O chanceler argentino, Héctor Timerman, elogiou nesta quinta-feira (19) a decisão da presidente Dilma Rousseff de adiar viagem prevista aos EUA em reação às denúncias de espionagem americana.
As declarações foram feitas após encontro com o chanceler brasileiro,
Luiz Alberto Figueiredo Machado, em Buenos Aires. Trata-se da primeira
viagem bilateral de Figueiredo desde que assumiu o cargo, em 28 de
agosto.
Documentos secretos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden
mostram que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) teria
monitorado conversas entre a presidente brasileira e seus principais
assessores, além de atividades da Petrobras.
Após cobrar explicações do governo americano e considerar que as
respostas foram insuficientes, Dilma acabou anunciando na última
terça-feira o adiamento da visita, prevista para 23 de outubro.
Segundo Figueiredo, o ministro argentino elogiou muito posição de Dilma
e afirmou que "o Brasil refletiu o sentimento de toda a região. Foi uma
das mensagens mais importantes da América Latina para o mundo nos
últimos anos".
No encontro, ambos os países sinalizaram que, na Assembleia das Nações
Unidas, semana que vem em Nova York, demonstrarão uma posição comum
quanto à polêmica despertada pelas denúncias de espionagem do governo
americano no Brasil. A tendência, de acordo com o apoio diplomático
recebido da região pelo Itamaraty, é de um posicionamento unido e
coerente sobre o tema, sem dissonâncias.
Seguindo a tradição diplomática, o discurso de abertura da assembleia ficará a cargo do Brasil. A presidente Dilma já havia sinalizado que seu discurso trataria da espionagem americana e da necessidade da "neutralidade da internet".
Ambos os ministros ressaltaram a necessidade de coordenar não apenas
posições, como ações em relação às denúncias de espionagem.
Nota conjunta divulgada após o encontro disse que "os chanceleres
defenderam a necessidade de coordenar posições e realizar ações
conjuntas diante das atividades de espionagem dos EUA na região e de
avançar no desenvolvimento de ferramentas de defesa cibernética que
protejam as comunicações e o armazenamento de informações
estratégicas".
Do UOL
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