As Forças Armadas vão às compras
Plano Estratégico de Defesa expõe a preocupação com a Venezuela
Jornal Zero Hora
Ele conquistou não só o coração da cantora Carla Bruni, mas também o das Forças Armadas brasileiras. Ao concordar em transferir tecnologia ao Brasil, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, se tornou o novo parceiro estratégico do ambicioso projeto de reaparelhamento militar que coloca o país na corrida armamentista da América do Sul.
A aliança com os franceses, prevista no Plano Estratégico de Defesa Nacional, será apresentada a um grupo de ministros na terça-feira e lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias. Delineado há oito meses pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, o programa tem o objetivo de redirecionar as prioridades das Forças Armadas para os próxi mos 30 anos, além de reativar a indústria bélica do país. O documento não vai detalhar as compras, mas o pacote inclui submarinos, helicópteros e caças supersônicos. Os acordos com a França são os mais adiantados.
– O programa não é uma lista de compras, mas um conjunto de orientações – diz um interlocutor do ministro. A mobilização brasileira coincide com o rearmamento maciço da Venezuela, que preocupa o governo dos EUA e os militares do Brasil.
O país de Hugo Chávez comprou, apenas da Rússia, US$ 4 bilhões em armas nos últimos anos. Na lista estão 24 caças Sukhoi 30 MK2, 53 helicópteros de transporte e ataque e 100 mil fuzis AK-103. A Venezuela pretende adquirir ainda 15 submarinos lançadores de mísseis e 130 navios. Em janeiro, Jobim realizou um périplo por estaleiros e fábricas da França, da Rússia e dos EUA, mas quando deixou Paris praticamente havia selado o acordo com os franceses.
A contribuição de Sarkozy começará pelo mar. O acerto leva em conta o protagonismo que a Marinha adquiriu nas negociações, principalmente após a descoberta de jazidas de petróleo nas camadas de pré-sal do Atlântico Sul. É consenso dentro do governo a necessidade imediata de recompor a frota sucateada da Marinha para proteger as novas plataformas. O presidente francês desembarca no Brasil em 22 de dezembro, acompanhado de Carla Bruni, quando deverá assinar os primeiros acordos bilaterais.
A parceria prevê a construção de três submarinos convencionais Scorpène, de propulsão a diesel, e a incorporação de tecnologia para a construção de um submarino nuclear, projeto que não sairá por menos de US$ 7 bilhões. Mas a aliança com a França ultrapassa os acordos navais. Para o Exército, a novidade é o projeto batizado de “Soldado do Futuro”. Prevista para ser implementada na selva amazônica, região na qual o governo pretende reforçar a presença militar, a iniciativa inclui a instalação de chips nos uniformes dos soldados.
– Eles ficarão conectados a uma central de operações, terão câmeras nos capacetes e até o estado de saúde do soldado em combate poderá ser monitorado – revela uma fonte do Ministério da Defesa. Para dar suporte a estas operações, serão comprados 51 helicópteros de transporte Cougar 725. Eles serão adquiridos junto à Helibrás, empresa sediada em Minas Gerais, mas controlada pela francesa Eurocopter. A produção atenderá às três forças.
– As compras serão alinhadas de acordo com definições estratégicas. E a França tomou a dianteira ao propor compartilhamento de tecnologia – comenta o especialista em assuntos militares Nelson Düring, editor do site Defesanet.
A única compra que ainda não está fechada é a dos caças supersônicos. Mesmo assim, a preferência mais uma vez é dos franceses, produtores do jato Rafale. A expectativa é concluir as aquisições até dezembro, com a encomenda de 12 aviões para substituir caças Mirage comprados em 2006, mas cuja desativação começará em 2015. O fabricante, a também francesa Dassault, promete trazer para o país a tecnologia de construção do caça, em um projeto que pode envolver a Embraer. Outros países detentores de tecnologia bélica, contudo, ainda mantém esperanças de vender ao Brasil.
A Rússia tenta emplacar um contrato envolvendo caças Sukhoi-35. Já a Alemanha, que domina o mercado de submarinos e tinha a primazia nas vendas ao Brasil, ficou para trás diante das promessas de Sarko zy. Para seduzir Jobim, o presidente francês acenou com uma proposta tentadora. Sarkozy se comprometeu em ajudar na construção de satélites geostacionários. A idéia é lançá-los da Base de Alcântara, no Maranhão.
Apesar dos avanços nas negociações, Lula ainda não deu o sinal verde para a assinatura de contratos. Faltam alguns ajustes, principalmente em relação ao aumento dos recursos da Defesa no orçamento da União. Jobim tenta ampliar para R$ 10,9 bilhões a verba disponível para investimentos. A indústria bélica nacional, porém, já comemora. Em uma reunião na última terça-feira, em São Paulo, representantes de 52 empresas do setor salientaram a previsão do governo de que, até 2010, metade dos equipamentos de segurança nacional terão de ser adquiridos de empresas locais.
Ele conquistou não só o coração da cantora Carla Bruni, mas também o das Forças Armadas brasileiras. Ao concordar em transferir tecnologia ao Brasil, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, se tornou o novo parceiro estratégico do ambicioso projeto de reaparelhamento militar que coloca o país na corrida armamentista da América do Sul.
A aliança com os franceses, prevista no Plano Estratégico de Defesa Nacional, será apresentada a um grupo de ministros na terça-feira e lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias. Delineado há oito meses pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, o programa tem o objetivo de redirecionar as prioridades das Forças Armadas para os próxi mos 30 anos, além de reativar a indústria bélica do país. O documento não vai detalhar as compras, mas o pacote inclui submarinos, helicópteros e caças supersônicos. Os acordos com a França são os mais adiantados.
– O programa não é uma lista de compras, mas um conjunto de orientações – diz um interlocutor do ministro. A mobilização brasileira coincide com o rearmamento maciço da Venezuela, que preocupa o governo dos EUA e os militares do Brasil.
O país de Hugo Chávez comprou, apenas da Rússia, US$ 4 bilhões em armas nos últimos anos. Na lista estão 24 caças Sukhoi 30 MK2, 53 helicópteros de transporte e ataque e 100 mil fuzis AK-103. A Venezuela pretende adquirir ainda 15 submarinos lançadores de mísseis e 130 navios. Em janeiro, Jobim realizou um périplo por estaleiros e fábricas da França, da Rússia e dos EUA, mas quando deixou Paris praticamente havia selado o acordo com os franceses.
A contribuição de Sarkozy começará pelo mar. O acerto leva em conta o protagonismo que a Marinha adquiriu nas negociações, principalmente após a descoberta de jazidas de petróleo nas camadas de pré-sal do Atlântico Sul. É consenso dentro do governo a necessidade imediata de recompor a frota sucateada da Marinha para proteger as novas plataformas. O presidente francês desembarca no Brasil em 22 de dezembro, acompanhado de Carla Bruni, quando deverá assinar os primeiros acordos bilaterais.
A parceria prevê a construção de três submarinos convencionais Scorpène, de propulsão a diesel, e a incorporação de tecnologia para a construção de um submarino nuclear, projeto que não sairá por menos de US$ 7 bilhões. Mas a aliança com a França ultrapassa os acordos navais. Para o Exército, a novidade é o projeto batizado de “Soldado do Futuro”. Prevista para ser implementada na selva amazônica, região na qual o governo pretende reforçar a presença militar, a iniciativa inclui a instalação de chips nos uniformes dos soldados.
– Eles ficarão conectados a uma central de operações, terão câmeras nos capacetes e até o estado de saúde do soldado em combate poderá ser monitorado – revela uma fonte do Ministério da Defesa. Para dar suporte a estas operações, serão comprados 51 helicópteros de transporte Cougar 725. Eles serão adquiridos junto à Helibrás, empresa sediada em Minas Gerais, mas controlada pela francesa Eurocopter. A produção atenderá às três forças.
– As compras serão alinhadas de acordo com definições estratégicas. E a França tomou a dianteira ao propor compartilhamento de tecnologia – comenta o especialista em assuntos militares Nelson Düring, editor do site Defesanet.
Lula ainda não autorizou a assinatura dos contratos
A única compra que ainda não está fechada é a dos caças supersônicos. Mesmo assim, a preferência mais uma vez é dos franceses, produtores do jato Rafale. A expectativa é concluir as aquisições até dezembro, com a encomenda de 12 aviões para substituir caças Mirage comprados em 2006, mas cuja desativação começará em 2015. O fabricante, a também francesa Dassault, promete trazer para o país a tecnologia de construção do caça, em um projeto que pode envolver a Embraer. Outros países detentores de tecnologia bélica, contudo, ainda mantém esperanças de vender ao Brasil.
Preterida no pacote de compras de Jobim, a Rússia terá um prêmio de consolação. O governo do primeiro-ministro Vladimir Putin está fechando acordos periféricos, como a construção de uma fábrica de blindados no Rio Grande do Sul e a venda de 12 helicópteros de ataque MI-35 à FAB, ao preço de US$ 20 milhões cada.
Apesar dos avanços nas negociações, Lula ainda não deu o sinal verde para a assinatura de contratos. Faltam alguns ajustes, principalmente em relação ao aumento dos recursos da Defesa no orçamento da União. Jobim tenta ampliar para R$ 10,9 bilhões a verba disponível para investimentos. A indústria bélica nacional, porém, já comemora. Em uma reunião na última terça-feira, em São Paulo, representantes de 52 empresas do setor salientaram a previsão do governo de que, até 2010, metade dos equipamentos de segurança nacional terão de ser adquiridos de empresas locais.
1 Comentários
Por que assinar um contrato com a IVECO para construção de blindados sob rodas?
A falta de dinheiro é uma coisa presente nas finanças do Brasil, mas burrice é outra coisa!! Vejamos temos ainda vivas a AVIBRÁS e a IMBEL. A AVIBRÁS recentemente construí o Guará, blindado de 4x4, mas o EB não se interessou. Quem mostrou competência para fazer um 4x4, certamente, poderá fazer um 6x6, um 8x8, ou até um 10x10. Repito o que disse, nossos engenheiros militares são muito competentes. Se por acaso, for necessário assinamos, um acordo militar com a Alemanha ou Rússia. Temos no passado, projetos do URUTU e do CASCÁVEL cuja experiência resultante e o conhecimento de nossos engenheiros e técnicos militares não faliram. Competência não nos falta. O Centauro italiano é uma cópia descarada do Sucuri brasileiro.
A IMBEL é a herdeira judicial dos acervos da ENGESA, da BERNARDINI, e da MOTO PEÇAS. A substituição do transporte blindado de tropas infantes M-113 do EB, poderia ser feito, também, usando-se o modelo aperfeiçoado do Charrua, construído agora pela AVIBRÁS ou a IMBEL, ou ambas as empresas, o blindado anfíbio transporte de tropas, com uma necessária modernização de blindagem, sem perder a condição de ser anfíbio para a região amazônica, com um super-sistema de armamento, artilhados e com mísseis anti-carro, anti-aéreo, ou anti-barcos de desembarques.
Aliás, esta nova viatura Charrua 01, faria frente nas fronteiras da Venezuela ao violento russo BMP -3, a ser comprado pelo exército deste país.
Queira DEUS nossas FAs não sejam levadas ao sacrifício inútil, por causa da displicência governamental, nem tudo se resolve, com “tapinhas sindicalistas e cafezinho”. O BMP-3 russo que o Chavez vai comprar é excelente carro. Quem do EB fará frente a ele na Amazônia ????.
Falta muito para este Plano Estratégico virar realidade !!! Por enquanto é somente discursos políticos. Vamos alistar os filhos e netos, de todos os políticos brasileiros nas nossas FAs e remete-los para frente de combate se necessário for !!!
Assim, com certeza, eles verão e sentirão, com exata realidade as verdadeiras necessidades do EB. Para quem sabe o mínimo das histórias do povos, sabe que isto pode bem acontecer. !!!!!!!
Por falar em BMP-3 russo, por que o EB, não se utilizar, da AVIBRÁS e da IMBEL, ou, uma 3ª empresa coligada, nestes procedimentos de fortalecimento bélico do Plano Estratégico de Defesa ????