos seus Leopards A1 pelo valor de cerca da terça parte (US$ 1,5
milhão de dólares) pedido pela KMW.
Com a crise mundial de commodities, esta também atingiu o Chile, exportador de cobre (*).
Do Plano Brasil
Siroco. Brasileiros também estão na corrida ao navio de €80 milhões
Além de Portugal, também o Brasil está interessado na
compra do navio polivalente logístico (NPL) da Marinha francesa, Siroco,
à venda por 80 milhões de euros, confirma ao Expresso fonte militar francesa.
Segundo a revista "Poder Naval", uma equipa de
vistoria técnica da Diretoria-Geral do Material da Marinha brasileira já
inspecionou o navio no porto francês de Toulon, no Mediterrâneo, entre
16 e 18 de dezembro, e recomendou, em janeiro, a sua aquisição por se
encontrar em "boas condições gerais".
No entanto, acrescenta a mesma fonte, o navio terá de
passar por um período de manutenção que deverá durar entre 30 e 90
dias, estando a ser negociado se nos 80 milhões de euros pedidos pelos
franceses já está incluída essa manutenção.
Na semana passada, durante uma escala de quatro dias
em Lisboa, o embaixador de França em Portugal, Jean-François Blarel,
recebeu a bordo do Siroco os chefes de Estado-Maior portugueses. Os
generais Pina Monteiro (Forças Armadas), José Pinheiro (Força Aérea) e
António Agostinho (vice-chefe de Estado Maior do Exército), bem como o
almirante Macieira Fragoso (Armada) visitaram o navio na manhã de 2 de
fevereiro.
A bordo esteve ainda o general Grave Pereira, atual
presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, e antigo subdiretor
de Armamento e Infraestruturas de Defesa do ministério liderado por
José Pedro Aguiar-Branco, bem como "muitos oficiais das Forças Armadas
portuguesas", pode ler-se numa nota publicada no site da Embaixada de
França em Lisboa.
A 4 de fevereiro, durante o debate na especialidade
da proposta de lei de programação militar, que regula a aquisição de
equipamento e armamento para as Forças Armadas até 2026, o ministro da
Defesa disse que "está em avaliação concreta e séria a possibilidade
deste negócio se concretizar".
"O chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas
fez-me chegar uma indicação de que seria interessante avaliar esta
capacidade e a possibilidade de a concretizar. É isso que estamos a
fazer. Para que isso aconteça é necessário que haja alteração de outros
programas, que permita que haja uma acomodação no financiamento de modo a
possa ser assegurada a sua execução!". E acrescentou: "A própria
Marinha está a avaliar que outros programas podem servir de vaso
comunicante de modo a que, nas prioridades e face a uma oportunidade de
negócio que parece que é positiva, se possa reelencar outras prioridades
de investimentos noutros equipamentos e com isto conseguirmos ter uma
fonte de financiamento que viabilize a compra deste NPL", disse Aguiar
Branco aos deputados.
MLU das fragatas em risco?
O Expresso sabe que cerca de 50 milhões de euros destinados ao programa de modernização de meia-vida das fragatas, o mid-life upgrade ou MLU, que começou em 2005, poderá ser redirecionado para a compra deste navio polivalente logístico.
O Expresso sabe que cerca de 50 milhões de euros destinados ao programa de modernização de meia-vida das fragatas, o mid-life upgrade ou MLU, que começou em 2005, poderá ser redirecionado para a compra deste navio polivalente logístico.
A confirmar-se, Portugal poderia perder a capacidade
para participar e liderar as forças navais da NATO e da União Europeia. A
Vasco da Gama, em 2011, em estreia absoluta para um navio da Marinha
portuguesa, e a Álvares Cabral, em 2013, comandaram a Operação Atalanta,
força naval da União Europeia que combateu a pirataria ao largo da
Somália.
A Marinha tem atualmente cinco fragatas, quatro das
quais entraram ao serviço entre 1991 e 1994 e já ultrapassaram metade da
sua vida útil, sendo necessário substituir alguns equipamentos
embarcados, como por exemplo os sistemas de comunicação rádio.
Completamente fora de causa está, segundo o ministro
da Defesa, a construção de um navio polivalente logístico por falta de
"condições financeiras". Segundo Aguiar-Branco, "um NPL custa 400
milhões de euros e nunca seria possível equacionar a construção de um
navio com estas características".
Helicópteros, blindados, lanchas e hospital
Com 168 metros de comprimento por 23,5 de largura, o Siroco foi construído em Brest, noroeste de França, e entrou ao serviço a 21 de dezembro de 1998, há pouco mais de 16 anos. Assim deveria continuar até 2022, mas há cerca de dois anos restrições orçamentais obrigaram o Ministério da Defesa francês a decidir encostá-lo ao cais.
Com 168 metros de comprimento por 23,5 de largura, o Siroco foi construído em Brest, noroeste de França, e entrou ao serviço a 21 de dezembro de 1998, há pouco mais de 16 anos. Assim deveria continuar até 2022, mas há cerca de dois anos restrições orçamentais obrigaram o Ministério da Defesa francês a decidir encostá-lo ao cais.
Este navio concebido para transporte operacional, ações
humanitárias, evacuações e suporte logístico tem a bordo um hospital
com 51 camas, dois blocos operatórios, dentista, serviço de radiologia e
laboratório de análises clínicas. Pode embarcar dois a quatro
helicópteros, até 150 veículos blindados e duas a oito lanchas de
desembarque na doca interior, que se encontra à ré, com acesso ao mar
através de uma porta. Tem condições para acolher até 415 passageiros em
viagens longas e até duas mil em trânsito de curta duração (48 a 72
horas).
O Siroco rendeu a 8 de fevereiro o porta-helicópteros de assalto
anfíbio, Tonnerre, na operação Corymbe que garante a presença em
permanência, desde 1990, de meios navais franceses no Golfo da Guiné,
com o objetivo de proteger os seus interesses económicos nesta região.
Esta será uma das últimas missões do navio, que deverá ser retirado de
serviço em junho deste ano.
Do Expresso
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