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A Colômbia formalizará, na próxima semana, em Bruxelas, seu ingresso
na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como primeiro "sócio
global" latino-americano - anunciou o presidente Juan Manuel Santos na
sexta-feira (25).
"Formalizaremos em Bruxelas, na semana que
começa -e isso é muito importante -, o ingresso da Colômbia na Otan na
categoria de sócio global. Seremos o único país da América Latina com
este privilégio", afirmou o presidente em um pronunciamento transmitido
pela televisão direto da sede presidencial, a Casa de Nariño.
Em
2016, o governo de Santos havia acordado uma "maior" cooperação militar
com essa organização, após o pacto de paz que desarmou e transformou em
partido a então guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(Farc).
O governo da Venezuela chamou o ingresso da Colômbia na
Otan de "ameaça para a paz" da América Latina e do Caribe, segundo um
comunicado da chancelaria.
"A Venezuela denuncia (...) perante a
comunidade internacional a intenção das autoridades colombianas de se
preparar para introduzir na América Latina e no Caribe uma aliança
militar externa com capacidade nuclear, o que sob todas as luzes
constitui uma séria ameaça para a paz e a estabilidade regional",
destacou o documento.
As relações entre os dois países passam por
seu pior momento. Bogotá lidera a pressão internacional contra o governo
de Nicolás Maduro, em meio à severa crise econômica que envolve o país
com as maiores reservas de petróleo do mundo.
Prêmio Nobel da Paz
em 2016 por seus esforços para terminar o conflito armado de meio século
no país, Santos disse que adotar essa categoria "melhora a imagem da
Colômbia" e lhe "permite ter muito mais jogo no cenário internacional".
O
presidente deixa o poder em agosto, após dois mandatos consecutivos de
quatro anos. Neste domingo, os colombianos irão às urnas para eleger seu
sucessor. As pesquisas apontam para um segundo turno, em 17 de junho.
- Intervenções militares?
Ser
sócio global da Otan significa estar "em uma aliança estratégica de
cooperação militar", explicou à AFP o internacionalista Rafael Piñeros,
da Universidade Externado de Bogotá.
O especialista disse que essa
categoria foi criada "para gerar alianças estratégicas para além de
Europa, Estados Unidos e Canadá", com o objetivo de manter a paz
mundial.
Esse tipo de adesão não significa, necessariamente, que a
Colômbia vai participar de operações militares da Otan diante de uma
crise internacional, completou.
Nesse sentido, o general reformado
Jairo Delgado, ex-chefe de Inteligência policial e analista de defesa e
segurança, considerou que o ingresso do país como sócio global vem com
"restrições".
Não creio que vá se "comprometer a assumir
intervenções do tipo militar, por exemplo, mas pode, sim, beneficiar-se
de missões de preparação de tropas, ou de troca de informação", declarou
à AFP.
Em seu primeiro mandato, Santos firmou um acordo de
intercâmbio de informação e segurança com a Otan, o qual provocou
manifestações de preocupação por parte de países como Venezuela, Brasil,
Equador, Bolívia e Nicarágua. Para os vizinhos, o acordo ameaçava a
estabilidade da região.
A situação se apaziguou quando o
Ministério colombiano da Defesa descartou uma adesão plena ao organismo,
opção que havia sido cogitada pelo antecessor de Santos, o agora
senador Álvaro Uribe (2002-2010).
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Da AFP
Santos anuncia que Colômbia será parceiro global da Otan
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta
sexta-feira (25/05) que seu país ingressará na Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan) como "parceiro global", se tornando o primeiro
representante da América Latina no bloco.
O presidente
formalizará o ingresso do país na Otan em Bruxelas, no próximo dia 31 de
maio, quando também se reunirá com o secretário-geral da organização,
Jens Stoltenberg.
"É muito importante o ingresso da Colômbia na
Otan na categoria de parceiro global. Seremos o único país da América
Latina com esse privilégio", disse Santos em declaração na Casa de
Nariño, sede do Governo.
"Ser parte da Otan melhora a imagem da
Colômbia e nos permite ter muito mais presença no cenário
internacional", acrescentou o presidente sobre a organização, da qual
fazem parte potências internacionais como Alemanha, França e Estados
Unidos.
A Otan constitui um sistema de defesa coletiva no qual os
Estados-membros concordam em defender-se mutuamente caso sejam atacados
por um país de fora do bloco. Entre os objetivos da organização estão
os de salvaguardar a liberdade e a estabilidade e preservar a paz e a
segurança nas nações que dela fazem parte.
Também nesta
sexta-feira, os países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) aprovaram a entrada da Colômbia no
organismo, ao final de um processo de adesão iniciado há mais de sete
anos.
"Ser membros da OCDE nos permitirá fazer as coisas
melhores, ao nos indicarem o que deu errado e o que funcionou em outros
países. Em resumo, nos permitirá melhorar as nossas políticas públicas",
afirmou Santos.
Um porta-voz do organismo em Paris disse à
agência de notícias Efe que a adesão será efetiva assim que a Colômbia
cumprir com uma série de passos internos, em particular a ratificação
pelo Parlamento da convenção da OCDE.
A organização, formada por
mais de 30 países, tem como objetivo compartilhar experiências para
solucionar problemas e promover a melhor maneira de se alcançar o
bem-estar econômico e social. Dois outros países latino-americanos fazem
parte do seleto grupo: Chile e México.
Do DW
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