Se escolhida pela FAB, Boeing vê parceria com Embraer
Fonte: Reuters News Via Terra
Uma vitória do caça F-18 Super Hornet, fabricado pela Boeing, na concorrência para a venda de 36 caças multiemprego para a Força Aérea Brasileira (FAB) pode significar a porta de entrada de uma parceria mais ampla entre a fabricante americana e a Embraer.
De acordo com Michael Coggins, diretor de relacionamento e novos negócios do programa F-18 da Boeing, o envolvimento da Embraer na transferência de tecnologia do Super Hornet ao Brasil seria "uma parceria de iguais".
"A Embraer é a terceira maior fabricante de jatos do mundo, atrás da Boeing e da Airbus... então quando falamos com a Embraer vemos eles (com a possibilidade) de colaborarmos em outros projetos e vendê-los no mercado internacional", disse Coggins.
"Por que não pegarmos nossas melhores práticas e as colocamos juntas em outros esforços, em outras áreas? O céu é o limite", disse, acrescentando que discutiu a possibilidade com a direção da Embraer sem, no entanto, dar mais detalhes.
Além da Boeing com o Super Hornet, também estão na disputa do chamado programa FX-2 o Rafale, da francesa Dassault, e o Gripen NG, da sueca Saab.
Nenhuma das empresas participantes fala em números, mas estima-se o acordo, que pode ser ampliado para 100 unidades, em US$ 2 bilhões. O cronograma da FAB prevê a entrega das primeiras unidades para o primeiro semestre de 2014.
O governo brasileiro tem se aproximado da França desde o ano passado, fechando acordos para a compra de helicópteros e submarinos e uma parceria para a produção da parcela convencional do submarino à propulsão nuclear, uma antiga ambição dos militares brasileiros.
A Embraer disse, por meio de sua assessoria, que foi procurada pelas três empresas que disputam o FX-2 e que manteve conversas "preliminares" com todas elas. A empresa acrescentou que "não existe nenhum acordo comercial com nenhuma das empresas" finalistas do programa.
Coggins disse que a proposta da Boeing à FAB optou por garantir que a indústria local tenha total autonomia para a manutenção e para o desenvolvimento de novos sistemas para o Super Hornet, em vez de buscar a co-produção do jato localmente.
"Não faz sentido, do ponto de vista econômico, o gasto não-recorrente para estabelecer uma linha de montagem para o Super Hornet aqui somente para 36 jatos", disse.
A transferência de tecnologia é apontada por autoridades brasileiras como fator-chave para o programa FX-2 e, segundo Coggins, a Boeing já obteve todas as autorizações necessárias junto ao governo norte-americano para repassar esse conhecimento ao Brasil.
O anúncio do vencedor da disputa para fornecer novos caças ao Brasil deve ser anunciado entre agosto e setembro, de acordo com o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
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2 Comentários
Desde quando a Boeing iria atuar em pé de igualdade com uma empresa como a Embraer...NUNCA!
Essa de "parceria" pode expandir e muito... Temos custo baixo e qualidade assemelhada.
Parceria com americanos é importante na medida que a russia e China fecham mercados aos nossos produtos aeronauticos...