Super Hornet F-18
Fabricante Boeing (EUA)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (GE 414)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: É o mais testado. possue versão naval capaz de ser usada pela marinha no porta aviões São Paulo. Foi muito usado no Afeganistão, Bosnia e Iraque e está sendo produzido em larga escala, a fabricante garante abrir mercado americano exatamente no momento em que a USAF re-lança requerimento para comprar 100 aeronaves similares ao Super Tucano.
Ponto fraco: Há poucas chances de o Brasil aperfeiçoar a tecnologia, pois o modelo já está consolidado.


Diário econômico francês aposta que Brasil
comprará aviões de combate da Boeing


O jornal econômico francês Les Echos analisa a luta pelo contrato bilionário de venda de 36 modernos aviões de combate ao Brasil.

Fonte:Guia Global

O jornal econômico francês Les Echos analisa a luta pelo contrato bilionário de venda de 36 modernos aviões de combate ao Brasil.

O diário afirma que os rivais da francesa Dassault, que pensava ser a preferida no negócio, contra-atacam. Les Echos faz referência à informação de que a norte-americana Boeing promete transferir tecnologia e investir no Brasil um bilhão e meio de dólares se o governo brasileiro comprar seus F-18 Super Hornet pelo mesmo preço.

Também na disputa pelo contrato, o ministro da defesa da Suécia deve desembarcar em Brasília ainda esta semana para defender a Saab e seu caça Grippen, elogiado pela flexibilidade e baixo custo.

Diante dessa pressão, a mobilização na França para garantir a venda internacional dos Rafale é grande, afirma o jornal. Les Echos lembra que a França e o Brasil assinaram uma parceria estratégica em matéria de defesa em dezembro passado e que a francesa Dassault, que propôs transferência de tecnologia e a fabricação de algumas peças do Rafale no Brasil, estava quase certa de que venceria a concorrência.

Lula e Sarkozy queriam que o vencedor do contrato fosse anunciado antes da visita do presidente francês ao Brasil, no próximo dia sete de setembro mas, devido às novas propostas da Boeing, o anúncio do vencedor desta disputa pode ficar para mais tarde, comenta Les Echos.




Boeing quer vender caças e tecnologia ao Brasil

‘F-18 Super Hornet’ são oferecidos ao governo brasileiro.
Barack Obama já trata do assunto com o presidente Lula.

Do G1, com informações do Jornal da Globo

O governo brasileiro anuncia em breve de quem comprará 36 modernos aviões de combate, para substituir a atual frota de caças supersônicos. O volume final do negócio, dependendo de projetos de transferência de tecnologia, deve chegar os US$ 10 bilhões.

Na luta pelo contrato bilionário, a maior empresa aeroespacial do mundo, a Boeing, está oferecendo investir no Brasil a mesma soma em dólares que for paga pela aquisição dos caças avançados pretendidos pela Força Aérea Brasileira (FAB).

A promessa veio da boca de Jim Albaugh, vendedor-chefe de aviões militares e sistemas bélicos da Boeing. Ele acha que seu avião é o melhor por um motivo central: é o único, entre os competidores, que está em combate há mais de 15 anos e vai continuar.

Trata-se do “F-18 Super Hornet” de segunda geração, empregado pela Marinha americana. Os principais competidores são o francês “Rafale”, oferecido com um amplo pacote de tecnologias que incluiriam até submarinos, e o sueco “Grippen”, um modelo elogiado pela flexibilidade e baixos custos.

Mas o vendedor da Boeing sabe que o foco central do reequipamento da FAB é político, e diz que o governo de Barack Obama entendeu o que precisa ser feito.
“Washington apoia uma oferta de transferência de tecnologia que incluiria a propriedade intelectual, além de sistemas avançados de armamentos, uma proposta nunca feita antes”, segundo Jim Albaugh.

E qual motivo da Boeing por à venda o que lhe custou tanto dinheiro para desenvolver? “Queremos ser uma empresa global no setor de defesa, com a participação de vários países”, respondeu. “E para isso precisamos oferecer a tecnologia que desenvolvemos”.

São severas as restrições impostas pelo governo dos EUA aos compradores de armas americanas que desejam reexportar bens e tecnologias adquiridas. “No caso do Brasil”, diz o vendedor da Boeing, “a disposição do governo de Obama em facilitar as coisas não tem precedentes”, disse.

E por um fato simples, adianta: “Nos últimos anos, os americanos exportaram centenas de aviões de guerra, mas nenhum para o Brasil, e agora o Departamento de Estado em Washington aceitou que fosse exportada também a nossa propriedade intelectual”.

Há 35 anos vendendo aviões militares, Jim Albaugh tem clara visão de quanto a política influencia esse tipo de negócio. “Entendo que existam preocupações em relação aos EUA por conta do passado. Mas espero que o governo brasileiro perceba como pode se beneficiar de ter uma boa relação com os EUA”, afirmou.

Obama

O Jornal da Globo apurou que o presidente Barack Obama já ligou uma vez para o presidente Lula para falar do interesse americano em vender aviões militares e tecnologia para o Brasil, e deve telefonar brevemente mais uma vez, para tratar do mesmo assunto.

http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/im_aer/F18_H_Shcomp.jpg
F-X2: Boeing atira suas últimas cartas na mesa.

Escrito por Felipe Salles - Via Base Militar

Boeing vem ao Brasil “em peso” com seis de seus maiores executivos.

Nesta segunda-feira o Vice- Presidente da Boeing Company, Presidente, o CEO da divisão militar da empresa americana, a Integrated Defense Systems, Jim Albaugh, recebeu a imprensa especializada e repórteres das maiores agências de noticias internacionais para atualizar o status de sua proposta dentro da concorrência para a aquisição do novo avião de caça da Força Aérea Brasileira.

No evento, ao lado de Albaugh, estavam John Lockard, Chief Operating Oficer (COO) da Boeing IDS; Chris Chadwick, presidente da Boeing Military Aircraft; Roger Krone; presidente da Divisão Network and Space Systems da Boeing IDS; Dennis Muilenburg, Presidente da Boeing Global Services and Support e Darryl Davis Presidente da Phantom Works, a unidade de pesquisa e desenvolvimento avançado que a Boeing herdou da McDonnell Douglas após sua aquisição. Albaugh, em sua apresentação sobre a Boeing e sobre o F-18E/F Super Hornet mostrou alguns dos pontos considerados chaves para os americanos:

- A área de defesa da Boeing conseguiu aumentar sua lucratividade nos últimos cincos anos de 5% a 16%, e deve nos próximos cinco superar os 25%

- Para a Boeing o Brasil é um dos “powerhouses” emergentes, uma potência futura e a Boeing não pode ficar de fora deste mercado.

- A presença deste time VIP da Boeing visa permitir que todos os executivos principais da empresa possam “conhecer as necessidades brasileiras”. Antes da sua partida dos EUA, Albaugh exigiu que cada um deles lesse a tradução para o inglês da Estratégia Nacional de Defesa brasileira.

- Albaugh disse também que as necessidades enumeradas no texto da END são todas atendidas pelos serviços e produtos ofertados pela Boeing. A Boeing é líder nas áreas de caças, helicópteros, aeronaves cargueiras militares, cyber guerra, entre outros muitas segmentos

- Na proposta encaminhada à FAB, consta uma lista de programas de transferência de tecnologia orçada em US$ 1,5 bilhões (materiais, manufatura e suporte).

- Alguns destes contratos devem ser concretizados mesmo que o F-18E/F não seja selecionado pela FAB. Questionado sobre quais seriam estes projetos Albaugh citou a participação da Boeing no cargueiro C-390 da Embraer, uma empresa que a “nós admiramos” e na oferta do UAV ScanEagle através da empresa brasileira Santos Lab. Ainda sobre o C-390, Albaugh salientou que “nós conhecemos aeronaves de transporte militar”!

- Para a Boeing, a carta da Secretária de Estado Hillary Clinton, recentemente entregue, apóia claramente a o projeto de transferência de tecnologia exigido pelo Brasil. Albaugh disse que o que se deseja é uma “Parceria de Iguais” entre o Brasil e os EUA.

- As discussões com a FAB já se focaram numa venda via o programa governamental americano FMS (Foreign Military Sales). Não está em consideração a hipótese da produção do Super Hornet no Brasil. As 27 empresas nacionais contatadas eventualmente entrariam para a cadeia logística global da Boeing fabricando peças e subconjuntos estruturais para todos os F-18E/F fabricados para a US Navy e para clientes estrangeiros.

- Albaugh admitiu a perda de receita devido ao cancelamento da produção do F-22 pelo Senado Americano, mas garantiu a despeito da receita deste programa está “longe de insignificante”, que os diversos outros programas militares em curso na empresa, como o F-15, F-18, C-17, 737 AWACS, etc; tem bom potencial para repor a receita perdida.

http://www.indiadefence.com/F18-3.JPG
F-18 Super Hornet - Norte Americano

Chris Chadwick tomou o microfone para adicionar algumas considerações.

- A parceria em andamento no caso brasileiro se dará em três planos: Governo/governo, US Navy/FAB e Boeing/industria brasileira.

- A US Navy tem planos para empregar o F-18 até pelo menos 2030. Além desta data, garante ele, os planos ainda não foram escritos.

- O Super Hornet é um produto do “Hornet Industry Team”, uma parceria da Boeing, GE e Raytheon. O Super Hornet pode se transformar numa plataforma de 5ª Geração em tempo real, adotando um upgrade de cada vez.


Também foi comentado neste evento que o Operational Flight Program, OFP, o software que controla todos os aspectos da aeronave, por decisão da US Navy será único, assim as aeronaves americanas e australianas terão a capacidade de usar todos os armamentos exigidos pelo Brasil para seus Super Hornet. Isso evita que cada cliente tenha um software próprio e único, o que inviabiliaria a sua manutenção e suporte no futuro.

A estória dos mísseis “retidos” e não entregues pelos EUA, estória que há anos assombra a oferta do Super Hornet e de outros caças americanos ao Brasil, seria falsa e teria nascido de um mal entendido durante o fornecimento dos F-16C/D chilenos. Neste caso, os mísseis teriam ficado prontos antes da hora prevista e a FACh teria pedido sua entrega antecipada, o que teria sido negado pelo governo americano por razões exclusivamente logísticas. Segundo a estória, um transporte aéreo teria sido solicitado pelos chilenos, mas isso não teria sido aceito por questões de segurança. Finalmente, quando os demais componentes encomendados ficaram prontos, tudo teria sido entregue via transporte marítimo, dentro do cronograma acertado.

Finalmente, foi comentado que na proposta americana está prevista a montagem final, os testes de aceitação e a manutenção da turbina GE 414 no Brasil, caso o SH venha a ser contratado pela FAB.

O grupo de executivos da Boeing chegou ao país no final de semana e deve ficar em São Paulo até a manhã de quinta feira, dia 13. O único compromisso deles confirmado é uma visita à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional no Senado na quinta feira à tarde. O resto da programação do grupo é um mistério guardado a sete chaves. Não deixa de ser interessante essa vinda em massa DEPOIS da entrega do RFI (Pedido de informação), dos RFP (Pedido de Proposta) e do BAFO (Proposta Comercial Melhorada e Final), às vésperas da entrega do relatório final da FAB para o Ministério da Defesa. Qual será a opinião da FAB e do Ministério da Defesa ao ver os americanos falando com outras partes externas ao processo de seleção?

Para agravar a situação, nesta mesma semana começou a circular a versão de um possível atraso da data de conclusão do processo do F-X2, saindo de “agosto”, para “meados de outubro” (coincidindo, talvez, com a data do Dia do Aviador em 23 de outubro). Muitas dúvidas ainda persistem ao redor deste programa de reequipamento militar tão importante para o país. Será que a Dassault e a Saab também irão ao Congresso explicar suas propostas? O tempo dirá.

[fx2_faseII.JPG]


Guerra de R$ 5 bilhões no ar

Em entrevista a ÉPOCA, Jim Albaugh, presidente da divisão de defesa da Boeing, defende a americana em licitação do governo brasileiro para compra de caças

Murilo Ramos - Revista Epoca

Adriano Machado

"Podemos oferecer tecnologia. Podemos criar empregos. Podemos reforçar os laços com a indústria brasileira e ajudar para que ela faça, ainda mais, parte da indústria global da aviação", diz Jim Albaug defendendo a Boeing em licitação do governo brasileiro

No início de fevereiro, o governo anunciou os três aviões finalistas na concorrência para renovar a frota de caças da Força Aérea Brasileira (FAB): o Rafale, da francesa Dassault, o Gripen NG, da sueca SAAB, e o F-18 da americana Boeing. No estágio atual, oficiais da Aeronáutica estudam detidamente as características das aeronaves e analisam propostas das empresas de transferência de tecnologia e compensações comerciais para o Brasil. O programa da Aeronáutica, denominado F-X2, conta com cerca de US$ 2 bilhões (R$ 5,2 bilhões) para a aquisição de 36 aeronaves. Segundo o cronograma da FAB, os aviões começariam a ser entregues em 2014. Com a aproximação da decisão, cresce o vai-e-vem de representantes das empresas candidatas a Brasília na tentativa de alardear as qualidades das aeronaves e das propostas ao governo brasileiro.

Em dezembro, o presidente Nicolas Sarkozy esteve com o presidente Lula no Rio de Janeiro e tratou do assunto. No começo do mês passado, o presidente da SAAB, Ake Svensson, aterrissou no Brasil para conversar com autoridades. Na semana passada, foi a vez do presidente mundial da divisão de defesa da Boeing, Jim Albaugh, desembarcar em Brasília. Antes de um encontro com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ele concedeu uma entrevista a ÉPOCA na quarta-feira (4). Afirmou que o F-18 atende às exigências do governo brasileiro, que a Boeing está pronta para entregar os aviões dentro do prazo e que o Brasil pode tirar proveito da transferência de tecnologia. Disse ainda estar entusiasmado com o encontro que o presidente Lula terá com o presidente Obama, na segunda quinzena de março. Albaugh, no entanto, não dá garantias de que as armas serão fornecidas – o governo americano costuma vetar a venda de alguns equipamentos – nem que o software gerenciador da aeronave será aberto ao Brasil. Abaixo os principais trechos da entrevista:

ÉPOCA – Qual o objetivo de sua visita a Brasília?
Jim Albaugh –
A razão de eu ter vindo ao Brasil é acompanhar mais de perto a concorrência, ajudar as pessoas a entender a importância da nossa participação e, óbvio, conversar com o nosso cliente potencial [o governo brasileiro]. A gente aproveita para falar com autoridades e também com possíveis parceiros da nossa empresa.

ÉPOCA – Então o senhor veio conversar com o ministro da Defesa Nelson Jobim e com o comandante da Aeronáutica Juniti Saito?
Albaugh –
Nós geralmente não falamos com quem especificamente viemos conversar, mas é com autoridades e oficiais do governo que trabalham na concorrência [ÉPOCA confirmou que havia na agenda do ministro Nelson Jobim uma audiência com Jim Albaugh na quarta-feira].

ÉPOCA – O senhor acredita que o governo vai anunciar o vencedor até o final do ano?
Albaugh –
Pelo o que ouvimos até agora a decisão do governo brasileiro sobre o vencedor deverá sair lá pelo mês de outubro. Acho que a concorrência vem sendo conduzida de forma muito profissional e transparente. Imagino que não há razões para acreditar que o governo brasileiro não cumprirá o cronograma. Mas isso está completamente fora do nosso controle. Tudo o que podemos fazer é deixar claro nossos objetivos e tentar planejar uma parceria com as indústrias locais.

ÉPOCA – Na última vez que o governo brasileiro lançou um programa para renovar a frota (final do governo Fernando Henrique Cardoso) ele não foi adiante.
Albaugh –
Um das coisas que aprendi nesse negócio é ser extremamente paciente. Essa é uma decisão muito importante para o Brasil. Nos Estados Unidos também já tivemos muitos programas que foram cancelados e outros que foram amplamente reestruturados. Essas compras precisam ser conduzidas com planejamento e, claro, precisam de financiamentos. A crise econômica global é um complicador nessa conjuntura.

ÉPOCA –
Em sua avaliação, qual é a importância do programa F-X2 para o Brasil?
Albaugh –
Os aviões atualmente em uso têm muitas horas de voo. São antigos. As exigências previstas na concorrência deixam claro que o governo quer revitalizar seu sistema de defesa. E estou certo de que nós [Boeing] temos capacidade de atender os desejos do governo brasileiro. Nosso avião é muito eficiente em ataques, apoio aéreo e reconhecimento. Um prova de sua capacidade é que a marinha americana está substituindo aviões mais antigos por esse modelo. Além do mais podemos garantir a entrega desses aviões no prazo estipulado. Nossa linha de produção está a todo vapor. Temos entregado entre quatro e cinco aviões desse modelo por mês. Até hoje nunca entregamos um avião fora do prazo combinado. Além disso, é um avião de baixo custo, bem como sua operação e manutenção.

ÉPOCA – Há espaço para empresas brasileiras no projeto da Boeing para o Brasil? Albaugh – Com certeza. Podemos também oferecer tecnologia. Podemos criar empregos. Podemos reforçar os laços com a indústria brasileira e ajudar para que ela faça, ainda mais, parte da indústria global da aviação.

ÉPOCA – Quantos F-18 voam ao redor do mundo atualmente?
Albaugh –
Existem mais de 300 entre os modelos existentes fornecidos à marinha americana. Em breve entregaremos o primeiro para a Austrália que fechou um contrato com a gente de 24 aeronaves. Estamos participando de concorrências em vários países.

ÉPOCA – No Brasil existe a desconfiança de que se a Boeing vencer ela não poderá fornecer armas para os aviões em função de vetos do governo americano.
Albaugh –
Nós fornecemos os aviões e conversamos muito com os órgãos do governo americano – como a Marinha, o Pentágono e o Departamento de Estado – para satisfazer as vontades dos nossos clientes. Acredito que temos tido sucesso até agora.

ÉPOCA – A Boeing vai abrir o código-fonte (programa utilizado para gerenciar a aeronave e suas funções) para o Brasil se vencer a disputa?
Albaugh –
Esse é realmente um assunto da responsabilidade do governo americano porque envolve tecnologia americana de mais de 35 anos. Estamos conversando em Washington e falando sobre as necessidades dos nossos clientes. Acho que estamos avançando.

ÉPOCA – A Boeing vai apoiar a Embraer na produção de unidades do F-18 no Brasil?
Albaugh –
Bom, ainda não decidimos exatamente como vai se dar a participação da indústria brasileira. E se tivéssemos decidido produzir o avião no Brasil, não diria a você porque essa é uma indústria muito competitiva, obviamente. É uma informação estratégica. O que posso garantir é que cumpriremos em 100% nossas obrigações de participação industrial, assim como já fizemos várias vezes em outros países. Já gastamos mais de US$ 29 bilhões na última década em 38 países em participação industrial. Empresas parceiras da Boeing estão conversando com 60 companhias brasileiras.

ÉPOCA – Além da Embraer, quais são as empresas que vocês estão procurando?
Albaugh –
Infelizmente não posso lhe dar a resposta, pois é estratégica nesse momento. Mas somos uma indústria aeroespecial. Precisamos de softwares, hardwares, equipamentos de rádio-comunicação, fontes alternativas de energia entre outras necessidades. No Brasil, há algumas empresas que podem nos ajudar nessa tarefa por terem capacidade. Estamos conversando com elas há cerca de um ano. Acreditamos que algumas já estão preparadas. Outras teriam de trabalhar conosco por mais tempo para estarem aptas.

ÉPOCA – Poderia dar um exemplo de país que se favoreceu por ter adquirido aeronaves da Boeing?
Albaugh –
Um exemplo é a Arábia Saudita. Como compensação pela compra de aeronaves F-15, uma empresa foi criada há 20 anos para fazer manutenção e reparos nos aviões. Hoje fatura cerca de US$ 300 milhões e mantém três mil empregados. E eles não trabalham apenas para a Arábia Saudita. Mas também para países vizinhos do Oriente Médio. É isso o que deixamos em outros paises; uma empresa capacitada provedora de serviços no mundo. É isso o que eu gostaria de obter num programa de compensação comercial se eu fosse o governo brasileiro.

ÉPOCA – O presidente Lula conversa há tempos como o presidente francês Nicolas Sarkozy sobre o F-X2. Mas o presidente Barack Obama só chegou agora. A França, com o Rafale, está na frente?
Albaugh –
Ahahaha. Bem. Obviamente quando você tem líderes dos países conversando sobre o assunto e colocando os detalhes em cima da mesa é uma situação interessante para os países. Os contatos que você têm são realmente importantes. Estou muito entusiasta com a notícia de que o presidente Barack Obama e o presidente Lula se encontrarão em breve (o encontro está previsto para o dia 14 de março). Se a renovação da frota brasileira vai ser objeto da conversa deles eu não tenho idéia.

ÉPOCA – Como descreveria o momento da aviação militar?
Albaugh –
Atravessamos um período de incertezas. Não sabemos por exemplo os rumos do orçamento do departamento de defesa dos Estados Unidos. Tem muita gente esperando os detalhes do orçamento para poder se programar. É preciso saber que programas serão apoiados e quais não serão.

ÉPOCA – Mas a expectativa é que o governo Obama reduza os gastos militares.
Albaugh –
Entendemos que a percepção das ameaças globais não mudou entre o dia 19 (último dia de George W. Bush na Casa Branca) e 20 de janeiro (primeiro dia de Barack Obama). Além disso, o presidente Obama já deixou claro que as questões da segurança e da defesa nacional são prioridades de seu governo.


Ultimas do FX-2: