O delegado Guilherme Mesquita, designado pela Polícia Civil de Pernambuco para investigar a queda do avião da Noar nesta quarta-feira (13), em Recife, já tem pelo menos uma linha de investigação: a falha em uma das duas turbinas da aeronave teria causado o acidente. A queda da aeronave matou 16 pessoas. As causas técnicas do acidente são investigadas pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
Segundo Mesquita, a polícia analisou vários vídeos que flagraram a queda do bimotor e acredita que a falha na turbina ocasionou uma perda de potência. “Pelas características que antecederam a queda do avião, é possível que tenha ocorrido problema de perda de uma das turbinas do bimotor. O trajeto irregular e o barulho que foram relatados pelas testemunhas, além da análise geral do local do acidente, nos reafirmam a trabalhar com essa hipótese”, disse ao UOL Notícias nesta quinta-feira.
O delegado informou ainda que a equipe que trabalhava na torre de controle do Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, mecânicos da Noar e testemunhas que viram o acidente serão convocados a depor. As convocações ocorrerão ainda nesta quinta-feira.
A falha na turbina chegou a ser relatada pelo irmão do copiloto Roberto Gonçalves, o também piloto Jairo Gonçalves, momentos após a queda da aeronave. “Ele sempre se queixava de falhas mecânicas nas turbinas e problemas na parte elétrica dos aviões. A última queixa que ele fez foi há três meses”, afirmou ainda no local do acidente.
A empresa, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, afirmou que as manutenções da aeronave estavam em dia e negou que problemas com perda de potência em decolagens tenham sido informados por pilotos. "Aconteciam testes com instrumentos delicados e extremamente sensíveis e que só eles poderiam avaliar possíveis perdas de potência. Não havia relatos nesse sentido”, disse o diretor da Noar Djalma Cintra Júnior.
Experiência dos pilotos
O delegado destacou que os pilotos da aeronave tinham experiência e capacidade, tanto que evitaram uma queda em área com casas e prédios, conseguindo desviar para um terreno desocupado. “A região é extremamente habitada, com muitos prédios e casas. Uma análise conjuntural aponta que eles tentaram ganhar potência no motor desviando das residências, mas infelizmente não obtiveram sucesso no voo”, destacou Guilherme Mesquita.
Ele disse que a polícia trabalha para descobrir o mais rápido possível as causas do acidente da Noar, mas ressaltou que o prazo de 30 dias para concluir o inquérito pode ser curto para a complexidade das investigações. “É possível que esse período seja estendido. Estamos trabalhando contra o tempo, mas são muitas informações que precisam ser checadas minuciosamente. Em dias é quase impossível terminar.”
Fonte: UOL
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