O comandante do Corpo de Guardiães da Revolução do Irã condenou neste
domingo, 16, o filme "A inocência dos muçulmanos", considerado uma
blasfêmia no mundo islâmico, mas declarou que a ira contra o vídeo não é
justificativa para matar diplomatas dos Estados Unidos.
O filme gerou reações de extrema violência em alguns países
muçulmanos, especialmente contra as representações diplomáticas
americanas. Em Benghazi, na Líbia, um grupo atacou o consulado dos
Estados Unidos e matou o embaixador americano, Christopher Stevens, e
outros três empregados.
"Lamento esse ato (a difusão do filme) americano sionista e o
condeno. Os sentimentos dos muçulmanos foram feridos e a única coisa que
eles puderam fazer foi levar seus protestos para as embaixadas",
disse o general Mohamad Ali Jaafari em entrevista coletiva.
O general também fez ameaças a Israel. "Se
Israel nos atacar, não sobrará nada de Israel", declarou. Jaafari, no
entanto, afirmou que as forças iranianas não serão as primeiras a
iniciar uma agressão. "Não precisamos atuar com antecedência. A
capacidade de reação do Irã é muito alta e por isso achamos que eles
(israelenses) não iniciarão uma guerra", disse.
Mesmo assim, Jaafari frisou que se "as organizações internacionais
não evitarem um ataque israelense, não haverá motivos para respeitar o
Tratado de Não-Proliferação (TNP), embora isso não significa que o Irã
vá fabricar armas nucleares". Teerã diz que seu programa nuclear tem
objetivos exclusivamente civis.
Síria. Jaafari também assegurou que o "Irã não tem
presença militar na Síria", como disseram a oposição e alguns países que
apoiam os rebeldes, mas admitiu que o governo respalda o regime de
Damasco "economicamente e com assessoria".
O comandante negou a possibilidade de intervenção no conflito no
futuro, mas disse que se ocorrer "um ataque militar contra a Síria,
dependendo da situação", o Irã poderia ajudar o governo do presidente
Bashar al Assad. A República Islâmica e o regime sírio do Partido Baath
têm um acordo de colaboração estratégica há mais de 30 anos.
Fonte: Estadão
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