As autoridades líbias não permitirão que o país seja usado como uma plataforma de lançamento de ataques que ameacem a segurança de seus vizinhos, disse neste sábado o primeiro-ministro da Líbia, Ali Zeidan. Em meio ao caos desde a queda de Muammar Kadafi, em 2011, o vasto deserto ao sul da Líbia se tornou uma rota de contrabando de armas que chegaram aos militantes da rede Al Qaeda na região mais distante no interior do Saara. "A Líbia não vai permitir que ninguém ameace a segurança de seus vizinhos", disse Zeidan a jornalistas.

A Líbia faz fronteira com a Argélia, onde um ataque de extremistas islâmicos a um complexo de extração de gás no deserto, esta semana, rapidamente se transformou em uma das maiores crises internacionais envolvendo reféns, alçando os militantes do Saara ao topo da agenda global. A crise argelina marca uma escalada grave da instabilidade no noroeste da África. Na semana passada, a França já havia deslocado para o Mali forças de combate a um grupo islamista que assumiu o controle de Timbuktu e outras cidades malinesas.

Zeidan negou relatos da mídia de que a base militar de Al-Waigh, no sudoeste da Líbia, perto da fronteira com o Níger, tinha sido utilizado "para lançar ataques contra países vizinhos", mas ele não deu mais detalhes. Às voltas com a violência, tráfico de drogas e de armas e um influxo de imigrantes ilegais, os novos governantes da Líbia anunciaram no mês passado o fechamento temporário das fronteiras do país com a Argélia, Níger, Chade e Sudão, para combater as ações ilegais no vasto deserto do sul líbio.
 
Fonte: Terra