Super Hornet F-18
Fabricante Boeing (EUA)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: É o mais testado. Foi muito usado no Afeganistão, Bosnia e Iraque e está sendo produzido em larga escala, a fabricante garante abrir mercado americano exatamente no momento em que a USAF re-lança requerimento para comprar 100 aeronaves similares ao Super Tucano.
Ponto fraco: Há poucas chances de o Brasil aperfeiçoar a tecnologia, pois o modelo já está consolidado.
Fabricante Boeing (EUA)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: É o mais testado. Foi muito usado no Afeganistão, Bosnia e Iraque e está sendo produzido em larga escala, a fabricante garante abrir mercado americano exatamente no momento em que a USAF re-lança requerimento para comprar 100 aeronaves similares ao Super Tucano.
Ponto fraco: Há poucas chances de o Brasil aperfeiçoar a tecnologia, pois o modelo já está consolidado.
Os Estados Unidos ofereceram ao Brasil um compromisso de transferência tecnológica como última cartada para se contrapor ao favoritismo da França e vencer a concorrência aberta pela Força Aérea Brasileira (FAB) para a compra de 36 caças, o chamado programa FX-2. O processo de escolha está em fase final e, por razões vinculadas a objetivos da política externa do governo Lula, tende a favorecer a aquisição dos caças Rafale, da companhia francesa Dassault. A secretária de Estado dos EUA enviou uma carta pessoal na qual expressou seu profundo apoio à oferta norte-americana.
A nova proposta norte-americana em favor dos F-18 Super Hornet, fabricados pela Boeing, foi trazida pelo general Jim Jones, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, e apresentada ao governo brasileiro como peça fundamental para o fortalecimento das relações Brasil-Estados Unidos. "Nós viemos aqui esclarecer que essa é uma parte importante da nossa parceria com o Brasil, que envolve uma transferência de tecnologia sem precedentes, afirmou a subsecretária de Estado para o Controle de Armas e Segurança Internacional, Ellen Tauscher. Essa é a melhor oferta que já fizemos até agora e tem como fundamento a relação forte que queremos construir com o Brasil, completou.
Anteontem, o general Jones, Ellen Tauscher e o principal responsável no Departamento de Defesa sobre o tema, Ashton Carter, apresentaram a oferta ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, e ao comandante da FAB, brigadeiro Juniti Saito. Ontem, reiteraram a proposta ao chanceler Celso Amorim.
Até o Governo bater o martelo, provavelmente na última semana de agosto, três empresas internacionais devem se digladiar por um negócio avaliado em R$ 5,5 bilhões. A compra de 36 aviões-caças de última geração para a Aeronáutica é tida como acordo preferencial pela norte-americana Boeing, fabricante do F-18 Super Hornet, a francesa Dassaut (Rafale) e a sueca Saab (Gripen). O projeto F-X2, como é denominado pela Força Aérea Brasileira, é o novo capítulo de uma história que se arrasta desde o Governo Fernando Henrique Cardoso. A ideia é concluir a compra a tempo até 7 de setembro, para as comemorações da Independência. O estudo técnico da FAB já foi concluído, mas ainda não foi entregue ao Governo. O martelo será batido em reunião do Conselho de Defesa Nacional, que reúne militares e representantes do Executivo e Legislativo. Enquanto a escolha não é anunciada, representantes das empresas se armam com investimento pesado no lobby.
Além das cifras estratosféricas envolvidas no negócio, a importância do acordo é ainda maior porque deve influenciar a escolha de outros países. Índia e Cingapura são alguns dos que se preparam para fechar compras semelhantes. “Os aviões-caças são o suprassumo da tecnologia.As três empresas estão com produtos novos, precisando vender, e o mercado não é tão grande quanto em outros tempos”, explica Bengt Janér, diretor da Gripen Brasil. Desde o início do processo, há um ano, a Aeronáutica já eliminou da seleção três caças: o norte-americano Lockheed Martin F-35, o russo Sukhoi e o europeu Typhoon.
A aeronave russa era a preferida pela FAB, mas questões políticas e a dificuldade de negociação com os russos puseram a pá de cal no negócio. “O Sukhoi é um projeto esgotado. Além disso, a flexibilidade dos russos é zero. São negociadores duros, não transferem qualquer tecnologia”, explica o especialista em armamento Roberto Godoy.
Por questões políticas, o Ministério da Defesa dá indícios de que a escolha pende para o Rafale (ver página 12). Os fabricantes do F-18 e do Gripen, porém, se recusam a jogar a toalha e garantem benefícios semelhantes na transferência de tecnologia, além da montagem dos aviões em solo brasileiro. Seja qual for a decisão final do Governo, explicar a preferência será tarefa para lá de espinhosa e pode colocar em lados opostos o Executivo e a FAB.
Para especialistas, a compra dos aviões-caças pela FAB é necessária e está atrasada em pelo menos dez anos. O negócio quase foi fechado pelo Governo FH em 2002, mas a sucessão presidencial próxima teria dificultado o acordo. Outro fator preponderante no adiamento teria sido o fraco desempenho do caça da norte-americana Lockheed Martin. De olho em posições nos organismos internacionais, FH teria preferido não se indispor com o ex-presidente norte-americano Bill Clinton.
A frota, que já não estava em boas situação, se deteriorou ainda mais. Os modelos em atividade são o Mirage 2000, F-5M e A-1M, considerados obsoletos. “O que se pretende com a concorrência é estabelecer uma única plataforma, um avião básico com variações. Isso acontece em todos os países do mundo”, aponta Godoy.
Para os especialistas, embora a troca seja urgente, o modelo escolhido pelo Governo não foi o ideal. O ex-ministro da Infraestrutura e ex-presidente da Embraer Ozires Silva propõe a compra dos caças no mercado interno, provavelmente da Embraer. Ela desenvolveria o avião em conjunto com as companhias internacionais. “Somente assim pode-se falar em transferência real de tecnologia e desenvolvimento da indústria brasileira”, explica.
Lobby nos bastidores
As cifras estratosféricas envolvidas no negócio para compra dos aviões-caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) colocam a Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional como endereço obrigatório para o suprassumo do lobby internacional. Viagens pagas a jornalistas e parlamentares para conhecerem as sedes das empresas envolvidas no negócio são apenas algumas das cartas já reveladas na briga pelos R$ 5,5 bilhões envolvidos na transação. As três companhias interessadas no negócio, Dassault (Rafale), Boeing (F-18) e Saab (Gripen), apelam até para os Governos francês, norte-americano e sueco, respectivamente, na busca pela preferência da FAB no negócio. Embora a disputa já tenha extrapolado para o campo político, as três empresas ainda afirmam acreditar em critérios técnicos na escolha do Governo brasileiro.
Fosse apenas o estudo técnico da FAB, o fiel da balança na disputa entre o F-18, o Gripen e o Rafale, a decisão final já teria sido divulgada. O parecer da Aeronáutica sobre os aviões está pronto para ser entregue ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. Mas a agenda política para a Esplanada dá indícios fortes do escolhido. A recente viagem de oito parlamentares brasileiros para a França, paga pela Dassault, e o anúncio da compra recente de submarinos e helicópteros dos franceses pelo Governo brasileiro, no valor de R$ 17,6 bilhões, mostram que o flerte entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, é mais do que forte. A contar pela futura presença do marido de Carla Bruni durante o desfile militar de 7 de setembro em Brasília (a decisão final sobre a compra dos caças deve ser anunciada poucos dias antes), o canto da sereia dos franceses parece ter levado o acordo para Paris.
A parceria incluiria até o apoio francês à aspiração brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). “Nenhum deles jogou a toalha, cada um parece guardar uma carta na manga. Mas o negócio dos submarinos e helicópteros aproxima o Brasil de um acordo também com a Dassault”, entende o especialista em armamentos Roberto Godoy.
EMPRESAS APOSTAM EM CRITÉRIOS TÉCNICOS
Para as empresas envolvidas na disputa, as relações Lula-Sarkozy não devem influenciar na escolha. “Acreditamos que o processo é justo e transparente. Temos trabalhado para que a FAB receba todos os dados necessários para tomar uma decisão com base nos critérios estabelecidos pela proposta”, aposta o diretor da Boeing, Michael Coggins. “Não acredito que o projeto F-X2 vá diminuir essa dificuldade de conseguir o assento no Conselho de Segurança da ONU”, reforça Bengt Janér, diretor da Gripen no Brasil.
Além da concorrência, a Dassault também terá de vencer a desconfiança de parlamentares para fechar o negócio. A viagem de líderes partidários e do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), para Paris, custeada pela empresa, não foi bem digerida por parte do Congresso. Em declaração a “Folha de S. Paulo”, Temer teria dito que a viagem era um “lobby elegante e saudável”. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) não compartilha da mesma opinião e protocolou o pedido de audiência pública para discussão do negócio. “Pelas informações que eu tenho, a Aeronáutica não considera o Rafale o melhor custo-benefício. Não sei porque essa proximidade toda, comprar tudo da França, como se fossem os mais avançados, sendo que não são”, dispara Delgado.
Super Hornet F-18
Fabricante Boeing (EUA)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: É o mais testado. Foi muito usado no Afeganistão, Bosnia e Iraque e está sendo produzido em larga escala, a fabricante garante abrir mercado americano exatamente no momento em que a USAF re-lança requerimento para comprar 100 aeronaves similares ao Super Tucano.
Ponto fraco: Há poucas chances de o Brasil aperfeiçoar a tecnologia, pois o modelo já está consolidado.
Três caças estão no páreo
Noves fora a balança política, os três aviões-caças analisados pela Força Aérea Brasileira (FAB), Gripen, F-18 Super Hornet e Rafale, dividem tecnologias de ponta, mas não se livram de apresentam problemas. Com o mercado nos países do Norte cada vez mais reduzido, as principais empresas do ramo apontam o binóculo para o mundo subdesenvolvido. O sucesso no Brasil significa recursos e mercado suficientes para desenvolver os produtos. Por isso, a concorrência por aqui é vista como essencial para os planos de expansão das três empresas (Saab, Dassault e Boeing). Ofertas sobre a mesa, a FAB se debruçou sobre questões como custo de manutenção, adaptação dos projetos e linha de montagem no Brasil, para definir a melhor opção.
Do ponto de vista estritamente tecnológico, a aeronave da Boeing (F-18 Super Hornet) pode ser considerada a mais avançada entre as oferecidas. O avião já foi amplamente testado em combate e tem o melhor custo-benefício envolvendo preço e tecnologia. O caça também já foi comercializado para diversos países. “Os custos de manutenção serão mais baixos já que os Super Hornets da FAB farão parte de uma frota mundial de mais de 800 aviões em vez de ser uma frota órfã”, aponta o diretor da Boeing, Michael Coggins.
Rafale F-3 Dassault (França)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (sNeCMa M882)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: Foi muito usado no Afeganistão além disso o Brasil já tem aliança na área com a França: está comprando helicópteros e submarinos
Ponto fraco: É apontado por especialistas como o mais caro e só a França usa o equipamento
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (sNeCMa M882)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: Foi muito usado no Afeganistão além disso o Brasil já tem aliança na área com a França: está comprando helicópteros e submarinos
Ponto fraco: É apontado por especialistas como o mais caro e só a França usa o equipamento
O calcanhar de Aquiles do avião americano é o quesito transferência de tecnologia. A legislação norte-americana é rígida em negócios envolvendo armamentos militares. Embora o processo para transferência já tenha sido aprovado pelo Governo norte-americano, o nível de disponibilização dos dados não é considerado o mesmo das concorrentes Saab e Dassault. “A tecnologia militar deles é ponta da ponta, por isso eles tomam certo cuidados. Dificilmente liberam o código fonte do produto, por exemplo”, aponta o especialista em armamentos Roberto Godoy.
Gripen NG Saab (Suécia)
Raio de combate 1.300 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motor 1 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 6,5 toneladas
Ponto forte: Seria o mais barato e poderá agregar tecnologia até o início da produção
Ponto fraco: Como é um projeto em desenvolvimento, poderá ficar mais caro que o previsto
Nunca foi testado em combate.
Ainda incipiente, o Gripen NG, da Saab, leva a vantagem de ser um projeto em desenvolvimento, derivado do Gripen C/D. O caça seria desenvolvido juntamente com a Embraer, o que impulsionaria a indústria brasileira. Além disso, é o menor dos três, o que dificulta a sua identificação por radar. “O Brasil será um dos poucos países do mundo que teriam a possibilidade de construir um caça. Tirando os países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, apenas a Suécia detém essa tecnologia”, explica do diretor da Gripen no Brasil, Bengt Janér. Contra os suecos, exatamente o fato de venderem um avião que não está pronto.
O Rafale francês carrega o peso político e a transferência total de tecnologia, incluindo o código-fonte. Por outro lado, tenta reverter no Brasil resultados negativos. O avião foi excluído de uma seleção em Cingapura e teve de recorrer para voltar à disputa na Índia. O herdeiro dos Mirage não foi adquirido por nenhum outro país até momento, além da França, mas há negociações avançadas com os Emirados Árabes.
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