Jobim vai a Paris fechar acordos militares com a França

Fonte: Agencia Estado

Brasil e França começam nesta semana uma maratona de encontros para fechar até o fim de agosto os acordos para os três primeiros grandes contratos na área de defesa. O ministro Nelson Jobim, titular da pasta, viaja a Paris na sexta-feira para dar a partida nessa etapa final. A meta do trabalho ao longo deste e do próximo mês é chegar à solenidade do 7 de Setembro, que terá como convidado especial o presidente francês, Nicolas Sarkozy, com tudo pronto.

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Cougar EC-725

O ministro quer anunciar a compra e montagem no Brasil de 51 helicópteros pesados Cougar EC-725, a aquisição de quatro submarinos convencionais e os contratos para a construção do casco de um submarino de propulsão nuclear. Além disso, em negociação separada, o governo brasileiro discute com a França o financiamento para a construção de um estaleiro e uma base naval no litoral do Rio.

Jobim desembarcará em Paris para participar das comemorações da data nacional francesa (14 de julho) e se reunir com assessores de Sarkozy e os altos comandos militares e da indústria de defesa da França. No dia seguinte aos festejos, Jobim cumpre uma das agendas estratégicas da viagem. Voa no dia 15 num Rafale, um dos caças selecionados para a lista final do projeto FX-2 da Força Aérea Brasileira (FAB) - os outros dois concorrentes são o F-18, da Boeing norte-americana, e o Gripen NG, da Saab sueca.


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Brasil e França querem criar "aliança pela mudança" mundial

Fonte: EFE - Via G1

O Brasil e a França defenderam hoje criar uma "aliança pela mudança" que reestruture e vigie as instituições financeiras internacionais, amplie a representatividade do Conselho de Segurança da ONU e dê prioridade ao combate ao aquecimento global, para estar "à altura dos desafios de nosso século".

Os dois países compartilham uma visão comum "de um novo multilateralismo adaptado a um mundo multipolar", escreveram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, em uma coluna publicada na imprensa francesa e brasileira, coincidindo com a reunião dos líderes em Paris.

O encontro dos dois acontece um dia antes do início da cúpula do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia) na localidade italiana de L'Aquila, onde também estarão cerca de 20 países e organismos internacionais convidados, entre eles o G5, formado pelas grandes economias emergentes (Brasil, China, Índia, África do Sul e México).

"Se a ONU tivesse uma representação legítima de nossa geografia, muitas coisas poderiam ser resolvidas com mais rapidez", disse Lula, ao término do encontro entre os dois líderes no Palácio do Eliseu, no qual Sarkozy ressaltou que, "depois da crise, nada poderá ser como antes", por isso pediu "uma mudança de governabilidade mundial".

Os dois líderes propuseram que grandes economias emergentes, como Brasil e Índia, ou "grandes contribuintes ao sistema das Nações Unidas", como a Alemanha e o Japão, estejam representados no Conselho de Segurança das Nações Unidas, "para construir uma ordem mundial internacional mais equilibrada e mais solidária".

Desde sua criação, depois da Segunda Guerra Mundial, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.

Lula e Sarkozy pediram também que as "instituições financeiras internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) concedam um papel "mais importante em seus processos de decisão às economias emergentes e dinâmicas".

Os dois presidentes consideraram que "a necessidade de uma mudança na governabilidade global não nasceu com a crise", mas acrescentaram que esta representa uma "oportunidade" para realizar as reformas requeridas pelo sistema internacional.

"O papel da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na governabilidade econômica mundial deve ser singularmente reforçado" em um mundo no qual "a pobreza e a exclusão social agravam a instabilidade do sistema internacional", acrescentaram.

O texto reivindica também a conclusão da Rodada do Desenvolvimento de Doha, o processo de liberação comercial negociado há mais de oito anos e que, na prática, está paralisado há 12 meses, para que se "reforce o multilateralismo em matéria comercial" dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Sobre o meio ambiente, Lula e Sarkozy afirmaram que é preciso alcançar "um resultado ambicioso em Copenhague em dezembro (quando deve ser negociado o denominado processo pós-Kioto), para conseguir" combater a mudança climática e "limitar a dois graus centígrados o aumento da temperatura do planeta".

A mudança global deve passar por uma transformação "no crescimento mundial para que a mudança climática seja uma prioridade", disse o presidente francês, em entrevista coletiva.

"Com outros chefes de Estado e de Governo, devemos formar uma 'aliança pela mudança' para embandeirar essa visão de um mundo mais democrático, mais solidário e mais justo", concluíram Lula e Sarkozy.