O governo americano decidiu reativar a Segunda Frota da Marinha dos EUA e
criar um novo comando naval no âmbito da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan) para enfrentar a Rússia junto com seus aliados.
A
frota havia sido unida à Armada Geral da Marinha em 2011 numa
iniciativa de corte de custos.
O retorno da competição entre potências e a ressurgência da Rússia
demanda que a Otan reveja sua atuação no Atlântico para assegurar o
reforço do continente e demonstrar sua capacidade de poder de dissuasão —
disse Johnny Michael, porta-voz do Pentágono, ao jornal britânico
“Guardian”.
Segundo Michael, o novo comando naval será um “elemento fundamental”
para a segurança transatlântica. A decisão americana reflete as
crescentes preocupações na Europa e de seus aliados da Otan com a maior
presença militar da Rússia no Oceano Atlântico. Os gastos militares
russos, no entanto, constituem atualmente um décimo das despesas
americanas na área — equivalem a US$ 61 bilhões, contra US$ 600 bilhões
dos Estados Unidos.
Ainda de acordo com o “Guardian”, o novo Comando Naval do Atlântico
deverá ser instalado na cidade de Norfolk, Virgínia, uma das principais
bases da Marinha dos EUA. O plano foi aprovado em fevereiro em uma
reunião dos ministros da Defesa dos países integrantes da Otan de forma a
garantir as rotas comerciais e as linhas de comunicação entre a Europa e
a América do Norte.
Temos visto uma Rússia muito mais assertiva, temos visto uma Rússia
que durante muitos anos investiu pesadamente em sua capacidade militar,
na modernização de suas capacidades militares, e que está exercitando
não só suas forças convencionais como as nucleares — disse à época Jens
Stoltenberg, secretário-geral da Otan.
A Otan também decidiu pela criação de um novo comando logístico para
suas forças, que deverá ser instalado na Alemanha. Ao mesmo tempo, os
EUA estão reativando sua Segunda Frota, que havia sido unida à Armada
Geral da Marinha em 2011 numa iniciativa de corte de custos. Seu comando
vai supervisionar navios, aviões e tropas de assalto baseadas na Costa
Leste dos EUA e no Atlântico, treinando suas forças e conduzindo
operações na região.
A reativação da Segunda Frota e de seu comando foi recomendada em um
estudo da Marinha realizado depois da colisão de dois navios em 2017 que
deixou 17 marinheiros mortos. Segundo o almirante John Richardson,
chefe de operações navais dos EUA, a decisão vem num momento em que o
ambiente de segurança “continua a se tornar mais desafiador e complexo”.
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