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Apesar das dificuldades financeiras das companhias, empresa reitera projeções de entrega de aviões para 2008

BETH MOREIRA E EQUIPE AE - Agencia Estado


SÃO PAULO - O lucro líquido da fabricante brasileira de aviões Embraer cresceu 121,2% no segundo trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, totalizando R$ 176,3 milhões. O lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) teve incremento de 152,9% e totalizou R$ 199,1 milhões. A margem Ebitda teve elevação e passou de 3,6% para 7,4%. A receita líquida da Embraer passou de R$ 2,19 bilhões para R$ 2,69 bilhões, o que representou um aumento de 23%.

A Embraer informou que teve impacto cambial positivo no segundo trimestre de 2008. Ele representou uma receita de R$ 150,8 milhões, que por sua vez foi 26,4% maior que a apurada entre abril e junho de 2007. Essa receita é produto do impacto da variação cambial sobre ativos e passivos denominados em outras moedas. O endividamento da Embraer permaneceu estável no segundo trimestre, em R$ 2,633 bilhões; 43,6% da dívida estava denominada em reais, a um custo médio de 8,29% ao ano, e os 56,4% restantes eram em moeda estrangeira, principalmente o dólar americano.

Entregas

O vice-presidente executivo financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, Antonio Luiz Pizarro Manso, reiterou hoje as projeções de entrega de aviões para 2008 e 2009, apesar das dificuldades financeiras em que se encontram muitas companhias aéreas, afetadas pela forte alta do preço do petróleo.

"Mantemos nossa previsão de entregas entre 195 e 200 jatos para 2008 e acredito que ficaremos próximos da faixa superior", disse, em teleconferência nesta manhã. A programação prevê ainda a entrega de dez a 15 jatos executivos modelo Phenom 100 neste ano. Para 2009 a previsão é de realizar entre 195 e 200 entregas, além de 120 a 150 modelos da família Phenom (incluindo o 300).

Segundo o executivo apenas duas empresas pediram adiamento de entregas, entre elas a JetBlue e a Virgin Blue, sendo que a primeira adiou a entrega de apenas um avião e a segunda, de outros três. Manso considerou as mudanças pequenas e insistiu que não afetam o cronograma da Embraer. "Não há nenhuma outra empresa negociando o adiamento de entrega de aeronaves", afirmou.

A maior preocupação da Embraer até o final do ano é o câmbio, segundo o executivo. Manso disse que a apreciação do real ante o dólar tem sido forte e que é complexo prever como ficará daqui para a frente. "É difícil dizer que valor deve alcançar no final do ano", afirmou, lembrando que a empresa faz ajustes nas suas projeções a cada trimestre.