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Teste do Irã mostra irrelevância de escudo dos EUA, diz Rússia

JAMES KILNER - REUTERS

Fonte: Estadão

MOSCOU - Os mísseis testados nesta semana pelo Irã mostram que não há justificativa para a instalação de um escudo antimísseis dos Estados Unidos no Leste Europeu, já que as ogivas da República Islâmica não podem chegar tão longe, disse a Rússia na sexta-feira, reiterando sua oposição aos planos de Washington.

O Irã disse que os mísseis testados nesta semana seriam capazes de atingir Israel e bases dos EUA no Oriente Médio.

Washington quer instalar o escudo antimísseis na Europa como defesa contra ataques de "Estados párias", como o Irã. A Rússia diz que na verdade esse projeto invade a sua esfera de influência e ameaça a sua segurança nacional.

"Os testes no Irã só confirmaram que o Irã no momento tem foguetes com um alcance de até 2.000 quilômetros", disse o chanceler Sergei Lavrov a jornalistas.

"Isso confirma o que dissemos anteriormente, que a atual idéia de instalar o escudo antimísseis dos EUA na Europa, com seus parâmetros, não é necessária para monitorar e reagir a esses foguetes em particular, com esse alcance."

"Continuamos convencidos da natureza inventada das discussões sobre a ameaça dos foguetes iranianos como motivo para a instalação do escudo antimísseis na Europa", acrescentou Lavrov após reunião com o chanceler da Jordânia, Salaheddin Al Bashir.

Os EUA, que acusam o Irã de ambicionar armas nucleares, não descartam uma ação militar para conter o programa nuclear do país. Teerã garante que suas atividades são pacíficas, voltadas apenas para a geração de energia, e promete reagir à altura contra eventuais agressões.

Lavrov diz que a disputa só pode ser resolvida por meio de negociações, e não com ameaças. "No geral somos favoráveis a que quaisquer problemas ligados ao Irã sejam resolvidos por meio de negociações, métodos políticos e diplomáticos, levando o Irã a um diálogo mutuamente respeitoso e concreto", declarou.

"(A solução deve ser) não por meio de ameaças que são proferidas periodicamente, de que 'a força será usada para que todos os problemas sejam resolvidos de uma vez por todas'. Isso não vai funcionar."

Teerã disse na sexta-feira que seu negociador nuclear vai se reunir no dia 19 com o chefe da diplomacia européia, Javier Solana, para discutir novamente um pacote de incentivos oferecidos por grandes potências em troca de o Irã abandonar o programa de enriquecimento de urânio.

"Somos da opinião de que essas propostas são suficientemente abrangentes e profundas, que elas contêm os estímulos positivos que tornam possível, como resultado dessas conversas, criar condições para negociações subsequentes", disse o ministro russo.

rã ignora pressão internacional e faz novo teste de mísseis

Guarda Revolucionária iraniana faz manobras no Golfo um dia após exercício com míssil capaz de atingir Israel

Agências internacionais

Fonte: Estadão

Imagem mostra o alcance dos mísseis iranianos

Arte/Portal

Imagem mostra o alcance dos mísseis iranianos

TEERÃ - Ignorando as pressões e exigências internacionais, o Irã voltou a realizar nesta quinta-feira, 10, testes com mísseis no Golfo Pérsico, segundo informou a televisão estatal iraniana. Na quarta, a Guarda Revolucionária iraniana testou nove mísseis com alcance de até 2 mil quilômetros - distância suficiente para atacar Israel e bases dos EUA no Oriente Médio - perto do Estreito de Ormuz, uma pequena faixa de água por onde passa 40% do suprimento de petróleo do mundo.

O serviço de inteligência americano confirmou a realização dos testes. Segundo um oficial, o exercício desta quinta foi bem menor do que o realizado no dia anterior e os Estados Unidos estão investigando detalhes das manobras militares. O teste foi realizado no mesmo em que o jornal americano The New York Times afirmou em seu site que uma das fotos para comprovar os lançamentos de quarta-feira, divulgadas pela agência iraniana Sepah News e distribuída pela AFP, foi alterada digitalmente. A imagem que apresenta quatro projéteis na verdade possui apenas três. A fotografia está nas capas de jornais do mundo todo, inclusive de brasileiros como O Estado de S. Paulo.

Em visita à Geórgia, país geograficamente próximo do Irã, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, disse que os EUA vão defender seus interesses e seus aliados. "Levamos muito a sério nossa obrigação de ajudar nossos aliados a se defenderem, e ninguém deve se confundir a esse respeito", disse Rice após reunião com o presidente Mikheil Saakashvili. "O Irã deveria voltar às negociações no formato vigente, já que as ameaças aos Estados Unidos e a outros países não fornecem nada bom a ninguém", acrescentou.

Arte estadao.com.br

O novo teste aconteceu na madrugada desta quinta-feira, e incluiu os foguetes Fateh (conquistador) e Zelzal (terremoto), de médio alcance, assim como o Shihab-3, de longo alcance. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse antes dos testes que os "Estados Unidos defendem a segurança da população no Golfo Pérsico" e farão "o possível para que o Irã não tenha a chance de ameaçar" seus aliados.

O ministro da Defesa iraniano, Mostafa Najjar, afirmou que os mísseis testados na quarta-feira têm um objetivo "puramente defensivo". "Nossos mísseis não serão utilizados para ameaçar nenhum país e seu único objetivo é repelir aqueles que tentem atacar o Irã (...) São para defender a paz no Irã e no Golfo Pérsico", indicou.

Segundo a emissora estatal afirmou nesta quinta, "no terceiro dia das manobras do Grande Profeta no Golfo Pérsico, os acontecimentos mais importantes foram os disparos de mísseis terra-mar e terra-terra, assim como os projéteis mar-terra".

Na quarta-feira, o general Hossein Salami, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária, afirmou que os testes tiveram como objetivo "mostrar nossa determinação e poder contra os inimigos, que nas últimas semanas ameaçaram o Irã com uma linguagem dura". Os EUA dizem que buscam resolver pela via diplomática a disputa sobre o programa nuclear iraniano, mas todas as opções estão sobre a mesa. Israel, por sua vez, indicou recentemente que poderia atacar as instalações nucleares do Irã.

Os mísseis novos têm capacidade de alcançar o território de Israel, a Turquia, a Península Arábica, o Afeganistão e o Paquistão. "Teremos sempre o dedo no gatilho e nossos mísseis estão prontos para ser lançados", disse Salami na quarta para a agência oficial Irna. Salami destacou que o principal objetivo das manobras é "mostrar as capacidades, a preparação e o desenvolvimento da indústria de defesa do Irã", e advertiu os inimigos para "que não cometam erros". "Estamos vigiando todos os movimentos dos inimigos", acrescentou.

Os militares iranianos ameaçaram, há uma semana, bloquear o Estreito caso o Irã fosse atacado, declaração à qual os militares americanos na região reagiram prontamente, afirmando que "não permitiriam" tal ação. Salami não mencionou Israel ou os EUA, mas Ali Shirazi, o representante da Guarda Revolucionária perante o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, foi mais preciso na terça-feira, ao ameaçar "queimar" o Estado judeu e a força naval americana no Golfo Pérsico em caso de guerra contra o Irã.


Foto de testes iranianos tem míssil incluído digitalmente

Imagem que prova lançamento de novos projéteis mostra quatro mísseis, quando na realidade são três

Agências internacionais

Fonte: Estadão

NOVA YORK - Uma das imagens dos testes de mísseis do Irã realizados na quarta-feira, 9, distribuída pela agência France Presse foi alterada, segundo aponta o blog do jornal americano The New York Times. A fotografia que apresenta quatro mísseis lançados no deserto do Golfo Pérsico teve um dos projéteis incluídos digitalmente.


Reprodução/ The New York Times

Nesta quinta-feira, a Associated Press distribuiu a imagem idêntica, da mesma fonte, mas sem o quarto míssil. Na fotografia alterada, nota-se que o segundo e o terceiro projétil (da esquerda para a direita) são idênticos e estão na mesma trajetória. Porém, a fumaça no solo é igual à apresentada pelo quarto projétil lançado. Além disso, o caminhão que está no original distribuído nesta quinta desaparece.


Associated Press

A France Presse reconheceu que a imagem, obtida da agência iraniana Sepah News, responsável por divulgar as informações da Guarda Revolucionária iraniana, foi retocada e teve um míssil acrescentado. A Sepah divulgou a versão original sem dar maiores explicações. A fotografia está nas capas dos principais jornais do mundo todo, como o Los Angeles Times, Chicago Tribune, o espanhol El Pais, inclusive jornais no Brasil, como o O Estado de S. Paulo.

O NYT sugere ainda que a alteração pode ter sido feita pela agência iraniana por meio do Photoshop, ressaltando que a acusação já foi feita anteriorimente mas que não há provas de envolvimento de autoridades iranianas na manipulação da imagem.

O Irã anunciou na quarta-feira que os mísseis novos teriam capacidade de alcançar o território de Israel, a Turquia, a Península Arábica, o Afeganistão e o Paquistão. "Teremos sempre o dedo no gatilho e nossos mísseis estão prontos para ser lançados", disse general Hossein Salami, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária na quarta para a agência oficial Irna.

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