Adrian Newey é um gênio quando se trata de criar carros de Fórmula 1.
Atualmente na Red Bull, equipe na qual está prestes a conquistar o
quarto título mundial consecutivo de pilotos e construtores, o
projetista trabalhava na Williams em 1994, ano do fatídico acidente de
Ayrton Senna em Ímola. E admite que até hoje a morte do brasileiro o
assombra.
“O que aconteceu naquele dia, o que causou o acidente,
ainda me assombra até hoje”, afirmou Newey em entrevista à emissora
britânica BBC. Para ele, “ninguém nunca saberá” se a batida foi causada
por uma quebra na barra de direção do carro ou por um erro de Senna.
“A quebra da coluna de direção: foi a causa ou isso
aconteceu com o acidente?”, questionou o projetista. “Não há dúvidas de
que estava quebrada. Da mesma forma, todos os dados, todas as câmeras do
circuito, a câmera do carro de Michael Schumacher que o estava
seguindo, nada disso parece dar consistência a uma quebra da coluna de
direção”, completou.
Newey comparou a batida de Senna na curva Tamburello com as que costumam acontecer em circuitos ovais nos Estados Unidos.
“A primeira coisa que aconteceu foi o carro sair de
traseira, muito parecido com você verá nos ovais nos Estados Unidos. O
carro perde a traseira, o piloto corrige e depois ele vai reto e bate no
muro, o que não parece ser consistente com uma quebra na coluna de
direção”, explicou o ex-projetista da Williams.
O profissional lamentou ainda que não ter
conseguido dar a Senna um carro capaz de brigar por vitórias no início
daquela temporada. A equipe tinha o melhor equipamento em 1992 e 1993,
mas o mesmo não se repetiu no ano seguinte devido à proibição de alguns
recursos eletrônicos, como controle de tração e suspensão ativa.
Apesar de ter anotado poles nas três corridas
que disputou em 1994, o brasileiro abandonou todas elas. San Marino foi a
terceira etapa do campeonato (Brasil e Pacífico, em Aida, foram as
outras).
"Havia uma aura sobre ele, algo difícil de descrever. Ele
com certeza tinha presença. Acho que uma coisa que sempre vai me
assombrar é que ele veio para a Williams porque tínhamos feitos carros
bons nos últimos anos e ele queria estar no time que pensava ter
construído o melhor carro. E, infelizmente, o carro de 1994 não era
bom", falou Newey.
"Ayrton tinha talento puro e determinação. Ele tentava
levar aquele carro adiante e fazer coisas que não era capaz. É uma pena,
e tão injusto, que ele estivesse nessa posição. E, claro, no momento em
que corrigimos o carro, ele não estava mais conosco", finalizou o
projetista.
Do IG
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