O ministro das Relações Exteriores Celso Amorim avaliou positivamente, como havia feito o presidente Lula, o fato de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter declarado apoio à pretensão da Índia de ter um assento no Conselho de Segurança da ONU . Para Amorim, esse gesto de Obama pode significar uma discussão sobre a estrutura desse organismo multilateral, como vem reivindicando o Brasil.

Isso afeta positivamente porque mostra que o presidente Obama está com a cabeça aberta para a inclusão de países em desenvolvimento e, com isso, não se pode desconhecer a importância do Brasil e de países da África - declarou.


O chanceler brasileiro disse acreditar que o presidente Obama tem conhecimento de que a reforma na ONU não pode ser feita apenas para incluir um país.

- Ele sabe que a reforma do Conselho de Segurança não pode ser feita apenas para incluir um país ou dois. É um processo multilateral. Vamos ter de continuar a batalha e convencer outros países - afirmou, lembrando que a França e o Reino Unido, por exemplo, declararam apoio ao Brasil.

Amorim evitou fazer avaliações sobre o futuro das relações exteriores brasileiras depois que a presidente eleita, Dilma Rousseff, tomar posse.

Para diplomatas, EUA desceram do muro

Na avaliação da área diplomática, ao defender uma ONU mais adequada à realidade, Obama abandona uma postura de estagnação que paralisou as conversas sobre a reforma.

Primeiro, os EUA desceram do muro e afirmaram que a reforma é uma coisa importante - disse um embaixador brasileiro.

A reforma do Conselho de Segurança será debatida na Assembleia Geral da ONU na próxima quinta-feira, mas nenhuma decisão importante é esperada, já que a reforma eventual tem que ser aprovada pela assembleia.

O Brasil confia no acordo fechado com os demais países do G-4, que garante apoio mútuo na reforma do Conselho de Segurança. Pelo acordo, se os quatro países forem admitidos como membros permanentes, abrirão mão do direito de exercer o poder de veto nos primeiros 15 anos.

Fonte: O Globo