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Oitenta fuzis são enviados pelo correio para o Rio de Janeiro

Uma encomenda é enviada pelo correio. O remetente é uma fábrica de armas. O destinatário, a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Fonte: G1

O governo do estado tem uma pergunta simples, mas difícil de responder: por que a encomenda viajou do interior de Minas Gerais para o Rio de Janeiro sem escolta policial?

Nesta época do ano, chegando o Natal, o movimento nos centros de distribuição dos correios aumenta. Em uma das agências do Rio de Janeiro, os carteiros levaram um susto ao separar as encomendas. Eram fuzis de verdade, e dava para armar um batalhão inteiro.

A encomenda saiu de uma indústria de armamento em Itajubá, no interior de Minas Gerais, como uma carga normal, até chegar a uma central de distribuição dos correios, na Zona Sul do Rio. Foi na hora de conferir a mercadoria que os carteiros se assustaram. Eram 19 pacotes grandes e pesados, e o endereço não deixava dúvida: o quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar.

Ao todo, eram 80 fuzis e carregadores de munição. Os carteiros avisaram à polícia e uma guarnição do próprio Bope foi pegar as armas. O fuzil FAL é o armamento padrão das Forças Armadas Brasileiras e começa a ser usado também por tropas especiais da polícia.

A arma é fabricada por uma indústria do Exército no interior de Minas Gerais, a Imbel. O superintendente da empresa, coronel José Renato Brum, reconhece apenas que errou ao não avisar à Secretaria de Segurança de que a carga iria pelo correio. O Exército diz que os correios podem realizar esse serviço especializado.

Mas, em nota oficial, a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro diz que foi "surpreendida" pela forma da entrega e que "nunca uma compra teve a orientação de ser entregue pelos correios" por razões de "segurança".

O governo do Rio de Janeiro diz que está preocupado como "outros 240 fuzis e mais 20 armas de precisão que ainda vão chegar" vão ser entregues. O sindicato dos carteiros também protestou. Só este ano, até junho, 365 carteiros foram assaltados na cidade, e isso sem carregar fuzis.

“Nós entendemos que materiais de suma importância, como esse tipo de material, não seja entregue pelos carteiros. Isso não é o papel do carteiro”, afirma o diretor do sindicato, Henrique José dos Santos.

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