Dois meses depois de a indústria americana de aviação
Boeing lançar nova ofensiva para fechar a venda de caças à Força Aérea
Brasileira (FAB), em um negócio de mais de US$ 4 bilhões, a cúpula da
sueca Saab desembarcou no Brasil esta semana para uma série de contatos
com autoridades, com o objetivo de mostrar as vantagens comparativas do
seu modelo Gripen. Está também no páreo a francesa Dassault Aviation,
fabricante do modelo Rafale, que deve agendar uma visita ao País nas
próximas semanas.
Diretor-geral das campanhas Gripen, o executivo Eddy de La Motte disse
que veio informar às autoridades o novo cenário criado com as
megacompras fechadas em fevereiro pelos governos da Suécia e da Suíça,
no montante de US$ 7,5 bilhões, para fornecimento do mesmo modelo que
está sendo negociado com o Brasil.
Para ele, o perfil técnico da presidente Dilma Rousseff e as vantagens
comparativas da Saab melhoraram as chances do Gripen, mas o futuro é uma
incógnita. "Sabemos que o processo é longo e complexo, mas estamos
pontos para a maratona", observou.
Ele disse não ter certeza de como a presidente Dilma vai decidir, mas
alegou ter os argumentos muito fortes. "A relação preço do produto,
custo operacional e cooperação para uma parceria duradoura e vantajosa
para os dois lados tornam nossa proposta muito competitiva", observou.
"O que estamos propondo é o menor custo de aquisição,o menor custo de
operação e a melhor cooperação industrial, ou seja, uma parceria
perfeita neste momento", enfatizou.
Concorrência
O governo brasileiro abriu em 2009 concorrência internacional para
compra de 36 caças, com o objetivo de modernizar a obsoleta Força Aérea
Nacional. O País praticamente fechou negócio naquele ano, quando o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a anunciar a opção pelo
Rafale, após ter se encontrado com o então presidente Nicolas Sarkozy.
Mas um relatório do comando da Aeronáutica pôs o negócio por terra ao
atestar que os modelo Gripen e Boeing, nessa ordem, tinham melhores
vantagens comparativas.
A crise mundial e a chegada de Dilma ao governo em 2011 embolaram de
vez a escolha e os três concorrentes passaram a disputar o negócio a
ferro e fogo. Lanterna na disputa, a Saab viu suas chances melhorarem
desde então. O Gripen é disparado o modelo mais barato - estimadamente
metade do preço cobrado pelo Rafale francês, o mais caro dos três. Tem
também o custo de manutenção e de operação mais baixo - US$ 4,7 mil a
hora de voo, contra US$ 16 mil do Rafale e US$ 11 mil da Boeing. Mas
carrega a desvantagem de ter apenas um motor e pouco tempo de teste
efetivo no mercado aeroespacial militar em comparação com as
concorrentes.
Fonte: Exame
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