WILSON TOSTA - Agencia Estado
Depois de 16 dias socorrendo vítimas do terremoto no Haiti, o porta-aviões norte-americano USS Carl Vinson chegou hoje à Baía de Guanabara em outra missão de socorro, desta vez em favor da Boeing, autora de uma das propostas para vender 36 caças ao Brasil no projeto FX-2, de US$ 10 bilhões. Tendo a bordo 60 aviões, entre eles alguns F-18 Super Hornets - que a empresa oferece na disputa contra os Rafale da francesa Dassault e os Grippen da sueca Saab -, a embarcação de 332,85 metros, e com dois reatores nucleares virou paisagem para o comandante do Grupo-Tarefa de Porta-Aviões Nº 1+ dos EUA, contra-almirante Ted Branch, elogiar o produto americano. Um representante da Boeing, Michael Coggins, também deu entrevista, oferecendo aos brasileiros parceria para transferir tecnologia e desenvolver a próxima geração do jato, com a Embraer e outras empresas do setor.
"Não sou vendedor, nem representante", afirmou Branch, sorridente, na conversa de menos de quinze minutos em terra, no Píer Mauá."Sim, temos F-18 a bordo.
Este é um caça muito capaz, completo, talvez o mais completo caça disponível no mercado hoje em dia. O Brasil tomará a decisão correta, mas posso afirmar que este é um caça de excelente capacidade."
Menos diplomático que o militar, o civil Coggins criticou os concorrentes. "Acho que o histórico dos franceses aqui no Brasil, em termos de apoio aos aviões Mirage e a helicópteros aqui em solo é horrível. E foi bem documentado por muitas pessoas aqui no Brasil. É uma das razões pela qual a Força Aérea Brasileira prefere não trabalhar com o Rafale", disse ele, garantindo que o Super Hornet seria entregue no prazo.
Decisão política
Coggins reconheceu que Brasil e França têm uma longa parceria estratégica e disse que há um elemento político na decisão. Lembrou que outras autoridades americanas visitaram ou vão visitar o Brasil nos próximos dias, como o procurador-geral. Eric Holder, a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o secretário de Comércio, Carlos Gutierrez, indicando que todos devem pressionar em favor da proposta americana. Coggins também lembrou que Hillary, o secretário de Defesa, Robert Gates, o Congresso e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deram garantias aos brasileiros de transferência de tecnologia.
Admitiu, porém, que o Brasil não confia nos Estados Unidos. "A questão é: o Brasil confia nos Estados Unidos, basicamente? Não. Então, temos que trabalhar a questão da confiança. Acho que minha mensagem para as pessoas é: deem-nos a oportunidade para ganhar sua confiança", afirmou, dizendo que a proposta americana é a que traz mais vantagens nos campos político, econômico e militar para o Brasil.
Ele comparou a situação à decisão do presidente Richard Nixon de reatar relações com a China no início da década de 70. "Vejam onde a China está hoje. Trinta anos depois (da visita de Nixon à China), teve um boom econômico, baseado em exportações, em grande parte lastreado na sua capacidade de vender nos mercados dos EUA. Estamos oferecendo a mesma oportunidade aqui no Brasil", afirmou ele, que negou, porém, que o USS Carl Vinson estivesse em "missão de vendas".
O press kit distribuído pelo Consulado dos EUA, porém, trazia, além de informações sobre Branch, outros dois militares e a embarcação, um release de sete páginas sobre o Super Hornet.
6 Comentários
-Deem-nos a oportunidade para ganhar sua confiança",... isso me chama forte atenção, ainda mais se reverberar em escalões bem significativos, indo de confiança a quebra de paradigmas comerciais amplos espectros da indústria. Fico a pensar, dá-se mais um mês, e chama-se uma reunião ampla e profundo de realinhamento geopolítico, cerca-se de garantias e fatos concretos, nada de bandeirinhas, poderia se muito efetiva render sim um boom, mas terão que suar mesmo a camisa para em tão pouco tempo termos as tão duvidosas garantias que nunca tivemos. Pararem com esta sabotagem sistemática ao produto Brasil, e mostrar como um povo que está fazendo seu dever-de-casa. Aquí não defendí nenhum partido, mas um programa nacional severo e franco de realinhamento, que não requer necessáriamente deixar a França, pois não se morde uma mão amiga.
será que não é hora de dá uma oportunidade aos americanos? já que eles estão prometendo transferir tecnologia, tudo é uma questão de contrato, não cumpriu o que está escrito não tem negócio.
jose oliveira.
1) Num caso como este esta frase sua "não seria melhor dividir os ovos" não cabe, não é tão simples assim, porque é uma questão pra lá de complexa para seguir tal raciocínio, creia. É tanto que envolve tantas e tantas discussões a nível MUNDIAL referente a este assunto;
2) Os 50 helicopteros franceses EC-725 Eurocopter já fazia parte de um contrato antigo e, até estava atrasado. Existe uma fábrica aqui a HELIBRÁS Eurocopter, da mesma procedência do mesmo, só que não fabricávamos este modelo;
3) Os 12 Mil MI-35 Hind russos não tem a característica "ataque" e sim, "assalto". E para a região amazônica, onde serão destinados, é o "tipo ideal;
4) Volto a mencionar a você que, trata-se de um assunto pra lá de complexo, a frase que você cita "é hora de dá uma oportunidade aos americanos" é a mais TEMIDA das nossas autoridades. Porque, oportunidades mil nós demos aos EUA o que NUNCA houve, foi constatação real da RECIPROCIDADE deles. Ou seja, eles só prometem;
5) Esta Transferência de Tecnologia que "eles" estão mencionando agora, não é "irrestrita". Ou seja, eles só querem transferir, tipo, 95%. E, como "eles" a questão de contrato não quer dizer que "eles" vão cumprir. Não esqueça que os EUA são os EUA. O exemplo recente: Pouco significam governos democráticos para eles (Honduras) quanto mais um contrato;
Um abraço.
Quantas oportunidades os EUA precisam mais?
Poderíamos inverter a questão: nos dêem uma única mostra de que vcs são de confiança?
Uma única.
Que tal reverter o embargo da venda do Super Tucano para a Venezuela. Já serviria como umgesto de boa vontade por parte dos EUA....hehehe
Nada contra os EUA, um país muito simpático (bom de basquete, bom no Jazz e coisas assim). Mas essa frase citada na matéria não me comove em nada.
abraços a todos
Salve heloc2000!
Grande hornet, quase que eu caio da cadeira agora. Sempre gosto de ler seus comentários, sejam onde for. Mas este agora... eu estou com a TV ligada escutando o fantástico JAZZ ianque e, uma das coisas mais IMPRESSIONANTES que eu já vi na vida foi: Bird, Magic, Mallone, Robison, Jordan, Ewing, Pippen @ cia.
Quanto ao AT-29, eu amava este passarinho, mas depois de TANTO problema... troquei este briqneudo por outro: YAK-130 que custa US$ 15 e é pau-de-dar-em-doido
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.airforce-technology.com/projects/yak_130/&ei=O_9IS_bKOIOzuAfRm-GIAg&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=2&ved=0CBMQ7gEwAQ&prev=/search%3Fq%3DYAK-130%2BTHE%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG
E, para você ver, o próprio Pentágono está ofereçendo ele ao Líbano (cheio de letras miúdas) junto ao nosso concorrente AT-6 Texan, pode????
Finalmente, de quem é a EMBRAER?????
Abraços!
P.S. Eu sou viúva, será que eu caso um dia de novo?? Tenho um pretendente na Sibéria...