Embraer restaura uma das primeiras aeronaves Bandeirante
Ex-empregados que trabalharam no programa estiveram à frente da recuperação do avião
Ex-empregados que trabalharam no programa estiveram à frente da recuperação do avião
Hercules Araújo - Airway
Em cerimônia comemorativa aos 40 anos do primeiro vôo do protótipo do Bandeirante, ocorrido em 22 de outubro de 1968, e que contou com a presença de autoridades e integrantes da equipe original responsável pelo projeto e construção da aeronave, a Embraer apresentou, nesta data, o segundo protótipo do Bandeirante, após cuidadoso processo de recuperação realizado com a ajuda de empregados e ex-empregados.
O projeto da aeronave Bandeirante, identificado sob a sigla IPD-6504 e levado a cabo pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD) do então Centro Técnico de Aeronáutica, hoje Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), resultou na construção de três protótipos e deu origem à criação da Embraer, em 19 de agosto de 1969. “O Bandeirante é um referencial da indústria aeronáutica brasileira e mundial e estamos satisfeitos em contribuir para a preservação e disseminação dessa história, motivo de justo orgulho para todos os brasileiros”, comentou Horacio Forjaz, Vice-Presidente Executivo de Assuntos Corporativos da Embraer.
O segundo protótipo do Bandeirante pertenceu originalmente à Força Aérea Brasileira (FAB), e hoje faz parte do acervo da Fundação Santos Dumont (www.santosdumont.org.br), no município de Cotia, Estado de São Paulo. O avião, matrícula 2131, foi desmontado e transportado para a sede da Embraer, onde equipes compostas por empregados e ex-empregados, muitos dos quais trabalharam no programa do Bandeirante na década de 70, encarregaram-se dos trabalhos de restauro. A operação foi iniciada no dia 1º de setembro e concluída em pouco mais de um mês.
“A recuperação do protótipo do Bandeirante é um importante resgate histórico. Ficamos muito felizes com a sensibilidade demonstrada pela Embraer e com a volta do avião para casa”, disse o presidente da Fundação Santos Dumont, Maj Brig Eng RF José Vicente Cabral Checchia. O segundo protótipo do Bandeirante voou pela primeira vez há exatos 39 anos, no dia 19 de outubro de 1969, nas cores da FAB (de quem recebeu a designação YC-95). A pintura foi refeita nas mesmas cores e tonalidades – branca, com uma faixa azul no meio, e cinza, na parte de baixo. Logo abaixo da janela do piloto, no nariz do avião, foram pintadas as bandeiras dos dez países da América do Sul onde o protótipo realizou vôos de demonstração. Na reforma do interior, que incluiu forros dos painéis, poltronas, armários e lavabo, foram empregadas as mesmas cores, tonalidades e texturas dos materiais utilizados na época. O carpete verde que substituiu o original é idêntico, assim como a cortina bege, confeccionada à mão e com detalhes em verde que formam a imagem estilizada de uma asa de avião.
O sistema elétrico também exigiu cuidados especiais para possibilitar a reativação da iluminação interna das cabines de pilotagem e de passageiros (luzes do corredor, de cortesia e de segurança) e também da iluminação externa (de navegação, pouso e taxiamento). Dos três protótipos originais do Bandeirante, o primeiro pertence ao acervo do Museu Aeroespacial no Rio de Janeiro, e o terceiro se encontra em exposição permanente no Parque Santos Dumont, em São José dos Campos.
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