Depois de dias de muita expectativa, o presidente americano, Donald
Trump, anunciou na tarde desta terça-feira, 08, a saída dos Estados Unidos
do acordo nuclear com o Irã, cujas negociações foram concluídas em 2015
ao lado do Irã, Alemanha, Reino Unido, França, China e Rússia. Em
linhas gerais, o acordo previa aliviar algumas das sanções impostas ao
Irã em troca de limitações para o seu programa nuclear.
O anúncio foi feito pelo presidente americano em um discurso no qual
chamou o acordo de “desastroso”. “Um acordo construtivo poderia ter sido
conseguido na época, mas isso não foi feito”, disse Trump. Em seguida, o
republicano mencionou as investigações conduzidas por Israel,
cujos resultados foram apresentados na semana passada pelo
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e que alegam ter provas de que o
Irã está buscando armas nucleares.
A posição de Trump
O presidente republicano sempre se manifestou de forma crítica ao
acordo, um dos maiores legados diplomáticos de seu predecessor, o
democrata Barack Obama, e chegou a chamá-lo de “o pior já feito”. Entre
os pontos que Trump vê como falhos no texto estão o fato de não
contemplar o programa de mísseis balísticos do Irã, as suas atividades
nucleares a partir de 2025 e a participação e influência em conflitos na
Síria e no Iêmen.
É bem verdade que o movimento de Trump está em linha com a proposta para diplomacia delineada por ele durante a sua campanha, o famoso programa “América em Primeiro Lugar”
(“America First”). No entanto, é visto como dramática pela comunidade
internacional, uma vez que coloca os EUA em uma saia justa com seus
aliados e joga ainda mais pólvora no já explosivo Oriente Médio.
A futura conversa com a Coreia do Norte
sobre a suspensão do seu programa nuclear é outro ponto que se tornará
nebuloso com a decisão de Trump de abandonar o acordo firmado com o Irã.
Especialistas especulam se o regime de Kim Jong-un entenderá a ação do
presidente americano como um sinal de que não deve confiar nas propostas
americanas.
De Exame
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