Trike - Ultraleve perpendicular

Fontes: jornal.valeparaibano.com.br / www.aerodelta.com.br - Fotos: Divulgação - Via Aviation News

O Trike é um ultraleve de comando pendular (por deslocamento de centro de gravidade), o que o torna muito simples e fácil de voar. Com apenas um comando substituímos lemes, profundores e ailerons, manobrando-o de forma semelhante a uma asa-delta. Basicamente, ele consiste em um triciclo acoplado a um conjunto moto-propulsor e a uma asa.

O nome trike foi adotado pelos primeiros brasileiros a voarem este tipo de equipamento, devido à sua origem norte-americana. Na França ele se chama pendulaire e na Inglaterra microlight.

Quais as suas vantagens?

- Comando mais simples e eficaz;
- Totalmente desmontável e transportável em carreta, possibilitando o voo em qualquer lugar (praia, sítio, fazenda, ou mesmo em outro estado);
- Manutenção simples de baixo custo;
- Muito mais barato que o ultraleve convencional.

Imitando os pássaros

Liberdade, segurança, praticidade, emoção. Os quatro adjetivos podem definir uma nova sensação dos ares, o trike, que vem seduzindo cada vez mais os apaixonados pelo céu.

Desde o início dos tempos o homem sonha em imitar os pássaros. Depois de aprender a andar e a nadar, voar sempre foi o próximo obstáculo a ser superado. Para os ícaros modernos, a mais nova receita é o trike, a máquina mais próxima do vôo de um pássaro que o homem conseguiu chegar até hoje.

O equipamento nada mais é que uma aeronave motorizada pendular, isto é, controlada pelo deslocamento do centro de gravidade, que utiliza uma asa delta modificada para voar. A máquina tem capacidade para duas pessoas e possibilita uma visão de praticamente 360 graus do espaço aéreo.

Com autonomia de quatro a cinco horas de voo, o trike alcança velocidades de cruzeiro que variam entre 75 a 130 km/h (de acordo com o modelo). Já a agilidade do aparelho em fazer manobras transforma o vôo em pura adrenalina.

Prático

Projetado para ser desmontado sem o uso de ferramentas e podendo ser transportado em pick-ups ou em pequenas carretas rodoviárias, o trike também é um esporte prático, já que o piloto pode guardar sua aeronave em casa e levá-la para qualquer lugar ou aventura.

Como decola e pousa em espaços pequenos, podendo ser operado no ar até mesmo com o motor desligado, a máquina, além de ser prática, também é versátil, permitindo sua utilização para voo desportivo, observação aérea, transporte, propaganda, pesquisas ambientais, entre outras possibilidades.

Raízes

Os "ancestrais" do trike são as asas delta de voo livre.

Desajeitadas, as asas são carregadas até o alto das montanhas, de onde os aventureiros decolam, com voo controlado pelo deslocamento do peso do próprio piloto.

Para diminuir o trabalho de subir carregando o equipamento, alguém teve a idéia de adicionar um motor e uma estrutura simples com rodas, para decolar de pequenas pistas de pouso. Esta foi a senha para o surgimento dos primeiros trikes.

Esta nova modalidade esportiva foi trazida para o Brasil no início dos anos 80, de forma artesanal. Em 1986, a máquina começou a ser fabricada em série, pela empresa Trike Ícaros, de Guarulhos, após aprovação do projeto pelo Ministério da Aeronáutica.

Como seu voo não requer um conhecimento muito aprofundado em aviação, é muito fácil aprender a voar de trike. E os perigos, neste esporte, são reduzidos, já que a máquina é também um planador. Ou seja, se o motor parar, o equipamento continua no ar, possibilitando ao piloto a escolha do melhor local para o pouso.

"Para voar é preciso um certificado da Abul (Associação Brasileira de Ultra-Leve), que é fornecido após um curso feito com um profissional homologado pela Abul. Além disso, é preciso ser sócio de um aeroclube", disse o piloto Romero de Freitas, um dos adeptos do voo de trike em São José dos Campos.

Segundo Romero, a emoção de voar de trike é única. "A sensação é incrível. Só voando para se sentir. Quando se está lá (no céu), não existe mais nada. Acaba o estresse, vem o relaxamento", contou.