A SAAB realizou nesta quinta-feira (15) o primeiro voo do Gripen NG
(prototipo 39-8), o novo caça que vai equipar a Força Aérea Brasileira
(FAB). A aeronave decolou do aeródromo da fabricante em Linköping, na
Suécia, e voou durante 40 minutos e retornou em segurança. Durante o
teste, o avião realizou uma série de avaliações, incluindo a retração e
extensão do trem de pouso.
Em entrevista ao site Flight Global,
Jerker Ahlqvist, chefe do programa de desenvolvimento do novo Gripen,
afirmou que o modelo deve decolar antes do final do segundo trimestre
deste ano. No último informe o primeiro voo era previsto para o segundo semestre de 2017.
Em outubro de 2014, o Brasil assinou um contrato de US$ 5,4 bilhões
para compra de 36 caças Gripen de nova geração. Já a Suécia, o outro
cliente confirmado da aeronave, vai adquirir 60 unidades da aeronave,
também conhecida como Gripen E.
As primeiras entregas do Gripen E começarão em 2019 para a Força Aérea
da Suécia, seguida das unidades para o primeiro cliente de exportação,
que é o Brasil. Ao todo, a Força Aérea Brasileira (FAB) encomendou 36
unidades do Gripen NG, sendo que parte deles serão fabricados no Brasil,
na instalação da Embraer em Gavião Peixoto (SP).
O acordo assinado entre Brasil e Suécia também prevê a transferência
de tecnologia para a industrial brasileira. Parte do lote de caças
encomendado para a FAB será construída no Brasil, pela Embraer, processo que já foi iniciado na unidade da empresa brasileira em Gavião Peixoto (SP), no “Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen”.
Outra responsabilidade do centro em Gavião Peixoto será o
desenvolvimento e produção do Gripen F, a versão do caça para dois
pilotos (biposto) – o Gripen NG é a variante brasileira do Gripen E
monoposto, mas com recursos diferentes. A FAB encomendou oito unidades
dessa opção, que mantém as características de combate mas também serve
para a formação de novos pilotos.
O primeiro gripen teve seu primeiro voo em 1988 e foi introduzido na Força Aérea da Suécia em 1997. Mas esse não é o modelo que o Brasil adquiriu. A nossa versão chama-se Gripen NG, de New Generation (Gripen 'E' para os suecos), que é uma evolução do Gripen original, e que traz diversas melhorias, tanto estruturais quanto tecnológicas.
Além do Brasil, cliente mais recente da Saab, a fabricante sueca também
discute a venda do caça com Botsuana e Eslováquia. A empresa também
atendeu recentemente um pedido de proposta da Bulgária e também estuda
oportunidades na Bélgica, Canadá, Colômbia, Finlândia, Indonésia,
Malásia, Suíça e Índia, que busca um caça monomotor para operar em
porta-aviões.
O novo Gripen é uma aeronave que pode atuar em diferentes funções.
Além de caça de interceptação, a aeronave também pode ser utilizada como
bombardeiro e avião de reconhecimento armado.
De acordo com o fabricante sueco, o Gripen NG pode voar a mach 1
(velocidade do som – 1.234 km/h) sem a necessidade de usar pós-combustor
(quando o motor atua como se fosse um foguete) e, com força total, pode
alcançar a velocidade máxima de 2.470 km/h.
Já o autonomia do caça, comparado ao das versões anteriores, aumentou
50%, mesmo sem a necessidade de reabastecimento aéreo. Em configuração
de combate (armado com quatro mísseis e levando dois tanques de
combustível externos), a nova geração do Gripen tem alcance de 1.800 km.
O sistemas que equipam o Gripen NG vão permitir o uso de mísseis
ar-ar (de interceptação aérea) e ar-terra de médio e longo alcance
orientados por radar, bombas “inteligentes” guiadas a laser, além de uma
série de outros recursos, como sensores infra-vermelho de busca e
equipamentos de guerra eletrônica, como perturbadores de radares e
rádios.
Do Airway - Com informações da SAAB
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