Os soldados do Mali patrulhavam nesta terça-feira (22) Diabali enquanto o
exército francês decidiu permanecer fora desta localidade, retomada na
segunda-feira (21) junto a Douentza das mãos dos islamitas armados, que
ocupam grande parte do país.
Onze dias após o início da intervenção militar francesa que freou o
avanço dos islamitas em direção ao sul, o chefe do Estado-Maior do
exército malinense assegurou que a libertação de Gao e Timbuctu, os dois
principais bastiões islamitas no norte do país, pode ocorrer em menos
de um mês.
"Nosso objetivo é a libertação total das regiões do norte do Mali. Se
tivermos apoios suficientes, não precisaremos de mais de um mês para
tomar Gao e Timbuctu", disse o general Ibrahima Dahirou Dembélé à Rádio
França Internacional (RFI).
Gao (1.200 km de Bamako) e Timbuctu (a 900 km da capital) são duas das
principais cidades do norte do Mali, nas mãos há nove meses de grupos
islamitas armados.
Nesta terça-feira, os soldados malinenses percorriam as ruas de
Diabali, 400 km ao norte de Bamako, assim como na noite anterior,
indicou um jornalista da AFP. Como já havia sido anunciado, os soldados
franceses se retiraram depois de terem tomado o controle da localidade.
"Não temos a intenção de ficar aqui, vamos deixar a cidade nas mãos dos
malinenses", disse na segunda-feira à AFP o coronel francês Frédéric,
chefe das operações no setor. O exército francês parece reticente em
parar nas cidades e, uma vez retomadas, as deixa nas mãos do exército do
Mali.
Uma coluna de cerca de trinta veículos blindados na qual havia 200
soldados do Mali e da França entrou na segunda-feira em Diabali, sem
encontrar resistência, sob os aplausos da população, que gritava "Viva
França!".
Diabali caiu nas mãos dos islamitas no dia 14 de janeiro após um ataque surpresa.
Também na segunda-feira, outra coluna franco-malinense retomou o
controle de Douentza, a 800 km de Bamako, outra localidade nas mãos
desde setembro de grupos islamitas do Movimento para a Unidade e a Jihad
na África Ocidental (Muyao).
A cidade encontra-se em uma estrada estratégica que leva às grandes
cidades do norte (Timbuctu, Gao e Kidal) que os grupos islamitas, entre
eles a Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi), tomaram no fim de março de 2012.
Várias fontes asseguram que os islamitas estão recuando em direção a
Kidal, no extremo nordeste do país, junto à fronteira com a Argélia.
US$ 500 milhões para a MISMA
No total, cerca de 2.150 soldados franceses já estão no Mali, um número que aumentará nos próximos dias. No entanto, vários países seguem respondendo ao pedido da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) de ajuda logística e financeira para mobilizar a Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma), que terá um total de 6.000 soldados africanos.
No total, cerca de 2.150 soldados franceses já estão no Mali, um número que aumentará nos próximos dias. No entanto, vários países seguem respondendo ao pedido da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) de ajuda logística e financeira para mobilizar a Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma), que terá um total de 6.000 soldados africanos.
O presidente da comissão da Cedeao, Désiré Kadré Ouédraogo, pediu à
comunidade internacional que se mobilize para financiar a missão, que
avalia em "US$ 500 milhões" (375 milhões de euros).
Por sua vez, a União Europeia, discreta até agora, propôs organizar uma
reunião internacional sobre o Mali no dia 5 de fevereiro em Bruxelas
com a participação de União Africana, Cedeao e ONU.
Em Bamako, a capital, o estado de emergência, em vigor desde 12 de
janeiro, foi prorrogado na segunda-feira por mais três meses para
garantir 'o bom desenvolvimento das operações militares em curso para
liberar as regiões ocupadas (...) e manter um clima social sereno',
indicou o governo.
Fonte: G1
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