A
Cruz Vermelha Internacional recuperou nesta quinta-feira os corpos de
dois militares mortos na queda de um avião Supertucano da Embraer que a
guerrilha assegurou ter derrubado na véspera em meio a combates no
sudoeste da Colômbia, versão que o governo considerou "improvável".
"Temos
os dois corpos, um entregue pela guerrilha e outro, pelos bombeiros.
Agora estamos rumo a Popayán (650 kms a sudoeste de Bogotá) para
deixá-los com o Exército", disse à AFP por telefone Erika Tovar,
representante na região do Comitê Internacional da Cruz Vermelha Roja
(CICV).
Os dois militares, que voavam em um Supertucano de fabricação brasileira, foram considerados desaparecidos na quarta-feira.
Nesta
quinta, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) indicaram
que tinham derrubado a aeronave, ao mostrar a um grupo de jornalistas os
restos do avião ao lado do corpo do copiloto que delegados do CICV
foram buscar na zona de Jambaló (norte do departamento de Cauca).
O
corpo do segundo tripulante foi encontrado em um local próximo pelos
bombeiros locais, que também o entregaram aos delegados do CICV,
explicou Tovar.
As autoridades colombianas ainda não indicaram
como ocorreu a queda da aeronave, que apoiava combates do Exército
contra a guerrilha enquanto o presidente Juan Manuel Santos fazia uma
visita ao departamento de Cauca, uma das regiões onde é mais intenso o
conflito armado.
"A verdade é que não sabemos ainda o que
aconteceu. Mas é muito improvável que o avião tenha sido derrubado pela
guerrilha porque não tem capacidade para fazer isso", disse o
mandatário.
Cruz Vermelha resgata corpo de piloto retido pelas Farc na Colômbia
A Cruz
Vermelha Internacional recuperou nesta quinta-feira o corpo de um dos
dois militares mortos na queda de um avião militar na região de
Toribío, no sudoeste da Colômbia. Os restos mortais do piloto estavam em
poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que
diseram terem derrubado a aeronave.
O corpos do
tenente Andrés Serrano Lemus, 29, e do técnico primeiro Oscar Castillo
Moncaleano, 38, foram recuperados pela entidade internacional após
negociações com a guerrilha na cidade de Popayán, próxima ao local do
acidente. Os restos mortais ainda passarão por autopsia para depois
serem entregues às famílias.
Em nova entrevista após os pilotos serem devolvidos, o comandante das
Forças Armadas da Colômbia, general Tito Pinilla, afirmou que as Farc
colocaram minas terrestres na área do acidente para dificultar o acesso
das equipes de resgate.
"Em
comunicações pudemos estabelecer que um terrorista ordenou mirá-lo, por
isso a tropa não pôde ingressar no campo minado", afirmou.
Mais cedo, a Força Aérea Colombiana negou relação da guerrilha com o incidente.
Em fotos
divulgadas pela Cruz Vermelha e pela agência de notícias France Presse,
é possível ver marcas de tiros na fuselagem da aeronave que, de acordo
com a Força Aérea, não poderiam derrubar a aeronave.
RESGATE
Mais cedo, a Defesa Civil da Colômbia resgatou o corpo do outro piloto
morto na queda do avião, que desapareceu e caiu na noite de quarta
(11). O avião apoiava operações no norte do departamento de Cauca, onde
está Toribío.
O aparelho,
com seis anos de serviço, era usado para repelir a ação da guerrilha e
monitorar a segurança durante a visita do presidente Juan Manuel Santos
à região. O mandatário criticou as Farc por "se aproveitar da situação
para semear mentiras".
"Novamente
apareceu essa modalidade das Farc de aproveitar casa fato para produzir
situações falsas e mentiras. Temos que tomar cuidado para não cair
nessa cilada".
Santos
afirmou que as autoridades estão trabalhando para determinar as causas
da queda do avião e considerou "muito improvável" que as Farc estejam
envolvidas no incidente "por não ter a capacidade de fazer".
Ele ainda
chamou os rebeldes de covardes por se refugiarem dos ataques dos
militares colombianos em casas de civis. "Isso é condenável e
inaceitável. É covardia".
Em relação
aos pedidos de índios para a saída do exército e das Farcs das reservas
na região da Cauca, declarou que está "cansado de guerra", mas "por
nenhum motivo podemos desmilitarizar um só centímetro de nosso
território".
"Quero
reiterar que as forças de segurança estão protegendo vocês, que a força
pública irá ficar [aqui], que aqui não pode ter nenhum despejo".
Fonte: Folha
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