O governo japonês iniciou um plano para adquirir dos EUA as aeronaves de vigilância e reconhecimento não tripuladas Global Hawk,
visando melhorar a capacidade das Forças de Auto-Defesa para coletar
informações. A prevista aquisição da moderna aeronave não tripulada
poderá reforçar as capacidades de inteligência do Japão, permitindo
lidar de forma mais eficaz com o aumento da pressão por parte da China
sobre as Ilhas Senkaku, na província de Okinawa, de acordo com fontes do
governo e do Partido Democrata Liberal.
O Global Hawk também vai aumentar a capacidade das Forças de
Auto-Defesa do Japão para reunir informações sobre a Coréia do Norte,
que está levando em frente seus programas de desenvolvimento de mísseis
balísticos e armas nucleares, disseram as fontes.
O plano é incorporarar a compra dos Global Hawks numa revisão do
Programa de Defesa a ser realizado pela administração do
primeiro-ministro Shinzo Abe entre os anos fiscais 2011-2016, disseram as fontes.
Sob o plano atual de cinco anos, formulado pelo Partido Democrático
do Japão, a introdução das aeronaves não tripuladas de vigilância e de
reconhecimento foi rotulado como um assunto de estudo de longo prazo.
O Gabinete de Abe, no entanto, parece disposto a adotar uma estrutura
mais ágil para estudar a conveniência de dotar as Forças de Auto-Defesa
com os drones de espionagem, aparentemente em resposta à pressão dos
parlamentares do PLD. Os defensores apontam para o aumento de incidentes
com navios e aviões do governo chinês em torno das ilhas Senkakus,
alguns dos quais que já entraram em águas e espaço aéreo do Japão.
Desenvolvido pela fabricante Northrop Grumman,
o Global Hawk pode voar numa altitude de cerca de 18.000 metros, e está
equipado com sensores de precisão e radar que podem rastrear
embarcações suspeitas ou recolher informações.
Ao contrário do Predador, que está armado com mísseis e outras armas,
o Global Hawk não tem capacidades ofensivas, e é especializado somente
em inteligência, vigilância e reconhecimento, ou ISR. A aeronave com
14,5 metros de comprimento, tem uma envergadura de cerca de 40 metros,
de acordo com dados da Força Aérea dos EUA, podendo voar continuamente
por mais de 30 horas.
Além de questões de segurança, a aeronave poderia ser usada para
coletar informações sobre a contaminação por radiação, disseram as
fontes.
Após o desastre de 2011, a usina nuclear Fukushima n°1 da Tokyo Electric Power
usou um Global Hawk militar dos EUA sobre o complexo afetado para tirar
fotos e recolher outros dados, como parte da Operação Tomodachi dos
Estados Unidos.
O governo e líderes do PLD estão visando adquirir entre 1 e 3 Global
Hawks no ano fiscal de 2015, antes do prazo médio do atual programa de
defesa terminar, disseram as fontes.
O estudo também examina a introdução de um sistema de controle remoto da aeronave baseado em terra para a aeronave, disseram.
Os governos japonês e norte-americano concordaram em agosto de
estudar a possibilidade de ter drones americanos realizando voos de
vigilância sobre as águas circundantes do Japão.
Se as Forças de Auto-Defesa do Japão adquirir o drone, as áreas de
vigilância seriam aumentadas significativamente devido ao
compartilhamento de informações com os militares dos EUA, o que
fortaleceria a aliança Japão-EUA, de acordo com as fontes.
Com o objectivo de vir a desenvolver aeronaves de vigilância não
tripuladas doméstico, o governo quer se familiarizar com as operações
drone, disseram as fontes.
Como parte dos esforços para reforçar as defesas nas ilhas Nansei,
que incluem as Senkakus, o governo japonês vem considerando equipar as Forças de Auto-Defesa com as modernas aeronaves militares dos EUA, o V-22 Osprey.
Providências estão sendo tomadas para alocar fundos para estudar o
assunto no Orçamento do Estado para o ano fiscal de 2013, disseram as
fontes.
Fonte: The Yomiuri Shimbun – Via: Cavok
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