Dezenas de crianças palestinas são detidas, isoladas e
submetidas a processos judiciais sem auxílio de advogados em Israel,
segundo denunciou nesta sexta-feira o comitê da ONU encarregado de
supervisionar as práticas israelenses nos territórios palestinos
ocupados.
O órgão explicou que segundo testemunhos, atualmente há 192 crianças
palestinas detidas pelas autoridades israelenses, sendo 39 delas menores
de 16 anos.
O diretor do comitê e embaixador do Sri Lanka na ONU, Palitha Kohona,
afirmou que os maus-tratos às crianças "começam desde o momento de sua
detenção", quando os jovens "são amarrados e conduzidos aos veículos
militares com os olhos vendados".
Segundo Kohona, "as crianças não recebem informação sobre seus
direitos". O diretor afirmou que em 63% dos casos, os oficiais
israelenses tentam pressionar as crianças para que se tornem
informantes.
Além disso, as crianças palestinas detidas não têm direito a visitas
de familiares, não têm acesso a uma representação legal e nem à
educação. Elas são mantidas em celas de adultos e, inclusive, chegam a
ser julgadas em tribunais militares com apenas 12 anos.
Os membros do comitê também se mostraram "comovidos" após reconhecer
que em torno de 12% das crianças prisioneiras estão em regime de
isolamento, algo que segundo Kohona, "é especialmente preocupante, se
for levado em conta que Israel detém a cada ano entre 500 e 700 crianças
palestinas".
Além da situação vivida pelas crianças, o comitê da ONU também
censurou as demolições de imóveis palestinos por parte de Israel e a
violência dos israelenses contra os palestinos em geral, assim como o
impacto econômico do bloqueio israelense da Faixa de Gaza para a
população.
Fonte: EFE/YAHOO
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