Airbus A330-200, matrícula F-GZCE - Foto Internet Flick
Equipamento defeituoso motivou alerta para A330
Do Jornal do Comercio
A Agência Europeia de Segurança da Aviação (Easa) emitiu, em 16 de janeiro, um alerta para os pilotos dos aviões Airbus A330 e A340, sobre ocorrências anormais no equipamento Ecam (sigla em inglês para monitor eletrônico centralizado da aeronave), o que levaria a um “comportamento anormal” que provocaria, por exemplo, repentinos mergulhos em pleno voo, segundo o jornal americano The New York Times. O problema foi detectado em um voo da companhia australiana Qantas em outubro e teria sido precedido do desligamento do piloto automático do A330 – também desconectado no voo 447.
Mensagens enviadas automaticamente pelo avião mostram que o desligamento do piloto automático foi seguido de uma série de falhas na parte elétrica do Airbus, que culminaram, 4 minutos depois do início da pane, no desaparecimento da aeronave.
O incidente envolvendo um Airbus da Qantas deixou dezenas de pessoas feridas. O sistema de controle eletrônico de voo do Airbus, que ia de Cingapura para Perth, na Austrália, forneceu “informações aleatórias e erradas” aos pilotos, incluindo leituras de queda de altitude e avisos de que o avião estava estolando (perdendo velocidade e suspensão). A aeronave mergulhou de forma abrupta.
Tom Swift, ex-cientista-chefe de fraturas mecânica e metalúrgica da Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA), disse ao jornal que raios muito severos poderiam causar o mau funcionamento do sistema de controle eletrônico do A330.
Segundo o especialista, se os raios, turbulências ou algum outro problema afetassem esse sistema, os pilotos podem ter tido dificuldade para voar ou a aeronave pode ter iniciado manobras não comandadas pelos pilotos.
Reportagens publicadas hoje nos jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde mostram que o Airbus A330 enviou pelo menos seis mensagens automáticas, entre 23h10 e 23h14 (horários de Brasília), aos computadores da Air France, em tempo real, informando uma sequência de falhas elétricas e de equipamentos fundamentais ao voo.
As mensagens foram emitidas pelo sistema Acars (sigla em inglês para sistema de comunicação e informação) e comunicaram uma série de siglas e números. Os jornais de São Paulo pediram a um comandante de Airbus que traduzisse os alertas. Eles mostravam que o avião teve pane generalizada em seus parâmetros eletrônicos.
Quatro minutos de pane
Fonte: Zero Hora
Mensagens automáticas recebidas pela sede da Air France, em Paris, indicariam que a tragédia do voo 447 se desenhou em quatro minutos.
O primeiro sinal de um possível problema a bordo chegou às 23h10min de domingo, dando conta de que o piloto automático do Airbus A330-200 havia se desconectado. As mensagens seguintes apontam para uma sucessão de graves panes em alguns dos principais computadores do jato. O último alerta (conforme quadro ao lado), foi emitido às 23h14min: “cabin vertical speed” (cabine em velocidade vertical, na tradução do inglês).
A informação final, dizem investigadores militares, pode ter duas leituras: queda livre ou uma brusca variação de pressão dentro da cabine, ocasionada por uma descida mais rápida do que o comum. Como a tripulação do A330 não fez nenhuma tentativa de comunicação por rádio nem a companhia aérea recebeu outros alertas, é possível que esse seja um “indício técnico” de que o avião caiu no Oceano Atlântico.
A sequência das últimas mensagens começou às 23h, 20 minutos antes do horário previsto para o Airbus ingressar no espaço aéreo do Senega. Pelo sistema Acars (sigla em inglês para Sistema de Comunicação e Reporte), a tripulação informou por escrito à companhia aérea que atravessava uma área sobre cumulus nimbus – região de instabilidade formada por nuvens carregadas de eletricidade, no interior das quais ocorrem rajadas de ventos e tempestades com possibilidade de relâmpagos. Até então, o voo era normal.
Mistério é o que levou o jato a entrar nesta situação
Dez minutos depois, o Acars dispara uma mensagem indicando que o piloto automático havia se desconectado. A ação não é atípica e pode ter sido uma iniciativa dos pilotos ou dos próprios sistemas do avião, que “devolvem” os controles para a tripulação sempre que detectam falhas críticas, como uma divergência de cálculos entre o piloto e o copiloto automáticos.
A mudança de comando não pega a tripulação de surpresa. É quase instintivo colocar as mãos sobre os controles direcionais – joystick, no caso dos Airbus – durante fortes turbulências.
Todas as mensagens transmitidas nos minutos seguintes indicam mais falhas em computadores essenciais ao voo. A hipótese mais provável é de que, desorientada, a tripulação não tenha conseguido controlar a aeronave, fazendo com que ela perdesse sustentação e caísse 11 mil metros de altitude.
O mistério é por que o A330 entrou nessa situação. O jato é equipado com radares capazes de prever condições meteorológicas adversas na rota e escapar do núcleo de cumulus nimbus, onde a instabilidade é ainda maior.
Aeronáutica divulgou novas imagens do trabalho de buscas (Foto: Divulgação/FAB)
Foram encontradas partes internas da aeronave, diz brigadeiro
Área de buscas foi reduzida para 6 mil km².
De acordo com ele, 150 pessoas participam do trabalho.
Área de buscas foi reduzida para 6 mil km².
De acordo com ele, 150 pessoas participam do trabalho.
Do G1, em São Paulo
Partes internas do avião que fazia o voo AF 447 foram avistadas no mar, na região de buscas, segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Ele participa de uma entrevista na manhã desta quinta-feira (4), no Recife.
O brigadeiro afirmou que a área de busca foi reduzida para 6 mil quilômetros quadrados, por causa da concentração de destroços. Antes, as equipes chegaram a vasculhar 9,7 mil quilômetros quadrados.
Ele diz dificilmente os vestígios do avião chegarão a Fernando de Noronha, pois as correntes marítimas seguem em direção a Sudeste e não no sentido do arquipélago.
Ele disse que um helicóptero Blackhawk está sendo usado pela primeira vez, nesta quinta, para vistoriar uma área a 200 quilômetros ao Norte de Fernando de Noronha. Essa aeronave não deve ser usada na retirada de peças do avião no mar, porque não há possibilidade de levar uma equipe que pode ir para a água e "amarrar" os destroços.
A Marinha informou que três navios brasileiros estão na região onde foram encontrados destroços na terça-feira (2). Cardoso diz que a visibilidade está "um pouco" reduzida nesta manhã, com chuva e teto baixo, mas o trabalho de busca continua sendo feito , normalmente.
O brigadeiro afirma que cerca de 150 pessoas participam das atividades de resgate, incluindo equipes que estão em Natal, no Recife e em Fernando de Noronha.
Ele reiterou que os corpos que podem ser encontrados terão prioridade e que não há previsão de término dos trabalhos.
Imagem divulgada pela Aeronáutica mostra mancha de óleo em área de busca pelo voo AF 447 (Foto: Divulgação/Aeronáutica)
Mídia francesa aponta hipótese de que Airbus
não estava com velocidade correta
'Le Monde' citou fonte da Força Aérea francesa ligada às investigações.
'Le Figaro' cogita hipótese de que avião tenha se desintegrado.
não estava com velocidade correta
'Le Monde' citou fonte da Força Aérea francesa ligada às investigações.
'Le Figaro' cogita hipótese de que avião tenha se desintegrado.
Do G1, em São Paulo, com informações do Bom Dia Brasil
Após a queda do Airbus da Air France nesta semana, não são só os parentes das vítimas que querem respostas. Na França, a imprensa também busca explicações. Nesta quinta-feira (4), os dois principais jornais franceses trazem novidades sobre a tragédia do voo 447.
O "Le Monde" postou em seu website uma informação importante que pode ajudar a esclarecer as causas do acidente. Citando uma fonte da Força Aérea francesa ligada às investigações, o periódico diz que o Airbus A330 não estava na velocidade correta ao entrar na zona de tempestade. O jornal não especifica se a velocidade estava acima ou abaixo do recomendado, mas afirma que ainda nesta quinta o fabricante da aeronave vai publicar uma recomendação aprovada pelo comitê encarregado das investigações.
No comunicado, destinado a todas as companhias que usam o A330, a Airbus deverá alertar que, em caso de condições meteorológicas difíceis, os tripulantes devem conservar a potência e a posição corretas, para manter o avião em equilíbrio.
Por sua vez, o "Le Figaro" atribui a uma fonte ligada às investigações a informação de que a comissão trabalha com a hipótese de que o avião tenha se desintegrado no ar.
Nesta quarta-feira, os investigadores receberam mais uma informação vinda de prováveis testemunhas. Dois pilotos da companhia espanhola Air Comet, que estavam fazendo o vôo Lima-Madri, disseram que na hora e local próximos do acidente viram um imenso clarão no céu e uma bola de fogo em queda. Um passageiro também testemunhou ter visto o clarão.
A agência europeia de segurança da aviação emitiu, em janeiro, um alerta para os pilotos das aeronaves A330, a mesma que caiu sobre o Oceano Atlântico.
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