No dia 10 de junho de 1503, o italiano Américo Vespúcio partiu de Lisboa na companhia de Gonçalo Coelho sob bandeira portuguesa com destino às terras do Novo Mundo. Seis caravelas deixaram o porto e se dirigiram para Cabo Verde onde fizeram uma breve escala e depois seguiram para Serra Leoa, lá ficaram durante dois meses para escapar das calmarias do Atlântico.
No dia 10 de agosto de 1503, menos de um mês após deixar a África, a expedição se deparou com uma ilha, "coisa de grande altura no meio do mar, verdadeira maravilha da natureza". A ilha foi batizada de São Lourenço mas entraria para historia como Fernando de Noronha.
Ao se aproximar da ilha o navio de Gonçalo Coelho se chocou contra um banco de recifes submersos e naufragou. Toda a tripulação se salvou e foi recolhida pelo navio de Vespúcio mas a caravela foi ao fundo. Vespúcio procurou um bom porto na ilha enquanto tentavam recuperar o que pudessem da embarcação naufragada.
Ficaram ancorados por uma semana e a ilha foi descrita como "cheia de aves marinhas e terrestres, inumeráveis e tão familiares que se deixavam apanhar à mão". Oito dias depois Vespúcio deixou Noronha para se encontrar com as outras embarcações que já estavam a caminho do Brasil.
Em 1987 as sociedades privadas Una Cultural e Águas Claras Produções Submarinas se associaram para iniciar as pesquisas subaquáticas em busca de vestígios da nau de Gonçalo Coelho. Em 1992 o presidente Fernando Collor se interessou pelo projeto e os pesquisadores obtiveram licença do IBAMA e IBPC para vasculharem o fundo do mar em busca dos vestígios do mais antigo naufrágio europeu ocorrido em território brasileiro.
De acordo com as investigações de Werneck e Fonsceca o naufrágio teria acontecido nas cercanias do recife chamados de Espigões, próximos a Ilha dos Sinos, atualmente conhecida como Ilha do Frade. Uma camada de 10m de calcário deve recobrir o que restou do navio.
Fonte: Bueno, Eduardo; Naufrágos, Traficantes e Degredados - as primeiras expedições ao Brasil, Editora Objetiva, 2006 - Via Blog Mar do Ceará
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