Um destacado analista do comércio internacional de petróleo avisou que Angola é um dos países que correm grande risco de instabilidade  se o preço do petróleo continuar a baixar nos mercados mundiais.
O aviso surge ao mesmo tempo que o Fundo Monetário Internacional  avisa ser necessário haver "um ajustamento da massa salarial"  no setor governamental.
Num artigo no New York Times, David Goldwyn, que foi enviado especial e coordenador do Departamento de Estado americano para questões energéticas na primeira administração do presidente Barack Obama, afirma que se o preço do petróleo continuar abaixo dos 45 dólares o barril isso será “um alerta para questões de estabilidade” nos países produtores de petróleo.
Goldwyn disse àquele diário que  isso irá forçar “cortes dramáticos no orçamento  ou aumentos perigosos nos empréstimos, ou talvez as duas coisas ao mesmo tempo”.
Angola já efetuou, aliás, grandes cortes orçamentais e recentemente  abriu novas linhas de credito através, uma delas com a China cujo montante permanece no segredo.
Para este especialista, países sem reservas cambiais  significativas  são os que estão  mais em risco, nomeando Angola entre esses países.
Ele acrescentou que para muitos deles há a necessidade de se sustar investimentos para se manter a legitimidade política.
O Fundo Monetário Internacional  recomendou, entretanto, que o Governo faça uma redução das suas despesas salariais.
Ao falar final de uma visita de trabalho a Lunada , o coordenador da missão do FMI, Ricardo Veloso, disse que  o que chamou de massa salarial tem que ser reduzida.
Veloso afirmou que o Governo angolano não pediu qualquer ajuda financeira ao FMI , acrescentando que a economia angolana deverá crescer 3,5 por cento este ano.
Contudo, essa previsão de crescimento é baseada num preço do petróleo de 53 dólares o barril.
Nesta quarta-feira, 26, o petróleo estava a ser comercializado a 39,75 dólares o barril.
O  representante do FMI afirmou que a política monetária e cambial de Angola deve estar centrada na contenção da inflação, que está a aumentar devido à desvalorização do kwanza.
Contudo, Ricardo Veloso advertiu que com essa desvalorização a moeda angolana está a ficar mais competitiva, o que permitiu um aumento das exportações e a redução de importações.
Do VOA