O avião Mehari, avaliado em US$ 300 mil, é o primeiro de acrobacias projetado e construído no Brasil. Seu hangar fica na Região Central de Minas
O primeiro avião de acrobacias projetado e construído no Brasil, o CEA-309 Mehari, desenvolvido pelo Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conta com um auxílio estratégico em sua fase final de testes, que ocorrem nos céus de Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas, a 98 quilômetros de Belo Horizonte, onde a universidade mantém um hangar. O russo Nikolay Timofeev, tricampeão mundial de acrobacias aéreas e ex-piloto de provas de uma fábrica de aviões, treina o piloto brasileiro Marcos Geraldi, principal financiador do projeto.
O russo chegou ao Brasil quarta-feira, onde fica até segunda. Ele supervisiona, em média, quatro voos diários, de meia hora cada, do brasileiro. O trabalho de Nikolay é feito em solo. Enquanto Marcos executa as manobras, o russo lhe passa instruções por um radiotransmissor. Todas as acrobacias são filmadas. As imagens são usadas numa reunião posterior ao voo para corrigir falhas e aperfeiçoar loops, parafusos, piruetas e outras acrobacias.
“Ele tem sido muito útil para o aprimoramento do projeto, pois, além de piloto, Nikolay é engenheiro aeronáutico”, disse o professor de Engenharia Aeronáutica da UFMG e coordenador do projeto, Paulo Iscold.
A expectativa é que o veterano piloto russo retorne ao Brasil pelo menos três vezes ainda na fase final de ajustes do Mehari, que deve ficar pronto para competições acrobáticas até o fim do ano. Nikolay foi piloto de provas e ajudou no desenvolvimento dos aviões Sukhoi 26 e Sukhoi 31, campeões mundiais de acrobacias aéreas. “Está sendo uma experiência única e muito produtiva. Estamos melhorando o avião e minha forma de pilotagem”, conta Marcos.
Marco O primeiro contato de ambos foi em novembro do ano passado, na Flórida (EUA), onde Nikolay vive atualmente. Naquela oportunidade, Geraldi pilotou um avião de seu treinador russo. “Ele é especialista em acrobacia para campeonatos e está corrigindo detalhes de minhas manobras”, salienta. O piloto acredita que o Mehari, avaliado em US$ 300 mil (cerca de R$ 534 mil) e considerado um marco na aviação nacional, ficará entre as cinco melhores aeronaves de acrobacias do mundo. “Há sete anos, gostei da ideia e resolvi auxiliar o projeto como piloto e investidor”, lembra ele, que espera fechar contratos de patrocínio para disputar torneios em 2010.
Já o piloto russo disse que está impressionado com o avião brasileiro. Nikolay aponta dois diferencias da aeronave: o motor de quatro cilindros e o baixo peso. O potencial de Marcos também chamou a atenção do experiente piloto acrobata, que ainda elogiou a interação entre ele e a universidade. “Marcos é o principal financiador de uma tecnologia que pessoas de todo o mundo terão acesso”, disse Nikolay.
Fonte: Ricardo Beghini (Estado de Minas) via Portal UAI - Foto: Marcos Geraldi/Divulgação - Noticias Sobre Aviação
2 Comentários
Lembrando, também, que o Circo da Red Bull na verdade não é o Campeonato Mundial de Acrobacia, mas um circuito fechado com desenho de circo mesmo.
A WAC, na verdade, é onde a Classe Iimitada de aviões de acrobacia a nível mundial disputa.
A fábrica não mencionada na matéria nada mais é que a fabulosa Sukhoi. Timofeev, de fato, é um Ás da acrobadia aérea.
Miguel Junior.