O Governo britânico
estará a considerar unir-se aos esforços da coligação internacional
liderada pelos Estados Unidos contra o grupo Estado Islâmico na Síria, à
semelhança do que já faz no Iraque. Uma estratégia que poderá vir a
colocar frente a frente, em batalha nos céus sírios, caças britânicos e
russos.
David Cameron quer uma plataforma alargada de consenso político com os trabalhistas para a estratégia britânica na região.
Estes pretendem a criação de zonas de exclusão aérea na Síria,
designadas para proteger os civis entalados entre as várias fações que
dilaceram o país. Cameron tem rejeitado a ideia, tal como a
Administração Obama, mas poderá ter de ceder.
Para os trabalhistas, a hipótese das zonas de exclusão só se irá colocar
se for aprovada pela ONU, conforme ficou acordado na recente
conferência do partido, em finais de setembro. Admitem ainda o veto da
Rússia à proposta.
Nesse caso, poderá vir a ser tarefa dos aviões da RAF a imposição do
respeito pelas zonas de exclusão aérea entretanto criadas. Um cenário
colocado esta segunda-feira por Jo Cox, a líder trabalhista da comissão
parlamentar britânica para a Síria.Caças Tornado preparados para combate aéreo
De acordo com o jornal britânico The Guardian, Cox tem
trabalhado, na criação destas zonas de proteção de civis, com o
ex-ministro conservador para o Desenvolvimento Internacional, Andrew
Mitchell, um antigo capacete azul com extensa experiência no Médio
Oriente.
A ideia tem ainda a aprovação da ministra-sombra trabalhista para os
Negócios Estrangeiros, Hilary Benn, desde que se inclua numa discussão
alargada sobre a estratégia para a Síria.
A hipótese poderá cair mal em Moscovo, sobretudo depois de, neste domingo, The Sunday Times
ter revelado que os caças britânicos Tornado, que bombardeiam alvos do
Estado Islâmico no Iraque, estarão a ser equipados com armas próprias
para combate aéreo, mísseis Asraam ar-ar guiados por calor.
O tablóide Daily Star citou por seu lado fontes anónimas
altamente colocadas do Ministério da Defesa britânico para quem "é
apenas uma questão de tempo" até que caças britânicos se envolvam num
confronto com caças russos sobre o Iraque.
Esclarecimentos urgentes
O Kremlin chamou o adido britânico da Defesa em Moscovo, pedindo
"explicações urgentes" para os relatórios avançados pela imprensa.
Londres respondeu dizendo que as notícias não estão corretas. O adido
britânico repetiu por seu lado a preocupação britânica com os
bombardeamentos russos na Síria, que poderá provocar uma escalada no
conflito e extremar posições.
Moscovo começou na quarta-feira dia 31 de setembro, a bombardear alvos
hostis ao Presidente Bashar al-Assad na Síria - incluindo forças do
Estado Islâmico.
A hipótese de Bagdade pedir por sua vez auxilio russo contra o EI não só
já foi levantada por deputados iraquianos ao mais alto nível como
Moscovo já se mostrou disponível para a tarefa.
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