A saída dos EUA do acordo nuclear do Irã, anunciada nesta terça-feira (8) pelo presidente Donald Trump, não afetará apenas a geopolítica do Oriente Médio.
Com o restabelecimento das sanções contra a economia iraniana,
empresas americanas ficam proibidas de fazer negócios com o Irã em
determinados setores —entre os quais, a aviação.
Horas depois do anúncio de Trump, o secretário do Tesouro americano,
Steve Mnuchin, informou que serão revogadas em um período de 90 dias as
licenças que permitiam que Boeing e Airbus vendessem aviões comerciais
para o Irã.
A Boeing perde com isso contratos no valor de US$ 20 bilhões (R$ 71,6
bilhões) com a Iran Air, principal companhia aérea iraniana, e a Aseman
Airlines.
“Após o anúncio de hoje, vamos consultar o governo dos EUA sobre os
próximos passos”, afirmara em nota a Boeing, que disse continuar
seguindo as diretrizes de Washington em relação às vendas para empresas
iranianas.
Em dezembro de 2016, a Boeing anunciou um pedido de 80 aviões da Iran
Air, incluindo 50 737 MAX 8, 15 777-300ER e 15 777-9, novo modelo que
deve entrar em operação em 2019. À época, a Boeing afirmou que esse
pedido ajudaria a manter 100 mil empregos nos EUA.
Além da Iran Air, a Boeing também tem um contrato com a Aseman
Airlines, terceira maior aérea do Irã, que havia encomendado 30 aviões
737 MAX.
Os 80 pedidos iranianos do 737 MAX, por exemplo, representam pouco
dentro do universo de 4.474 encomendas do modelo, o mais vendido da
Boeing.
O CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, já havia dito em abril que a escala de produção do 777 “não depende dos pedidos iranianos”.
A Airbus também tem contratos com a Iran Air, que encomendou 100
jatos da fabricante europeia por estimados US$ 27 bilhões (R$ 96
bilhões).
A Iran Air contava com essas encomendas para modernizar sua frota
envelhecida, que tem uma idade média de 22,2 anos. Entre os modelos
estão Airbus A300 com 30 anos de uso e Fokkers 70/100 com 25 anos de
idade. O único Boeing 747 ainda ativo da companhia está em serviço há 29
anos.
Do UOL
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