Isso afeta positivamente porque mostra que o presidente Obama está com a cabeça aberta para a inclusão de países em desenvolvimento e, com isso, não se pode desconhecer a importância do Brasil e de países da África - declarou.
O chanceler brasileiro disse acreditar que o presidente Obama tem conhecimento de que a reforma na ONU não pode ser feita apenas para incluir um país.
- Ele sabe que a reforma do Conselho de Segurança não pode ser feita apenas para incluir um país ou dois. É um processo multilateral. Vamos ter de continuar a batalha e convencer outros países - afirmou, lembrando que a França e o Reino Unido, por exemplo, declararam apoio ao Brasil.
Amorim evitou fazer avaliações sobre o futuro das relações exteriores brasileiras depois que a presidente eleita, Dilma Rousseff, tomar posse.
Para diplomatas, EUA desceram do muro
Na avaliação da área diplomática, ao defender uma ONU mais adequada à realidade, Obama abandona uma postura de estagnação que paralisou as conversas sobre a reforma.
A reforma do Conselho de Segurança será debatida na Assembleia Geral da ONU na próxima quinta-feira, mas nenhuma decisão importante é esperada, já que a reforma eventual tem que ser aprovada pela assembleia.
O Brasil confia no acordo fechado com os demais países do G-4, que garante apoio mútuo na reforma do Conselho de Segurança. Pelo acordo, se os quatro países forem admitidos como membros permanentes, abrirão mão do direito de exercer o poder de veto nos primeiros 15 anos.
Fonte: O Globo
1 Comentários
Aliás, como se percebe, o amadorismo em nossa política externa tem-nos causado embaraços desastrosos nos últimos anos.
O que então precisamos? Precisamos estabelecer uma política pragmática reconhecendo que para entrar e atuar no Conselho de Segurança, de forma permanente, é necessário possuir um forte poderio militar com viés nuclear.
Digo viés nuclear no sentido do domínio desta tecnologia a nível bélico.
Não adianta tentar convencer as grandes potências através da idéia romântica de que as vagas permanentes em uma eventual reforma do Conselho poderiam ser escolhidas de forma representativa, com membros "pobrezinhos" da AS e da África.
Devemos, então, abandonar o discurso dos países fracos e adotar um PRAGMATISMO desenvolvimentista.
É preciso ter a lucidez de que o Brasil precisa, numa primeira etapa, consolidar a sua ascensão como potência econômica e, concomitantemente, a médio e longo prazos, transformar-se em potência militar a nível regional, como o fez a Índia, para em seguida brigar por um assento permanebte no Conselho de cabeça erguida, de igual para igual, e não como primo pobre.