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Os militares israelitas estão a preparar-se para lançar um grande assalto aéreo às instalações nucleares iranianas, alguns dias depois de lhes darem luz verde para tal, escreve hoje o jornal britânico "The Times".
Entre as medidas tomadas para a preparação das forças israelitas para o que seria um arriscado raide estão a aquisição de três aparelhos Airborne Warning and Control (AWAC) e missões regionais para simular o ataque, na suposição de que o novo Governo de Benjamin Netanyahu o poderá determinar.
Dois esquemas nacionais de defesa civil ajudarão a preparar a população para a eventual resposta iraniana.
"Israel pretende saber que se as suas forças receberem luz verde poderão atacar numa questão de dias, ou até mesmo de horas. Estão a fazer preparativos a todos os níveis", disse ao "Times" um alto funcionário da Defesa.
As autoridades israelitas crêem que poderá haver necessidade de atingir mais do que uma dezena de objectivos, incluindo comboios de viaturas. Os locais a atingir incluem Natanz, onde milhares de centrifugadoras produzem urânio enriquecido; Esfahan, onde 250 toneladas de gás se encontra armazenado em túneis; e Arak, onde um reactor de água pesada produz plutónio.
A distância de Israel para pelo menos um dos locais é superior a 1300 quilómetros, distância que as Forças Armadas Israelitas praticaram durante um exercício de treino efectuado no ano passado e que envolveu caças F15 e F16, helicópteros e estruturas de reabastecimento.
O possível ataque israelita ao Irão tem vindo a ser comparado ao seu ataque às instalações nucleares de Osirak, perto de Bagdad, em 1981. Nessa altura, quando as instalações foram destruídas em menos de 100 segundos, a acção concretizou-se sem baixas israelitas e ficaram controladas as ambições iraquianas de um programa nuclear com fins militares.
"Não ameaçaríamos o Irão se não tivéssemos força para o fazer. Tem havido recentemente um grande número de preparativos, o que indica que Israel quer mesmo fazê-lo", sublinhou um elemento dos serviços secretos.
Peres disse que um ataque é absurdo
No entanto, reconheceu o mesmo responsável ao diário londrino, é improvável Israel atacar sem conseguir pelo menos a aprovação tácita dos Estados Unidos, cuja actual Administração assumiu um tom mais conciliatório em relação ao Irão. Um ataque israelita ao Irão suporia sobrevoar a Jordânia e o Iraque, onde ainda existe uma força presença militar norte-americana.
Esta notícia é divulgada apenas dois dias de o enviado especial de Barack Obama para o Médio Oriente, George Mitchell, ter ouvido o Presidente israelita, Shimon Peres, dizer que a solução para a questão iraniana "não é militar" e as especulações de que as Forças de Defesa de Israel (IDF) preparam um ataque aéreo às instalações nucleares iranianas são "um absurdo".
As palavras de Peres aconteceram durante a primeira visita de Mitchell a Israel desde a tomada de posse do Governo de direita de Benjamin Netanyahu.
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