Estamos falando do único no mundo tanque
ligeiro não-anfíbio de série que se destina a ser usado como carro de
combate principal em regiões de terreno acidentado. O novo tanque deverá
substituir os antigos tanques ligeiros não-anfíbios chineses do tipo
62, que eram carros blindados simples e baratos com blindagem e
armamento fracos. O novo tanque, pelo contrário, tem uma concepção
bastante complexa e original. O seu chassi, por exemplo, é completamente
original e não se encontra nos outros modelos de veículos chineses. Ele
possui uma distância variável do solo ao chassi e é provavelmente
bastante complexo e dispendioso. Na sua totalidade o custo desse veículo
pode ser comparável ao de um tanque de combate básico. O seu
desenvolvimento deve ter consumido tempo e recursos consideráveis.
Surge
a questão: porque decidiu a China realizar este projeto inédito em todo
o mundo? O tanque ligeiro dificilmente supera em princípio pelo seu
armamento o veículo blindado de infantaria motorizada WZ502G. Sem dúvida
que ele tem uma melhor proteção, mas essa vantagem será tão importante
que justifique os custos de desenvolvimento de um novo modelo de
veículo? Com um peso de cerca de 30 toneladas, contra as 50 toneladas
dos tanques de combate básicos, ele terá sempre uma blindagem inferior.
Os ataques com mísseis antitanque da infantaria, com artilharia ou com
meios aéreos irão afetá-lo tal como aos tanques básicos usados em
terrenos planos. Devemos recordar que a tentativa de uso generalizado de
tanques do tipo 62 na guerra de 1979 contra o Vietnã resultou em
grandes perdas, depois do que a China abandonou temporariamente o
desenvolvimento de novos tipos de tanques ligeiros.
Por
outro lado, sabemos que a Índia também está ponderando a possibilidade
de adquirir tanques ligeiros para as suas tropas de montanha, tendo no
passado falhado no desenvolvimento de tanques desses usando chassis do
veículo BMP-1. Talvez esse tenha sido o motivo para o desenvolvimento de
um novo carro de combate por parte dos engenheiros chineses.
Na
Rússia o veículo mais próximo desse tanque chinês é o canhão antitanque
autopropulsado Sprut-SD de 125 mm, que é fabricado em pequenas
quantidades desde 2005 (foram produzidas cerca de 40 unidades).
Comparando o canhão autopropulsado Sprut-SD com o seu análogo chinês,
este possui um armamento mais potente e um peso inferior (18 toneladas).
Ele é capaz de superar cursos de água e ser aerotransportado. É
evidente que a blindagem do Sprut-SD é muito mais fraca que a do veículo
chinês e a sua classificação como “peça antitanque autopropulsada”
também indica a sua diferente utilização. O Sprut-SD usa um chassi
modificado dos veículos de combate BMD das tropas aerotransportadas.
A
China usou anteriormente o chassi dos tanques ligeiros dos tipos 62 e
63 num vasto leque de veículos especializados: veículos de engenharia e
de apoio técnico e reboque, peças de artilharia, blindados de
transporte, etc. O desenvolvimento de um tipo novo de chassi exige um
grande esforço, e usá-lo para apenas um modelo de veículo especializado é
surpreendente.
De qualquer forma será interessante seguir a evolução desse novo e original tipo de veículo militar chinês.
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