Os governos de Brasil e Argentina decidiram nesta quinta-feira (19/09), em Buenos Aires, realizar ações conjuntas para enfrentar a espionagem dos Estados Unidos na região, informou a chancelaria argentina em comunicado.
O tema da espionagem organizada pela NSA (sigla em inglês da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) foi parte da pauta da reunião entre os chanceleres argentino, Héctor Timerman, e brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado.
"Os chanceleres trataram da necessidade de coordenar posições e fazer ações conjuntas frente às atividades de espionagem dos Estados Unidos na região", segundo nota enviada à imprensa. O comunicado destaca também a necessidade de "avançar no desenvolvimento de ferramentas de ciberdefesa, que protejam as comunicações e o armazenamento de informação estratégica".

Depois das recentes revelações da imprensa brasileira de que os Estados Unidos teriam espionado suas conversas, a presidente Dilma Rousseff decidiu adiar a visita de Estado prevista para 23 de setembro a Washington.

O tema também esteve presente no encontro da semana passada entre os ministros da Defesa da Argentina, Agustín Rossi, e do Brasil, Celso Amorim. Ambos concordaram em formar uma comissão bilateral para tratar dos temas de ciberdefesa.
Essa foi a primeira visita de Figueiredo Machado a Buenos Aires. O ministro assumiu o cargo em 28 de agosto, após a renúncia de Antonio Patriota.

Timerman e Figueiredo Machado também decidiram "dar um estímulo renovado a ações para o desenvolvimento das zonas fronteiriças" e, com esse objetivo, a Comissão de Desenvolvimento Fronteiriço vai se reunir novamente no próximo mês, antecipa a nota.