Rafale F-3 Dassault (França)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (sNeCMa M882)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: Foi muito usado no Afeganistão além disso o Brasil já tem aliança na área com a França: está comprando helicópteros e submarinos
Ponto fraco: É apontado por especialistas como o mais caro e só a França usa o equipamento

FAB recebe últimos dados antes de definir novo caça

Virgínia Silveira - Valor Econômico

Termina hoje o prazo para que as empresas que disputam o contrato de fornecimento de 36 caças multimissão ao Brasil, conhecido pela sigla FX-2, encaminhem mais um conjunto de informações a um questionário enviado pela FAB para esclarecer dúvidas relativas a aspectos legais do contrato. O projeto FX-2 tem valor estimado em mais de US$ 2 bilhões.

"São em torno de quatro perguntas de natureza jurídica, feitas com o objetivo de esclarecer algum ponto que não ficou completamente claro. Isso significa que o processo não foi concluído e está em andamento", disse uma fonte que acompanha de perto o processo de seleção dos novos caças.

O diretor de Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Boeing, Michael Coggins, confirmou o recebimento de um novo pedido de informações e disse que a empresa atenderia a solicitação dentro do prazo solicitado. O executivo não detalhou o conteúdo do novo questionário, mas fez questão de elogiar o profissionalismo da FAB e do governo brasileiro na condução do programa.

http://www.defenseindustrydaily.com/images/AIR_JAS-39_Gripen_Top_Smokewinders_lg.jpg

Gripen NG Saab (Suécia)
Raio de combate 1.300 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motor 1 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 6,5 toneladas
Ponto forte: Seria o mais barato e poderá agregar tecnologia até o início da produção
Ponto fraco: Como é um projeto em desenvolvimento, poderá ficar mais caro que o previsto - Nunca foi testado em combate .


O diretor da Gripen International, Bengt Janér, disse que a empresa - outra concorrente - já respondeu todas as perguntas que foram formuladas sobre a proposta envolvendo o caça Gripen. "Em princípio todo o processo já foi encerrado e agora só estamos aguardando o anúncio da decisão final."

A assessoria de imprensa da Rafale International (grupo Dassault) preferiu não comentar o assunto e informou que a empresa está confiante na escolha do governo por uma aeronave de combate apta a atender todas as necessidades técnicas e geopolíticas do Brasil e por um programa de parceria que inclui total transferência de tecnologia.

O novo pedido de informações, na opinião de uma fonte ligada ao processo, é um indicativo de que o relatório final da Aeronáutica sobre as três propostas encaminhadas continua sendo preparado e que a recomendação do vencedor ainda não foi feita ao Ministro da Defesa. O relatório, de acordo com a fonte, é único, mas engloba quatro análises: técnico-operacional, logística, industrial e transferência de tecnologia e contrapartida.

Devido ao aspecto estratégico do programa, o governo tem enfatizado e dado maior peso a questão da transferência de tecnologia. Na reta final, o processo de escolha dos novos jatos tem gerado muitas especulações, o que vem acirrando cada vez mais a disputa.

Segundo a fonte, a tese de que a FAB não faria em seu relatório final nenhum posicionamento favorável a uma aeronave, devido ao fato da decisão ser política, não faz sentido. "Historicamente, todos os relatórios de compra de equipamentos da FAB foram conclusivos. Isso faz parte da índole militar."

O processo de escolha dos novos caças teve início em junho de 2008, com a publicação de um pedido de informações, do qual participaram seis empresas. No fim de setembro a FAB divulgou as três finalistas: Boeing, Dassault e Gripen. Em fevereiro as empresas entregaram suas propostas iniciais e em junho suas melhores e últimas ofertas. A previsão é que o processo seja encerrado ainda este mês, mas o prazo final para o anúncio do vencedor é o dia 23 outubro, segundo informou a fonte.

Super Hornet F-18
Fabricante Boeing (EUA)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: É o mais testado. Foi muito usado no Afeganistão, Bosnia e Iraque e está sendo produzido em larga escala, a fabricante garante abrir mercado americano exatamente no momento em que a USAF re-lança requerimento para comprar 100 aeronaves similares ao Super Tucano.
Ponto fraco: Há poucas chances de o Brasil aperfeiçoar a tecnologia, pois o modelo já está consolidado.

Carta de Hillary reforça lobby da Boeing pelos caças da FAB

Em reação às investidas do francês Rafale, EUA prometem transferir tecnologia Relatório da FAB apenas apontará prós e contras de cada modelo, sem indicar vencedor de negócio que pode chegar a R$ 4 bilhões

Por LETÍCIA SANDER & ALAN GRIPP - Folha de São Paulo

Às vésperas da definição do modelo de caça a ser adquirido pelo Brasil, a Boeing articulou um forte lobby em Brasília, que incluiu o envio de uma carta da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. Nela, o governo americano diz ter a intenção de criar uma parceria estratégica inédita com o país, que inclui transferência de tecnologia de construção dos aviões.

O americano F-18 Super Hornet, da Boeing, é um dos finalistas da concorrência aberta pelo Brasil. Disputa com o francês Rafale (da fabricante Dassault), tido como favorito, e com o sueco Gripen NG (Saab) um negócio que chegar à casa de R$ 4 bilhões.

A carta de Hillary faz promessas de transferência de tecnologia, principal objetivo do Brasil no negócio e historicamente um ponto de resistência dos norte-americanos.

Lá, esse tipo de compartilhamento de informações precisa ser aprovado pelo Executivo. O Congresso americano tem poder de fiscalização sobre o tema. A entrada no negócio de um nome de peso, Hillary Clinton, também não é à toa. Tem objetivo de contrapor a participação do presidente francês, Nicolas Sarkozy, em prol do Dassault Rafale.

Em sua defesa pública pela acordo com os franceses, o ministro Nelson Jobim (Defesa) tem dito que Sarkozy deu pessoalmente ao presidente Lula garantias de transferência de tecnologia para o Brasil.
Os americanos reagiram. A carta foi entregue ontem ao chanceler Celso Amorim por três funcionários de alto escalão do governo americano.

O lobby acontece na reta final do projeto FX-2, como é chamada a licitação. A comissão da FAB entregará nos próximos dias a Jobim o relatório final de análise das propostas.

Como revelou a Folha, o documento não irá apontar um vencedor, e sim enumerar os prós e contras de cada avião, uma saída para evitar confronto com Jobim, pró-Rafale.


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"Foi um grande erro!"

Eliane Cantanhêde - Folha de São Paulo

BRASÍLIA - Foi assim a conversa de ontem de Celso Amorim com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones: o Brasil queria entender as bases que a Colômbia está cedendo aos EUA.

Mas os EUA estavam interessados em algo mais prático: o programa F-X para renovar a frota de caças da FAB. Um negócio de uns R$ 4 bi.

Jones trouxe uma carta da chefe do Departamento de Estado, Hillary Clinton, em que ela sugere uma parceria estratégica e oferece transferência de tecnologia para tentar vender seus aviões. São expressões-chave do negócio, às quais o Brasil recorria para mostrar preferência pela França (que já promete as duas coisas há tempos) e para desdenhar os EUA.

Amorim não perdeu a chance de reclamar do veto dos EUA à venda de 24 Super Tucanos da Embraer para a Venezuela, em janeiro de 2006, alegando que o avião brasileiro usa tecnologia norte-americana (sistema inercial de voo, computador de bordo, motor e hélice).

O Brasil nunca engoliu e, ontem, o ministro cobrou: "Foi um grande erro!". Os venezuelanos giraram à esquerda e compraram os Sukhoi da Rússia. O Brasil perdeu muito, os EUA perderam um pouco, e quem se deu bem foi Moscou.

Como defesa, Jones disse que foi tudo culpa do governo Bush e que, daqui para a frente, tudo será diferente. Há controvérsias. O temor é que, com carta ou sem carta, os EUA vendam, mas não entreguem toda a encomenda (como a transferência de tecnologia).

Concorrem o Rafale, da França, o F-18, dos EUA, e o Gripen, da Suécia. A questão está nas mãos de Nelson Jobim (Defesa), que já fez inúmeras manifestações pró-França, mas vive para lá e para cá com o embaixador americano que está de saída, Clifford Sobel.

E, se for pelo preço, assim, singelamente, quem ganha é a Suécia. PS - No Senado, a tropa de choque ameaçou, e a oposição recuou. O medo venceu a esperança.

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