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"Prefiro estar em Pequim a ir aos EUA"

Chávez falta a encontro da ONU para viajar à China
e firmar acordos comerciais e militares


Fonte: JB

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, que começou ontem uma visita de três dias à China para aumentar a cooperação militar e energética com sua aliada estratégica, assegurou que não tinha realmente a intenção de estar em Nova York, onde ocorre a Assembléia Geral da ONU.

– Nesse momento, para mim é muito mais importante estar em Pequim – assegurou Chávez.

Esta é a quinta visita do dirigente venezuelano ao país asiático. Hoje, Chávez se reune com seu homólogo chinês Hu Jintao para firmar cerca de 20 acordos, sobretudo para a compra de aviões e a construção de refinarias.

Antes de chegar à China, o venezuelano estava em Cuba e depois partirá para a Rússia, a etapa seguinte de uma ronda internacional que depois o levará à França e a Portugal.

Na sua chegada a Pequim, Chávez assegurou que está cheio de entusiasmo porque "sua relação com a China já passou para um nível estratégico muito alto":

– Este grande país precisa de muito petróleo, muita energia.

O mandatário venezuelano explicou que vai assinar um acordo para a construção de refinarias em ambos os países:

– Estamos trabalhando num projeto de construção de uma frota petroleira conjunta chino-venezuelana – explicou, lembrando que há 10 anos a Venezuela não vendia nem uma gota de petróleo para a China e hoje vende 300 mil barris diários, número que aumentará para 500 mil no próximo ano, e 1 milhão em quatro. – A China está demonstrando ao mundo que não faz falta agredir a ninguém para ser uma grande potência. A sua ascensão foi sem invasões.

O presidente venezuelano confirmou sua reunião em breve com o presidente russo, Dimitri Medvedev, e o primeiro ministro, Vladimir Putin.

– Estamos construindo um mundo pluripolar porque será a única maneira de atingir o que dizia Simón Bolívar: o equilíbrio do universo para ter paz nesta terra – assegurou, no dia seguinte em que uma frota russa zarpou em direção à Venezuela, onde realizará exercícios militares conjuntos em moldes jamais vistos na America Latina.

O líder de esquerda fez de sua relação com a China um dos pilares de sua política exterior, caracterizada pelo seu enfrentamento aos Estados Unidos.

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K-8 from Zambia Air Force

Antes de viajar, o presidente venezuelano havia anunciado que firmaria com a China um contrato para a compra de 24 aviões de combate K-8 Karakorum, que as Forças Aérea venezuelanas receberão em 2009.

http://www.combataircraft.com/aircraft/tk8_p_01_l.jpg


Chávez anunciou ainda que durante sua viagem a Pequim serão investidos US$ 4 bilhões em um fundo de investimento sino-venezuelano criado há dois anos, que atualmente conta com um capital de US$ 6 bilhões – 2 bilhões investidos pela Venezuela e 4 bilhões pela China. Caracas utiliza este fundo para financiar "projetos de desenvolvimento socialista".

– Antes tinhamos de ir a Washington para mendigar dinheiro. Agora não. Negociamos com os chineses – afirmou Chávez.