Embraer admitiu pela primeira vez que deverá deixar de fora as áreas de defesa e aviação executiva da negociação com a fabricante de aeronaves americana Boeing. As informações estão em comunicado divulgado nesta quinta-feira à noite na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
 
"A Embraer e a Boeing Co., em conjunto com o grupo de trabalho, ainda estão analisando possibilidades de viabilização de uma combinação de seus negócios, que poderão eventualmente incluir a criação de outras sociedades com participação conjunta na área de aviação comercial, deixando por outro lado separadas as demais atividades notadamente aquelas vinculadas à área de defesa e, possivelmente, também a área de aviação executiva, que permaneceriam exclusivamente com a Embraer", disse a empresa à CVM. 

O comunicado foi enviado à CVM em resposta a questionamentos da B3, a bolsa brasileira, sobre informações publicadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, de que a Boeing teria feito nova proposta pela empresa.
A Embraer tem 5 áreas de negócio:
  1. aviação comercial
  2. aviação executiva
  3. avião militar
  4. aviação agrícola
  5. serviços aeronáuticos
Os três primeiros são os mais relevantes para a empresa em termos de receita, enquanto aviação agrícola e serviços ainda são negócios menores.
A aviação comercial é o principal segmento da empresa, que foi responsável por 58% das receitas da empresa em 2017. Esse segmento está em um momento de consolidação global e as duas empresas têm portfólios complementares.
A Embraer é líder global em jatos para aviação regional, de até 130 assentos. Enquanto a Boeing é uma das principais fabricantes de jatos para aviação de longa distância.

Negociações continuam

A Embraer negou que o negócio já tenha sido apresentado formalmente entre as empresas e também ao governo brasileiro, que é dono de uma ação da Embraer que pode vetar o negócio. A empresa diz que as negociações estão em curso e que não há garantia de que o negócio será fechado.
"Neste contexto, têm sido elaborados materiais de apoio para discussão, sem cunho vinculativo, que não foram submetidos ainda a qualquer aprovação formal das partes ou do governo brasileiro", completou a empresa.

Fusão Embraer e Boeing

A americana Boeing e a brasileira Embraer anunciaram no fim do ano passado que estudam unir seus negócios. A união entre as duas pode criar uma gigante global de aviação, com forte atuação nos segmentos de longa distância e na aviação regional, e capaz de fazer frente a uma união similar entre as concorrentes Airbus e Bombardier.

Do G1