Pesquisadores
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de São José dos
Campos desenvolveram um novo tipo de combustível que pode ser utilizado
para a propulsão de motores de foguetes e satélites. Com compostos mais
baratos, a fórmula tem valor mais barato que o usado atualmente.
A pesquisa faz parte de um projeto do Laboratório Associado de
Combustão e Propulsão (LCP). A ideia era apresentar um combustível
barsileiro e que trouxesse menores custos. A fórmula desenvolvida
utiliza a combinação de etanol e etanolamina que reage com peróxido de
hidrogênio - a popular água oxigenada. Os comumente usados pela
indústria espacial usam a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio.
Segundo o responsável pelo projeto, o doutor em físico-química, Ricardo
Vieira, o quilo do combustível produzido por eles em laboratório custa
R$ 35, o usado atualmente em satélites e foguetes custa R$ 1 mil.
Além da economia de produção, o composto gera uma reação hiperbólica. O
nome complicado traz um resultado mais simples, uma reação de combustão
espontânea no contato do combustível com o oxidante –já que não espaço
não há oxigênio- sem necessitar de outros mecanismos de ignição. (Veja
vídeo acima)
“Com ele, o atraso de ignição é bem menor, aumenta o desempenho do
motor e reduz os custos do combustível. A gente tinha uma ideia, mas os
resultados surpreenderam”, explica Ricardo. A pesquisa levou três anos
até os resultados apresentados.
Após a descoberta, o projeto passa agora por uma parte mais prática
para que então possa competir no mercado. A Agência Espacial Brasileira
(AEB) fechou com o laboratório a execução de um motor para a combinação
que será produzido com a Universidade Federal do ABC. O motor vai ser
feito para aceitar a combustão automática na combinação dos líquidos.
Após a fase de testes, está pronto para uma das etapas mais difíceis,
que é o convencimento do mercado espacial.
“A tecnologia espacial é um mercado bem complexo. É preciso provar que o
seu produto funciona, é viável e a relação entre custo e benefício, que
nosso caso é o principal argumento”, explica. De acordo com o
pesquisador, a média de economia com o uso do combustível é de R$ 100
mil nos custos gerais do satélite.
Do G1
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