A Força Aérea dos Estados Unidos anunciou ontem a compra de 20 aviões modelo A-29 Super Tucano fabricados pela Embraer. É o primeiro contrato da brasileira com a Defesa americana.

O valor do negócio é de US$ 355 milhões, o que inclui o fornecimento das aeronaves e do pacote de serviços, como treinamento de mecânicos e pilotos responsáveis pela operação do avião.

Segundo Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança, a companhia mantém expectativas de vender mais 35 aviões, o que pode elevar o contrato à cifra de US$ 950 milhões.

Como impõem as regras de compras governamentais nos Estados Unidos, a Embraer teve de se associar a uma empresa local, a Sierra Nevada Corporation. Além disso, a companhia terá uma unidade fabril em solo americano.

Aguiar informa que os equipamentos serão montados numa fábrica na cidade de Jacksonville, na Flórida.

Pelo contrato, a Embraer terá 60 meses para entregar esse primeiro lote, prazo que começa a contar já em janeiro de 2012. O primeiro avião terá de ser entregue em 2013.

Segundo o executivo da Embraer, a unidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), ainda será responsável por produzir grande parte do avião. A montagem final será feita nos EUA.

Na área de defesa da Embraer, trabalham hoje 1.436 pessoas e a previsão é que o número seja ampliado para atender ao novo contrato.

Por: folhaonline

Com esse pedido, a Embraer alcança 200 encomendas do modelo Super Tucano (desenvolvido pela FAB em 1995 e exportado para vários países do mundo). Apenas 40 precisam ainda ser entregues (o que inclui o pedido da Força Aérea americana).

A Embraer disse que o negócio será “uma grande vitrine”. “Esse é o primeiro contrato com a Força Aérea dos EUA. Esse é um item sensível no maior mercado de defesa do mundo. Muitos países vão olhar isso”, disse Aguiar.

A empresa brasileira disputou com uma concorrente americana, a Hawker Beechcraft, empresa que se associou à fabricante do F-16, a Lockheed Martin -a mesma que participa da disputa no Brasil para o fornecimento dos caças para a FAB (Força Aérea Brasileira).

O contrato, em negociação há um ano, gerou resistências, principalmente entre congressistas do Kansas, Estado-sede da Hawker. Pedidos de investigação internacional para apurar eventual subsídio do Brasil à Embraer chegou a ser cogitado.

A avaliação é que um contrato dessa magnitude (em momento de crise econômica) e um setor tão sensível não podem chegar às mãos de uma empresa estrangeira.

Além disso, uma investigação sobre violação da Lei Anticorrupção sobre a Embraer feita pela SEC (que fiscaliza o mercado de capitais) chegou a ser apontada como eventual impedimento.

Aguiar, da Embraer, disse que em nenhum momento questões relacionadas ao mercado da aviação executiva foram usados pelo governo dos EUA. “Eles conseguem separar as coisas”, disse. Hoje, o mercado de defesa da Embraer representa 14% da receita da empresa, sem incluir o novo contrato.

Fonte: Correio do Povo de Alagoas