Os peritos do Pentágono detetaram 363 falhas no projeto norte-americano do caça de quinta geração F-35. O relatório do inspetor-geral do Pentágono afirma que "essas falhas podem afetar as qualidades de voo desse veículo e sua fiabilidade, bem como levar a um aumento substancial do custo do programa". O programa de criação do caça de ataque F-35 é o projeto mais ambicioso do Ministério da Defesa dos EUA. O Pentágono espera encomendar mais de três mil desses aparelhos.


A Lockheed Martin resolveu muitos problemas de qualidade no programa de jatos de combate F-35, de 392 bilhões de dólares, desde uma preocupante auditoria do gabinete de inspeção geral do Pentágono no ano passado, afirmaram representantes graduados do governo e da indústria nesta segunda-feira.
Os representantes fizeram comentários a respeito de um relatório de avaliação anual, feito pelo inspetor geral, que foi concluído em dezembro de 2012, mas não havia sido liberado até esta segunda-feira.
O relatório disse que cada caça construído teve mais de 800 problemas de qualidade, em média, e culpou tanto o gabinete do Pentágono para o programa do F-35 quanto a Agência de Administração de Contratos de Defesa pela "inadequada" e "ineficaz" supervisão do programa de armas mais caro do Pentágono.
O relatório disse que as questões poderiam implicar "hardware não adequado, aeronaves menos confiáveis e aumento do custo", mas disse que o gabinete do programa do F-35 estava implementando ações corretivas.
Avaliações adicionais do programa estavam sendo planejadas, acrescentou o relatório.
"Esta foi uma chamada para que fôssemos mais rigorosos", afirmou Eric Branyan, vice-presidente da gestão do programa do F-35 da Lockheed, em uma entrevista à Reuters por telefone.
"Nós levamos isso muito a sério", disse ele, completando que a Lockheed adotará uma série de iniciativas específicas para dar foco à qualidade e também havia criado um conselho de qualidade mundial com seus 10 principais fornecedores.
O programa do F-35 registra anos de atraso a um custo 70 por cento mais alto que as estimativas iniciais, mas representantes do Pentágono disseram que ele teve progresso em testes de voo e nos custos operacionais e de produção no longo prazo. Eles também prometeram proteger o programa de cortes no orçamento para garantir que permanecesse no caminho certo.
A Lockheed está construindo três variantes do novo jato para os militares dos Estados Unidos e de oito países que financiaram seu desenvolvimento: Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Noruega, Itália, Turquia, Dinamarca e Holanda. Israel e Japão também fizeram encomendas.