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Compra dos caças só será tratada depois do dia 23

TÂNIA MONTEIRO - Agencia Estado

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que, só na volta de sua viagem à Bélgica, China e Canadá, em 23 de novembro, é que tratará sobre a questão do processo de compra dos caças pelo Brasil. A informação foi dada pelo ministro após participar da abertura do 9º Seminário de Direito Militar no Superior Tribunal Militar (STM).

Na palestra que fez, o ministro voltou a atacar os Estados Unidos, lembrando que ele é advogado e juiz e que "advogados e juízes trabalham com jurisprudência e a jurisprudência americana não é boa". Jobim reconheceu que a eleição de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos trouxe algumas mudanças na conduta daquele país, mas reiterou que, em recentes conversas que teve com autoridades americanas afirmou que, até que eles "revoguem a jurisprudência, não temos outra posição".

O ministro se referia a diversos problemas enfrentados pelo Brasil quando foram vender equipamentos a outros países por bloqueios norte-americanos. Jobim lembrou que o Brasil não está comprando objetos, mas buscando a capacitação nacional.

Questionado se essa sua posição significava que a Boeing, que fabrica o F18, estava em desvantagem no processo que concorre com o francês Rafale e com o sueco Gripen, ele disse que não sabe, porque o processo de compra dos caças ainda está em exame pela Força Aérea Brasileira (FAB). Depois de reiterar que reconhece as mudanças ocorridas na postura norte-americana, o ministro acrescentou que eles informaram que farão a transferência de tecnologia necessária e que os franceses falaram em transferência de tecnologia irrestrita.

"Eu quero saber em termos de proposta o que significa uma e outra coisa. A FAB ainda está examinando as propostas e vai dar as informações necessárias", declarou o ministro, acrescentando que quatro pontos têm que ser observados nesse processo: a capacidade operacional; a transferência de tecnologia; o comprometimento com a capacitação nacional; e o preço do equipamento e da logística.

Segundo Jobim, esses quatro elementos é que vão definir o modelo a ser escolhido. Ele lembrou que, se por exemplo, a Aeronáutica disser que tal modelo não interessa, nenhum outro ponto será analisado. Ele observou ainda que, se uma empresa oferecer um equipamento por R$ 1,00, mas não transferir tecnologia, também não tem o menor sentido. "Só se for para comprar jujuba", ironizou.