O presidente do Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval),
Ariovaldo Rocha, estimou em US$ 13 bilhões as encomendas aos estaleiros
exclusivamente em função do campo de Libra, do pré-sal, que será
leiloado pela Agência Nacional do Petróleo dia 21 de outubro. Segundo
análises preliminares – pois o grupo vencedor poderá aplicar a
tecnologia que desejar para explorar a área – Libra deverá gerar
encomendas de dez plataformas fixas, 17 navios-sonda e 90 barcos de
apoio. Há muita polêmica sobre se o leilão deve ou não ser levado à
frente, diante das informações sobre espionagem na Petrobras, mas o
Sinaval faz suas previsões com pragmatismo, levando em conta os planos
oficiais.
Lembra Rocha que, no momento, os estaleiros já contam com 373 obras.
Destaca que, antes, a construção naval se concentrava no Rio de Janeiro,
o que tirava do setor a condição de indústria de cunho nacional e
enfraquecia suas demandas ante o Governo Federal. Hoje, o Rio lidera a
produção, mas há pólos também no Amazonas, Pará, Pernambuco, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. E estão em implantação pólos na Bahia e
Espírito Santo. O setor gera 74 mil empregos diretos e, em breve, se
pretende chegar a 100 mil. Em razão da política de conteúdo nacional, a
cada dia há mais participação de fornecedores de aço, peças e
equipamentos, o que amplia a geração de empregos.
Em relação a queixas de prestadores de serviço, de que a Petrobras, em
dificuldades financeiras, estaria atrasando pagamentos e adiando
compromissos, Ariovaldo Rocha destaca que, até o momento, a estatal tem
mantido seus compromissos. Frisa também que nem todas as encomendas são
contratadas diretamente pela Petrobras, pois isso se aplica tanto para
navios-sonda como para barcos de apoio, em que terceiros obtêm contratos
da Petrobras, de longo prazo, e fazem as encomendas aos estaleiros,
seja com apoio de bancos ou do Fundo de Marinha Mercante.
Sem maldição
É bom lembrar que a geração de serviços ligados ao petróleo não é um
aspecto paralelo, mas pode ser até o principal. O líquido e o gás vão
embora, mas a tecnologia absorvida pela indústria fica para sempre.
Segundo Dilma, é importante que as empresas privadas cresçam junto com a
produção de óleo e gás no país para evitar que o país sofra da chamada
“maldição do petróleo”, quando uma nação é rica em recursos, mas o povo é
pobre.
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