Quase 5 anos após acidente em Alcântara (MA)
parte elétrica do equipamento foi totalmente reformada
Paula Pereira Estadão - VIA NOTIMP FAB: 201/2008 de 19/07/2008
Quase cinco anos depois do acidente que matou 21 técnicos e engenheiros do Programa Espacial Brasileiro, o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), da Aeronáutica, vai realizar testes com o motor de um novo Veículo Lançador de Satélites (VLS), retomando assim o projeto de desenvolvimento de um foguete totalmente brasileiro, o VLS-1B.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) informou que os testes serão feitos no dia 6 em um banco de ensaio do CTA, em São José dos Campos. Caso o novo motor seja aprovado, em 2010 o CTA deverá lançar o VLS com os dois primeiros estágios ativos para experimentar a separação dos módulos. O passo seguinte do programa deve ocorrer em 2011 ou 2012, quando o veículo seria lançado com todos os seus quatro módulos ativos. Somente então o foguete seria certificado para uso.
O acidente com o VLS, ocorrido no dia 22 de agosto de 2003 no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, foi provocado por um curto-circuito que acionou acidentalmente um dos motores. Por isso, a parte elétrica do novo foguete foi totalmente reformulada para os testes do próximo dia 6.
Depois do acidente, o governo brasileiro foi condenado a indenizar as famílias das vítimas em algumas instâncias, mas os processos por danos morais e materiais ainda correm na Justiça. Das 21 famílias de funcionários mortos, 4 não quiseram discutir a questão nos tribunais e aceitaram a compensação de R$ 100 mil oferecida pela União.
CONSTRUÇÃO DA TORRE
Também nos próximos dias deve ter início a reconstrução da torre de lançamento de Alcântara, destruída no acidente. Uma licitação foi realizada para recuperar a estrutura, mas o processo ficou emperrado por questões judiciais. Em seguida, a obra ficou suspensa até análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que liberou a licitação em março.
A obra deve ficar pronta em 20 meses. A construção da torre está orçada em R$ 30 milhões. Outros R$ 300 milhões devem ser investidos na ampliação e modernização das instalações da base, o que inclui, além de um edifício-controle, hotéis e estradas.
O projeto do complexo também ficou parado e teve de sofrer alterações a pedido do TCU. Além das dificuldades com a licitação, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) enfrentou a resistência da população local e problemas por conta da existência de sítios arqueológicos na região.
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