Caminho aberto para o Irã…
Sauditas podem «fechar os olhos» a aeronaves de Israel

Fonte: Area Militar

A imprensa de Israel tem feito nas últimas horas várias referências à notícia segundo a qual, Israel teria chegado a um acordo secreto com a Arábia Saudita, que poderia em caso de necessidade permitir a passagem de aeronaves israelitas sobre o espaço aéreo saudita, com o objectivo de atacar alvos no Irão.

A notícia, veiculada pela imprensa de Israel, não é naturalmente confirmada, e foi mesmo desmentida pelos sauditas, mas os rumores sobre a possibilidade de entendimentos não oficiais entre Israel e o reino Saudita têm sido correntes nos últimos tempos. Embora negando, os sauditas terão dado o seu acordo tácito à utilização do seu espaço aéreo, numa politica de «não vimos, não sabemos e negamos tudo».

Os estados árabes do golfo, têm mostrado a sua desconfiança e a sua preocupação com a evolução da situação iraniana. O receio de uma expansão fundamentalista Xiita instigada pelas autoridades iranianas é uma fonte de dores de cabeça para países como a Arábia Saudita, os Emirados ou o Koweit.

Vários desses países aproveitaram o boom dos preços do petróleo em 2008 para negociar a compra de grandes quantidades de armamento. A Arábia Saudita adquiriu aeronaves de combate Eurofighter e considera duplicar a encomenda, enquanto que os Emirados adquiriram sofisticados sistemas de defesa anti-aéreos de origem norte-americana.

Mas as compras dos estados do golfo não se ficaram pelos Estados Unidos. Com o objectivo de garantir algum tipo de capacidade de pressão sobre a Rússia, os países do golfo também adquiriram quantidades de equipamentos à industria militar russa.

Todos os receios por parte dos estados Árabes têm razões históricas e são cada vez maiores à medida que os Estados Unidos abandonam o Iraque, um país de maioria Xiita, que a Arábia Saudita teme se transforme num regime fantoche de Teerão.

A Arábia Saudita já anunciou há algum tempo, que no caso de a situação iraquiana se deteriorar, interviria no Iraque para proteger a minoria Sunita.
Isto, poderia levar os dois eternos rivais do golfo a uma situação de conflito aberto.

Neste caso, a Arábia Saudita tem todo o interesse em garantir embora não oficialmente o apoio de Israel, país que não só detém a mais poderosa força aérea da região, como além disso tem sido ameaçado de extinção pelo governo iraniano, que ameaçou destruir o estado judeu.

Na prática, o acordo informal, não representa nenhum tipo de aliança, e apenas serve como forma de pressionar as autoridades iranianas. Sem ter que sobrevoar a Jordânia e o Iraque e com a possibilidade de as suas aeronaves de reabastecimento poderem sobrevoar território Saudita, as aeronaves de Israel podem atacar território iraniano praticamente onde quiserem.

O principal alvo de Israel poderiam ser as instalações nucleares iranianas, e o programa iraniano de construção de armas atómicas, controlado pelos Guardas da Revolução que está segundo fontes norte-americanas num estágio avançado.
Os especialistas norte-americanos consideram que os iranianos poderão efectuar o lançamento de um míssil com uma ogiva atómica em 2012 e que até 2015 poderão desenvolver um míssil intercontinental com capacidade para atingir o nordeste Estados Unidos com armas atómicas.

Especialistas russos, que colaboraram no desenvolvimento do programa nuclear iraniano também já afirmaram que o Irão tem a bomba e Israel parte do principio de que poderá ser atacado a qualquer momento pelo regime fundamentalista.